domingo, 30 de dezembro de 2012

2012/2013

Vou "fugir" por uns dias mas, antes disso, não posso "desaparecer" sem deixar uma mensagem.

Cá vai! 

Em 2013:

-está na hora de acabarmos com a palhaçada! Temos que exigir equidade, não podem ser só alguns a pagar a "crise" e não só! 
-enquanto cada um luta por ajudar a mudar o rumo de Portugal, do modo que pode e sabe, pensemos positivamente.
-mais do que nunca, que cada um de nós seja mais exigente consigo mesmo e se una em solidariedade com os que estão passando, sem o merecerem, por momentos muito difíceis.
-tenhamos esperança que dias melhores vão surgir mas para isso não podemos ficar de braços cruzados.

Muita mais "coisas" gostaria de dizer mas ia acabar por não ser otimista.
Acabo por voltar aos votos formulados pelo Natal : SAÚDE, TRABALHO, PAZ, ALIMENTO (corpo e alma), AMOR (incluindo a AMIZADE),... PARA TODOS!

Entretanto, ainda sem pagarem imposto, envio-vos os meus Beijinhos Embrulhados, agarrem-nos, passam a ser vossos!

ATÉ 2013!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

FOSTE...



O luar que escuta os meus sonhos
O sol que aquece o meu corpo
O chocolate quente do meu inverno
O trinado da ave que desperta a minha sensualidade
A pluma esvoaçante das carícias sentidas
A chama flamejante do meu desejo
A flor exótica cúmplice da minha volúpia
 (…)
Foste tudo e não foste nada!
Foste! Já não és!

sábado, 22 de dezembro de 2012

ESPÍRITO NATALÍCIO

Perdi o espírito de Natal (…), dizia a Gábi num dos seus últimos postes, eu não o quero perder!
Quero voltar a sentir a magia que envolve esta época do ano, quero que a solidariedade e a compaixão habitem no meu coração, quero que a luz da esperança na humanidade continue acesa, quero que deixem de ser necessárias as campanhas contra a fome e a miséria, quero tanta coisa... para todos nós!
Mas enquanto este sonho utópico não se realiza, deixo-vos aqui os meus votos acreditando com muita força que,   na sua grande maioria, se vão realizar:

SAÚDE, TRABALHO, PAZ, AMOR (incluo a AMIZADE) e alguns trocados…
Façam o favor de os colocarem pela ordem da vossa preferência!

Como Beijinhos Embrulhados, neste caso desembrulhados, partilho convosco um cantinho mínimo da minha casa de Lisboa e dois dos meus “trabalhos”, realizados nesta minha euforia de entretenimento.
BEM-HAJAM!
Uma pequeníssima parte da minha colecção de presépios

São José foi procurar alimento para a Virgem
Eis a representação do Nascimento de todas as crianças



A quem interessar:
Nos dois presépios aqui apresentados, da minha autoria, foi utilizado o biscuit,  todas as peças foram moldados à mão (nesta técnica há quem utilize moldes) e colados sobre pedra xistosa, trazida de duas das minhas loucas viagens, pela zona norte do nosso país.
O primeiro é de pequeníssimas dimensões, propositadamente só coloquei a Virgem e o Menino, quis representar apenas a Maternidade.
No segundo coloquei uma árvore, a oliveira, e uma pomba atendendo às respectivas simbologias.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

DESAPARECIDA

Descansando de tanto combate 

Ando desaparecida em “combate”, num combate que me ocupa muitas horas mas que não me tira o sono, continuo a dormir cerca de 7 horas por noite (o que é que isto me interessa pensarão alguns), porque se não o faço sou capaz de acordar rabugenta, o que não é característica minha.
Ando num combate contra o monstro que marca as horas e tenho conseguido vencê-lo, estou uma viciada em “trabalho”, “brinco às casinhas” (ao fim de três longos meses as obras de vulto, tanto no Refúgio como em Lisboa, terminaram), vou à equitação (fui infiel, troquei o Bonito, pelo Izalco), faço ginástica, ando a pé, vou às aulas de Artes Decorativas aprender algumas técnicas de pintura, moldagem,…que depois aplico em múltiplos utensílios na minha Oficina (sim, no sótão do meu Refúgio montei uma oficina onde tenho reciclado, e não só, tralha), continuo a tricotar e a costurar, leio, entretenho-me a escrevinhar histórias mas as marotas saem muito “picantes” logo, não as publico, há a probabilidade de provocar um ataque cardíaco a quem me visita (jamais desejaria uma coisa dessas a quem quer que seja), encontro-me com amigos, recebo visitas,… enfim, ocupo o meu tempo de uma tal forma que me impede de pensar em nuvens negras. As nuvens que permito que me envolvam, têm que ser cor-de-rosa, como nos romances que lia em adolescente.
Confesso que deixei a blogosfera um pouco para trás, ao mesmo tempo tenho alguma saudade, mas a minha estabilidade emocional é muitíssimo importante. Isto não quer dizer que não meta o nariz nos vossos blogues mas, alguma nostalgia do que já foi, impede-me, muitas vezes, de deixar uma “pista”.

