Na sequência do post de ontem, não resisti a dar-vos a conhecer o relatório de queixas feito pelo meu filho e colocado no nosso espelho de entrada da casa de Lisboa. O cão referido no relatório é o Phoebus, o queixoso adora animais e gostava deste em especial, o que escreveu sobre ele foi para se exibir (tinha catorze anos…que saudades!)
Relatório de Queixas
A Ana Rita (…), chegou a casa pelas dezasseis horas e trinta minutos, do dia dez do corrente mês de Novembro, do ano da graça de mil novecentos e oitenta e dois. Após ter penetrado no nosso humilde lar a correr, recusou-se a tomar o lanche, afirmando que V. Ex.ª lhe tinha dito que mal chegasse a casa, fosse de imediato passear o animal irracional que na presente época se encontra instalado connosco. Esteve mais de trinta minutos nos terrenos anexos ao nosso bloco habitacional, o que eu, (…), nascido em dezanove de Fevereiro de mil, novecentos e sessenta e oito, filho de Vossa Excelência e do Excelentíssimo Senhor (…), penso ser demasiado, visto tratar-se apenas de um passeio de um (se me permite a expressão) rafeiro pulguento e com a agravante de lhe ter sido chamada por várias vezes a atenção. Seguidamente, ao chegar a casa não lavou as “patas” e não permitiu que lhe desse de comer. O mais repugnante de tudo é que aquela fedelha ranhosa, rabugenta, estúpida, refilona, que diz ser sua amiga, esteve cá em casa. Mandei-as fazer o trabalho de casa, disseram-me que não havia, mas eu descobri que havia. Por fim a mãe da Rita Sofia telefonou para cá a dizer que a filha não devia ter vindo para cá, etc., etc., etc.
Sem mais
(…)
Relatório de Queixas
A Ana Rita (…), chegou a casa pelas dezasseis horas e trinta minutos, do dia dez do corrente mês de Novembro, do ano da graça de mil novecentos e oitenta e dois. Após ter penetrado no nosso humilde lar a correr, recusou-se a tomar o lanche, afirmando que V. Ex.ª lhe tinha dito que mal chegasse a casa, fosse de imediato passear o animal irracional que na presente época se encontra instalado connosco. Esteve mais de trinta minutos nos terrenos anexos ao nosso bloco habitacional, o que eu, (…), nascido em dezanove de Fevereiro de mil, novecentos e sessenta e oito, filho de Vossa Excelência e do Excelentíssimo Senhor (…), penso ser demasiado, visto tratar-se apenas de um passeio de um (se me permite a expressão) rafeiro pulguento e com a agravante de lhe ter sido chamada por várias vezes a atenção. Seguidamente, ao chegar a casa não lavou as “patas” e não permitiu que lhe desse de comer. O mais repugnante de tudo é que aquela fedelha ranhosa, rabugenta, estúpida, refilona, que diz ser sua amiga, esteve cá em casa. Mandei-as fazer o trabalho de casa, disseram-me que não havia, mas eu descobri que havia. Por fim a mãe da Rita Sofia telefonou para cá a dizer que a filha não devia ter vindo para cá, etc., etc., etc.
Sem mais
(…)
Mas que epítetos para um pobre grade.
ResponderEliminarOlha lá, entre tanto papel que guardas ainda tens espaço para viveres em tua casa?
ResponderEliminar(Ainda bem que os guardas, são deliciosos.)
Cumprimentos aí para o queixoso do reino.
Querida Avogi "parlapié" duma criatura com 14 anos.
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para ti!
Querida Calendas a minha casa parece um ovo... às vezes digo que um dia ela não me deixa entrar.
ResponderEliminarEste "escito" está colado no meu "Livro em Branco"
Tenho muitos mais...sou "horrorosa", guardo tudo.
Quero ver a reacção da Ana quando voltar a ler isto.
Beijinhos "sem embrulho" para ti!
Que ternurentas que são estas recordações!
ResponderEliminarFilhos, animais de estimação: a melhor parte de nós vive com eles.
Bjs
Foi um grande discurso para um rapaz pequeno :P Está demais ...
