domingo, 27 de abril de 2014

INSONE

O Violino ( Vladimir  Kush 1965- ? pintor russo
Raramente, muito raramente, tenho dificuldade em adormecer, esta noite está a ser uma excepção.
Sua excelência, o senhor sono, fugiu de mim, solicitei a presença de Hipnos, seu superior hierárquico, mas este não me respondeu, usei truques de que ouvi falar: um banho de imersão bem quentinho, um copo de leite morno, ... 
Nada! Nadinha! Embora esteja relaxada, ouvindo uma obra musical, em que os violinos imperam, as pálpebras recusam-se a descer suavemente.
Um sonorífero talvez fosse a solução mas não tenho em casa esse tipo de panaceia. 
Quedo-me observando a fotografia da tela pintada por Vladimir Kush e procuro refugiar-me na nuvem que vejo ao fundo, divago... nela vejo-me aninhada como gostaria de me aninhar no regaço de minha mãe, de lá observo o planeta dos enamorados em fase crescente... crescente como o meu desejo de conseguir adormecer.
Sonhar acordada é algo que não faço há muito, deixo-vos e vou fazê-lo AGORA! 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

SOLIDARIEDADE

A Maria é uma atriz portuguesa que foi para o Brasil há uns anos, a vida não lhe correu como tinha programado e ela orgulhosa não quis preocupar quem a ama, mostrava o seu lado otimista encobrindo o seu sofrimento.
Aos poucos e poucos foi ficando em péssimas condições de sobrevivência até que, querendo continuar a viver, deitou fora o orgulho e confessou aos amigos o que lhe ia na alma, um grito pungente, dorido...
Não a conheço pessoalmente mas “li” esse grito, sou dele testemunha e do modo como os amigos se uniram e conseguiram, não muito facilmente, retirar a Maria da “ilha” onde vivia, levando-a para um lugar mais “tranquilo”.
É um caso que me tem perturbado* imenso, neste movimento de solidariedade vejo com muito agrado que ainda há pessoas com uma capacidade enormíssima de se entregarem numa luta contra o tempo, a distância, a dificuldade de comunicação,...
A Maria chega amanhã à noite a Lisboa, num voo da Lufthansa e certamente que terá muitos amigos à sua espera para finalmente a abraçarem!


* De vez em quando tenho dois sonhos, um deles traduz-se na minha estada fora de Portugal e de repente sentir-me perdida, sem dinheiro, sem saber onde estou, sem entender a língua que as pessoas a quem me dirijo falam... O meu acordar é terrifico!