Bem–hajam pelo carinho que me têm dedicado!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

REVISITAR

Ana Rita com 13 anos

Revisitei o meu passado, um passado glorioso, em que as maçãs cheiravam a maçãs, as crianças eram mais obedientes e os pais mais sorridentes!
Revisitei-o ao encontrar este pequeno/grande “rabisco”, feito pelo escultor Abel dos Santos, nosso amigo e pai do melhor amigo do meu filho. Conhecemo-lo e à família há mais de quarenta anos … já partiu, não era novo, uns bons aninhos mais velho do que eu. Há já algum tempo que não nos reconhecia, mas era um Amigo! Sentimos sempre a perda daqueles que foram importantes nas nossas vidas!  
Revisitei o dia em que, no intervalo de mais uma reunião sobre a preparação do ano letivo que se estava quase a iniciar,  sentados a almoçar,  eu, a minha filha (que estava de "pendura"), o Abel e mais duas colegas nossas, "ficou destinado" ele imortalizar a Ana Rita num pedaço de guardanapo de papel.
A minha filha já não se deve lembrar deste episódio, e do retrato também não, encontrei-o no meio de vários documentos, totalmente desorganizados. As obras que se efetuaram nesta minha casa de Lisboa, revolucionaram toda a minha arrumação mas, “há males que vêm por bem” e com esta revolução estão a surgir surpresas bem agradáveis.
Como esta!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

EM MEUS BRAÇOS


Todas as noites a acolho nos meus braços, passo as noites com Ela.
Às vezes assumo uma atitude bastante ativa, outras vezes fico adormecido.
Ela gosta de mim, ultimamente desperta-me no início do seu serão e, umas horas mais tarde, que para mim parecem uma eternidade, quando se vem deitar, dirige-me palavras afetuosas…
Já não consegue passar sem a minha presença, escutei eu, numa conversa telefónica, entre ela e uma tal Ana!
Fico ufano por me sentir imprescindível! Sinto-me feliz por ser tão bem tratado e por Ela não me exigir mais do que posso dar, é que já não sou muito novo! Ela também não é!
Adoro ser quem sou! Sempre foi o meu sonho ser…um cobertor elétrico.

domingo, 2 de dezembro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA CX



Tenho ocupado o meu tempo, a um ritmo muito meu, de tal modo que cada vez me sinto mais tranquila. Tenho tido tempo para tudo aquilo de que gosto, é certo que não  sou, penso eu, demasiado exigente. O blogue está nas minhas prioridades mas não entre as primeiras, talvez por isso a Doçura ou Diabrura, tenha aparecido fora de prazo.
Já tenho as obras na casa de Lisboa prontas, finalmente! Este fim  semana fiquei por cá. Estou acompanhada, tenho comigo os meus netos! Enquanto eles tomam o pequeno almoço vou matraqueando as teclas do computador para vos deixar mais uma poesia de uma autora pouco conhecida.




VONTADE

Ai que vontade de partir
Sei lá, talvez de ir ver o mar
Vontade de fugir
De poder partir, navegar,
Naquele mundo em que fui a sorrir
Capaz de te amar
Contigo ao meu lado
Ir até ao fundo do mar 
Sentir o desejo e a vontade
Alcançar o ego do destino
Que um dia fomos capazes de desfrutar
Ana Cristina Canhoto Vieira ( in, Poiesis, vol V, Editorial Minerva)


OS MEUS DESEJOS DE BOM FIM DE SEMANA, VÃO PARA UM "RESTO" DE DOMINGO MUITO BEM PASSADO!
PARA TODOS FICAM OS MEUS BEIJINHOS EMBRULHADOS!