ResponderEliminarBjokAs ****
Olá maria Teresa
ResponderEliminarEmbora tenha lido esta estória de forma enviezada dá para perceber o quanto a amiga gosta de contar passagens da vida de si própria ou de sua família, envolvendo também os animais de estimação, tudo envolvido por uma enorme bolha de AFECTO.
Beijinho
G.J.
Querida Amiga
ResponderEliminarcomo me diverti ao ler o relatório de queixas, é no minimo, "uma ternura", adorei o vocabulário que o seu "filhote" utilizou para relatar os acontecimentos e para descrever a "amiga". Como eu gostaria que alguns dos jovens de hoje soubessem contextualizar tão bem as palavras.
Beijos
Fátima Lourenço
Querida Teresa a vida dá-nos coisas muito boas, eu estou numa fase em que gosto de partilhar, principalmente, as boas. Não sei se é da idade, mas faz-me muito bem remexer nestes papéis e faço-o sem saudades mórbidas, sinto uma tranquilidade imensa ao revivê-las, sem vontade de voltar ao passado.
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para si!
Querido Gaspar a vida para mim não faria sentido se não amasse todos os que me amam e me querem bem... ( aqui incluo também os amigos de 4 patas, eles têm-nos afecto)...
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para si!
Querida C*inderela desde muito pequeno, que o meu hoje quarentão escreve muito bem e gosta de o fazer (opinião daqueles que foram seus professores)
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para si!
Querida Fátima aquele a quem punhas "inho" junto ao primeiro nome próprio sempre escreveu bem.
ResponderEliminarA Maria Almira Soares foi professora dele e ficava "encantada" com os textos que ele escrevi-a na adolescência, devem existir lá para casa, avaliações dela com comentários.
Beijinhos "sem embrulho" para ti!
Queixinhas!!!
ResponderEliminarRelatório completo! Minuto por minuto...e nem lavou as "patas".
Obrigado, Maria Teresa por estas partilhas deliciosas!
Bjs dos Alpes
Querida Flor são estes momentos deliciosos, passados no ambiente familiar, que nos ajudam a sorrir à e com a vida!
ResponderEliminarHoje gosto de observar os meus netos e também me dão prazer ver certas situações muito "só deles".
Beijinhos "sem embrulho" para si!
Querida Amiga
ResponderEliminarA Maria Almira Soares também foi minha Professora e também tenho guardados alguns dos trabalhos que fiz nessa época, foi, como a minha Amiga, uma "MESTRA" de 5 estrelas,com quem muito aprendi, mas o "inho" também foi certamente um aluno 5 estrelas.
Beijos
Fátima Lourenço
Há coisas que nunca devem ser deitadas fora.
ResponderEliminarMais parece uma acta! Esta família é um cromo! Ups, acho que faço parte dela... Pensei que aqueles "elogios" todos fossem para mim... já ia ajustar contas com a maninho. Afinal eram para a minha amiga! Beijinhos queixosos!
ResponderEliminaroi...
ResponderEliminarpassando prá conhecer seu blog!
ótima sexta!!!
Isto dava um livro e dos bons...
ResponderEliminarIsto é que vai para aqui um relambório...
ResponderEliminar:)
Querida Fátima ela é uma professora excepcional, um orgulho para a nossa profissão. Fiz um pequeno trabalho com ela, o prazer de trabalhar uma com a outra foi mútuo. Conheceu-me sem me conhecer, eu não percebi o nome com que me foi apresentada, ela quando ouviu os meus apelidos afirmou: É a mãe do "inho"(sem "inho")! Depois à frente de vários colegas,contou "coisas" que me fizeram inchar... (não se nota???)
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para ti (e já vão duas remessas!)
Querida S* tenho tantas, felizmente!
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para si!
Querida Ana Rita lembravas-te deste texto? Vocês dois eram impagáveis. Tu eras o "Tio Patinhas"...ele pedia-te dinheiro emprestado, tu emprestavas e depois????
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para ti!
Querida Pri muito obrigada, mas já agora, gostou, não gostou, foi assim, assim...
ResponderEliminarVolte novamente para dar a sua opinião, será sempre bem racebida!
Beijinhos "sem embrulho" para si!