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

SASSARICANDO



Hoje passei o dia em Lisboa, quando vinha de regresso ouvi esta canção na antena 2, canal onde gosto de ouvir música clássica, dei por mim a cantá-la também. Cantá-la é um pouco exagerado porque, embora as pessoas que me conhecem bem, achem que tenho uma voz e um sorriso muito bonitos, a cantar assusto até as formigas.
O sassarico não me sai da cabeça, vejamos se vos contagio, toca a cantar e a sassaricar! Haja alegria!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PONTO FINAL


Já chega de tanto choradinho, “tristezas não pagam dívidas”, que eu saiba não devo nada a ninguém (exceto ao Estado, porque ele diz que sim).

Saltitando de blogue em blogue, não como um passarinho mas mais como uma galinha ainda por cima choca (não vou ter pintainhos, juro!), vejo alguns, e cada vez mais, murchinhos, a perderem o brilho a que estava habituada, desanimados, com publicações muito esporádicas, com conversa apenas para encher (talvez como este), a desaparecerem…
Toca a colocar um ponto final nesta situação! Há crise? Há! Estamos a ser mal (des) governados? Estamos! Há uma solução imediata à vista? Não faço ideia! … Em sentido oposto, tenho família, tenho amigos, tenho saúde, tenho sentimentos, tenho emoções, tenho sonhos, tenho vontade de viver, tenho vontade de lutar…!
Não! Não sou indiferente ao que muitas famílias estão a passar, ajudo do modo que sei e posso, mas também sei que milhões de pessoas morrem de fome pelo mundo fora e não deixo de me alimentar.
Vou colocar um ponto final nas minhas lamentações, estava a ser egoísta, o “meu caso” é um grão de areia no mundo das reais tragédias humanas.
Vou em frente porque: acredito na amizade, no amor, na solidariedade, na esperança,…
Ponto final, parágrafo!





terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONTIGO

Contigo vivi semanas com uma intensidade que me fizeram ultrapassar o tempo, concretizei sonhos de uma mulher intranquila que sentia falta de alguém a seu lado.
Entreguei-me num êxtase de adolescente, entre nós tudo era possível, estávamos tão próximos, os nossos corpos tocavam-se com ternura, com amor, com paixão. Ficava perdida a cada gesto teu! Bebia todas as tuas palavras, todos os teus gestos! Sentia-me feliz!
Um dia vi o teu verdadeiro rosto e é-me difícil perceber como é que alguém pode fingir tanto!
Contigo desabrochei! Contigo feneci!
A minha vida vai-se esgotando, eu vou freneticamente buscando, como alguém mergulhado em águas turvas, tábuas a que me agarrar, quero continuar à tona, quero manter um sopro de vida que me permita sair deste lodaçal!



domingo, 18 de novembro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA CIX


A semana que passou foi pródiga em tarefas realizadas, cansei-me mas um cansaço saboroso, coloquei para  trás a pesquisa de poemas de autores portugueses para publicar esta Doçura ou Diabrura, mas  para não deixar de vos desejar um EXCELENTE FIM DE SEMANA, embora hoje já seja domingo, optei por uma canção de amor, aqui vai:




BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ALDEIA DE ESCAROUPIM

Na minha fuga para o Ribatejo, a minha amiga levou-me a visitar vários locais, mas esta localidade, a Aldeia do Escaroupim, encantou-me!
Fica perto de Salvaterra de Magos, muito  pequena mas ainda com  algumas casas com características adaptadas às cheias com que o rio Tejo, de vez em quando, a brinda, um cais com imensos barcos, uma vista muito agradável, muito sossegada! Ouvem-se os pássaros, observa-se um braço do rio.
Deixo-vos com alguma documentação fotográfica da minha autoria, como sabem sou uma excelente fotógrafa (socorro o nariz está a crescer-me!)!


Azulejos que descrevem as casas típicas locais



As cadeiras de plástico deviam ter levado sumiço
Um pormenor

O cais com imensas embarcações, ao fundo um excelente restaurante
Uma das casas mais moderna


 Com estas pistas idealizem o cenário,... sonhem, de preferência, em muito boa companhia…
Sonhem com um pôr do sol como o que se segue:
Fotografia retirada da net

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

NOVA AMIGA


O meu coração tem mais uma habitante! Através de alguém com quem ambas lidámos, num passado já meio esquecido, achei-a!
Conheci-a há muito pouco tempo mas tenho a sensação que somos amigas desde sempre. Embora já tenhamos estado juntas mais do que uma vez, na semana passada fui, pela primeira vez, à sua quinta algures no Ribatejo.
Fui recebida pelo
Igor

e pelo  Mushi  que não teve direito a fotografia, não sei bem porquê.  Lá pernoitei!
De manhã, após uma noite bem dormida, a quinta estava assim

 passadas umas horas, a paisagem já se tinha alterado





 Ir até ao Ribatejo foi uma “fuga” (as minhas já conhecidas fugas, atualmente muito raras) que me fez um bem enorme, o convite que me foi endereçado chegou na hora mais apropriada, certo como um relógio suíço.
Estivemos só as duas, o outro habitante da casa estava longe, em viagem de negócios. Sobre mim abateu-se uma enorme tranquilidade, uma tranquilidade como já não sentia há uns meses. Senti calor humano, fui mimada! Fui tão bem recebida que, depois de jantar, soube que podia passar o serão num à vontade como só em minha casa o faço, vesti-me para a noite, aproveitei para tricotar um pouco, enquanto conversávamos e deixávamos o televisor debitar palavras.
Passeámos muito, embora o tempo estivesse chuvoso, fui a locais que não conhecia e a outros dos quais já não me lembrava.
 Ela é uma excelente cozinheira, rápida na confeção, perfeita nos temperos, tomámos as refeições em casa! Trouxe sobras para minha casa (uma “vergonha” que me soube muito bem)!
Conversámos muito, numa troca de experiências de vida, relacionadas com as nossas diferentes gerações, diferenças que se aceitam e que se entrecruzam na perfeição! Somos muito parecidas nas nossas diferenças.
Muito obrigada MR! Bem-haja querida!

P.S. Num próximo post falar-vos-ei de um dos locais que visitei e que não conhecia


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA CVIII

Et voilá! Chegámos ao fim de semana, parte da qual, passei algures num recanto ribatejano. 
Depois conto! Agora vou deixar-vos com mais uma Doçura ou Diabrura.
Pintado por Salvador Dali


IDEIAS SOLTAS

canto ideias soltas
letras, poetas
de outro mar

conto sonho e desejo
simples razão de existir

grito paixão e sonho
Poetamor
rasgo de dor

bebo palavras loucas
cantos sentidos
no seu olhar

sinto  a livre vontade
pura liberdade de prosseguir

o céu vermelho rasgado
quero sempre
sempre seguir


Maria da Silva Cardoso ( in Poiesis, vol xv, Editorial Minerva)



A todos desejo um fim de semana repleto de sonhos a realizar e um ótimo dia de São Martinho, mas sem excessos!
Convosco ficam os meus beijinhos embrulhados, desta vez, com um cheirinho a castanhas assadas  e porque não? A água pé ou a jeropiga (escolham, eu prefiro a primeira)!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

FERRADURAS

Na esplanada de um dos cafés da "minha" aldeia


Maria: A minha afilhada vai abrir uma nova loja, quando abriu a primeira dei-lhe uma ferradura, parece que lhe deu sorte. Na inauguração desta, gostava de lhe dar outra, mas não sei onde a arranjar.

Eu: Tenho uma, há séculos, na bagageira do meu “velhote”. Ofereço-lha de boa vontade!


Assim fiz! Mas passados uns dias fiquei zangada, arrependida, por ter dado a ferradura, ela habitava o meu Peugeot há mais de 20 anos, fazia parte integrante dele, passou tanto tempo que já nem me lembro como lá foi parar.

Passei dias a pensar na ferradura "perdida", de tal modo que, quando fui  à escola de equitação queixei-me à minha treinadora:
Estou muito zangada comigo, dei uma ferradura que tinha há anos a uma pessoa que mal conheço e agora ando louca por ter outra. Onde é que vocês as arranjam?
Não é porque acredite no seu significado mas porque... 
Contei-lhe a história!



Parte do material roubado
A treinadora: uma ferradura para dar sorte tem que ser roubada ou achada, perto das casas de banho há imensas já velhas e enferrujadas.


Com esta dica, entrei num enorme gamanço, não fanei uma, nem duas, nem
 três, fanei um monte delas. Tenho andado a recuperá-las para que amigas minhas as “achem”. Tenho que inventar um processo para que tal aconteça.