Querido Rouxinol e depois um filme???:):):)
ResponderEliminar"A Saga de uma Família de Cromos":):):)
Beijinhos "sem embrulho" para si!
Querida Maria "relambório" e "regabofe"...
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para si!
Eu sabia, eu sabia, eu sabia!
ResponderEliminarO Estado de Vosso Majestade é mesmo o Reino dos Afectos. A cada dia que passa lá vem mais uma história, do baú das memórias,que encanta e delicia quem as lê.
A mana era o "Tio Patinhas". Ainda me estou a sorrir.
Um abraço.
--
O selo que me ofereceu "Desistir, Jamais", não está esquecida. Colocá-lo-ei depois do regresso das curtas férias para que parto. Pois então :)))
Olha, tens aqui um texto mesmo ao jeitinho de mãe e neste domingo é que comemoramos o Dia das Mães aqui. Mas sabes, o que fico a olhar? É este reloginho que tens aqui ao lado e que mostra que são quase oito horas da noite aí, enquanto aqui o sol está bem alerta e nem pensamos na noite. Mas eu penso em que QUEM está aí e no que está fazendo agora.
ResponderEliminarbeijos da Pitanga (que voa)
Querido Carlos, não foi por acaso que o nomeei meu Cavaleiro:):):)
ResponderEliminarA história do Tio Patinhas tem muito que contar...
Aproveite bem estas curtas férias, para a semana também vou "fugir". É bom mudar-se de "ambiente"!
Beijinhos "sem embrulho" para si!
Querida Pitanga eu sei que aí, na Suiça, na Aústria,... o Dia da Mãe se comemora no próximo domingo, vou postar um texto que escrevi nos primeiros dias da existência deste blogue e que pouca gente leu.
ResponderEliminarÉ bom voar-se mas, por vezes, é doloroso...o voo pode ser interceptado por uma "seta".
Beijinhos "sem embrulho" para ti!
Ah minha amiga que a mim a "seta" acertou e foi em cheio. Até antes de voar.
ResponderEliminarAmanhã também tem post novo. Espero o teu.
Discussão de manos. Adorei! O texto está o máximo para um jovém de 14 anos, agora escrevem assim: tá, yá, e por aí fora... Beijinhos doces.
ResponderEliminarQuerida Pitanga vai à procura do archeiro...rápido, antes que ele continue a lançar setas para outros alvos.
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para ti!
Querida Olga tenho filhos de "uma época" em que os jovens gostavam mais de escrever... ainda não existiam computadores privados, nem TV cabo, nem telemóveis,...A sociedade mudou e eles ou têm muita apetência para a escrita e escrevem mesmo, ou vão pelo caminho mais fácil...
ResponderEliminarEspero que esteja a recuperar rapidamente.
Beijinhos "sem embrulho" para si!
O rapazinho tinha um belo sentido de humor.
ResponderEliminarBonito relatório, sim senhor.
(Não sei o que se passa com o teu blog- o problema até pode ser meu- que muitas vezes não o consigo estabilizar, quer para o ler quer para o comentar. Parece que me foge, o magano.
Já alguém te pôs este problema?)
Querido Carapau tinha e continua a ter!
ResponderEliminarMudei o modo de se fazerem os comentários, porque o outro processo me irritava, tinha-o mudado a pedido, o engraçado(sem graça nenhuma) é que a pessoa que o solicitou nunca mais comentou. No meu livro de reclamações não consta mais nada...
Beijinhos "sem embrulho" para ti!
Olha, olha a pinta do então rapazola!
ResponderEliminar( também guardo muitos "relatórios" desses )
Querida Red foi "do então" ... mas tenho outras mais recentes, quando esteve em Georgetown já homem, e as saudades apertavam, que são deliciosas...
ResponderEliminarSabe tão bem relê-los com saudade mas sem "saudosismos"
Beijinhos "sem embrulho" para ti!
Bolas!
ResponderEliminarPara 14 anos está um relatório queixoso digno de um procurador...
Querido Pinguim, sou uma fã incondicional dos escritos do meu filho...
ResponderEliminarBeijinhos "sem embrulho" para ti!