A primeira que recuperei, ofereci-a à treinadora, representa o Bonito, o cavalo que tem aguentado comigo, acrescentei-lhe como não podia deixar de ser uma namorada ruiva de olhos verdes e outros pormenores que podem apreciar.
O Bonito e a Namorada















Ainda estou muito no princípio mas aqui deixo as fotografias das que já estão prontas.










A Esmeralda (vai para uma amiga que adora cavalos pretos)





Reciclar é actualmente o meu grito de guerra na bricolage!




Nota: Sou uma nódoa a montar post com várias fotografias, este ficou uma enorme porcaria!

domingo, 4 de novembro de 2012

TRALHA

Há poucos dias, um Poeta que por aqui passa e deixa sempre uma pegada, escreveu no seu espaço, um pequeno poema delicioso, com trocadilhos apropriados ao contexto poético. Embora a vontade seja muita, como não lhe pedi licença, não o transcrevo, nele está associada a palavra tralha a uma “criança travessa”. Percebi a analogia, mas decidi brincar no comentário que lhe fiz dizendo que uma criança não é tralha mesmo que seja travessa e interroguei: Como é que a mesma língua pode ter significados tão diferentes?

É interessante como uma palavra que se usava pouco nos passa a surgir no léxico diário.
No dia seguinte encontrei tralha, uma verdadeira e real tralha, debaixo do telheiro onde abrigo o meu bólide, há montanhas de anos. O telheiro não é propriamente propriedade minha, é-me emprestado.
Durante a noite um amável (ou uma) vizinho, tinha decorado metade do meu espaço, como se pode ver na fotografia, com uma série de artefactos em muito mau estado de conservação, nojentos e de um modo muito desorganizado, ao menos que fosse tralha arrumadinha.
Infelizmente, em muitos locais, há sempre uma ovelha negra que age no escondidinho da noite e tem este tipo de ações muito pouco civilizadas.

Querido Poeta, mesmo gostando muito do seu poema, afirmo: isto é que é TRALHA! 

sábado, 3 de novembro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA CVII

Num fim de tarde, de um dia da semana que passou, estive em amena cavaqueira com a minha neta de 7 anos, dizia-me ela: "(...) e no sábado fui a uma festa, estava lá o Gonçalo, o meu ex-namorado (...)"
E esta hein? Será uma DOÇURA? Como avó confesso que fiquei totalmente entupida!

Fotografia da autoria de João Candeias, um jovem amigo
AMOR E ÓDIO
Odeio-te!
Como te poderei odiar
Se te amo tanto?!
Odeio-te,
Tu és o sol que se oculta nas nuvens da indiferença
E que provoca todo este dilúvio de sentimentos
Que me fatiga e enlouquece

Odeio-te!
Tu eras o sonho que se deitava comigo,
Eras  luz da esperança
Que entrava pelas janelas abertas da minha alma
Todas as manhãs.

Odeio-te
Eras o sonho estéril e maldito
As marés encrespadas, o naufrágio,
Do meu pobre barquito.
Odeio-te!
De tanto te amar...
Conceição Bernardino (in, Poiesis,vol.XV, Editorial Minerva)


PARA TODOS UM FIM DE SEMANA CHEIO DE AMOR E POUCA CHUVA!
ODEIEM-SE OU AMEM-SE, AMBOS OS SENTIMENTOS ANDAM DE MÃOS DADAS!
NÃO SE ESQUEÇAM DE COLHER OS BEIJINHOS EMBRULHADOS QUE DAQUI VOS ENVIO!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

RENOVAR

Durante o mês que terminou deu-me uma vontade imensa de fazer remodelações, renovar, renovar, renovar,…era a palavra que insistia em bater, com alguma delicadeza, na minha cabeça. Não renovar o corpo físico que esse é meu, é único, é o original, vou-o tratando bem, mas nada de alterações como hoje está tão na moda. Queria arejar os espaços físicos para que o interior da minha louca mente, dos meus negros pensamentos, também aproveitasse.
Comecei pelo sótão e pela arrecadação, os sítios menos improváveis para tal efeito pensarão alguns.
Vista "panorâmica" da janela do meu sótão
Na arrecadação espero só entrar e sair, no sótão vou permanecendo, qual “(A)Princesinha” (lembram-se dos contos da condessa de Ségur, da coleção azul) fechada no sótão do colégio por ter passado ao estatuto de pobre.
Neste local, que ficou tão convidativo que até os meus netos querem vir para cá fazer os trabalhos de casa, tenho-me reencontrado com os meus sonhos, com a tranquilidade desejada, com o ar leve que precisava de respirar, …
Aqui estou a recomeçar a concentrar-me nas minhas leituras que tão bem me fazem, sinto-me longe dos problemas que grassam lá fora, oiço o ladrar dos cães, o chilrear dos pássaros que andam muito baralhados com o clima ameno impróprio desta época. Neste preciso momento, oiço vozes de mulheres falando mas não consigo, nem quero entender o que dizem, prefiro tentar adivinhar e imaginar uma história,… devanear.
Olhando pela pequena janela vejo um espaço, espaço me deixa apreciar uma zona campestre, salpicada por pequenas casas, cortada ao fundo, na linha do horizonte, por uma serra.
Estou revivendo! Estou tranquila! Hoje sou ÁGUA!

Deixo-vos espreitar uma parte dessa minha vista rural, apenas um pequenino ângulo!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CONFISSÃO

Confesso:
- a crise que atravessamos preocupa-me muito
- a falta de civismo põe-me histérica
- a hipocrisia dá-me vontade de “estrangular” meio mundo
- a mentira entristece-me
- a desumanização considero um crime
- o modo como a jovem geração está a ser educada confunde-me
(…)

Paranóia de Salvador Dali 

Com esta pequena confissão quero dizer que estes são assuntos que não quero “discutir” aqui neste espaço, são temas que não me são indiferentes, neles intervenho, com bastante frequência, mas com interlocutores a que possa ver os olhos (creio que quem me lê me compreende).
Durante anos debrucei-me num estudo aprofundado sobre as Ciências do Comportamento e sou uma mulher de Ciências, também não quero falar de assuntos aprofundados sobre Física Quântica, sobre Geometria Euclidiana, sobre a cisão ou a fusão dos átomos, nem em nada que seja afim.
 Aqui gosto de falar dos meus afetos, do meu dia-a-dia, dos meus desgostos e principalmente das minhas alegrias, o que não me impede de aflorar os assuntos que acabei de “renegar” .
“Posto isto e os factos” e continuando numa de confissão, assumo que atualmente, eu que era uma devoradora de livros (não os comia com faca e garfo, não suspendam a respiração) tenho lido muito pouco, não porque me falte material, mas porque ainda tenho alguma dificuldade em concentrar-me na leitura.
Passei por um período muito doloroso, uma fase que se está diluindo no tempo. Para que tal continue a acontecer, e esse estado de espírito fique totalmente arrumado, tenho ocupado grande parte do meu tempo na produção de objetos que vou recuperando de outros que estavam a meio caminho da lixeira mais próxima. As “fugas” que fazia sozinha estão em suspenso, falta-me força anímica!
Continuo a usufruir de alguma futilidade, vou à massagista, frequento uma escola de equitação, tenho uma professora de educação física que vem a casa, trato do meu físico,…sou vaidosa!
Não quero perder o meu lado humano de pessoa que gosta de pessoas, de animais, de plantas, de livros,… nem o meu lado de romântica incurável que vê no AMOR uma panaceia para todos os males!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA CVI

Claude Monet (1840-1926)

Semana estranha de encontros e desencontros. No entanto passou a uma velocidade mach 1, não me desconjuntei (caso contrário não estava agora a teclar) e aqui estou para vos oferecer mais uma DOÇURA OU DIABRURA.

A cidade estava coberta de neve, as carruagens passavam na larga avenida a um ritmo lento. Tinham encontro marcado na casa de chá onde se tinham conhecido. Na penumbra do silêncio ele sentiu-a chegar, no ar espalhava-se um suave perfume, o perfume dela. Não a vi-a há uma eternidade, embora na tarde anterior tivessem estado juntos…
Levantou-se para a receber, nos seus braços estendidos ela aninhou-se num abraço terno, beijaram-se, … prenúncio de uma vida a dois.
A neve derreteu, o sol brilhou na larga avenida e a cidade ficou mais bonita! 
Maria Teresa

Que este fim de semana seja: sem neve, sem muita chuva mas com o coração a escaldar e bem preenchido!
Beijinhos embrulhados para todos! 

P.S. Os meus livros de poesia estão em Lisboa, o material de onde costumo retirar a Doçura ou Diabrura. Desculpem terem que aturar as divagações pelo meu imaginário romântico muito soft, como convém a um blogue para todas as idades.