quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Destino certo

Vou viajar com destino certo. Também gosto de o fazer sem saber para onde vou, fazer as malas e deixar-me conduzir, por alguém em quem confio.
Viajar descontraí-me, diverte-me, rejuvenesce-me. É bom conhecer novas gentes, novas paisagens, outros costumes, outras culturas...
No entanto olhando para o firmamento vi uma estrelinha piscando e sorrindo, atrevidamente, sussurrou-me ao ouvido: ainda não partiste e já sentes saudades...
Como é possivel que esta estrelinha longe, tão longe, consegue ver o que se está escrevendo e desenhando no meu coração?
Vou voltar! Prometo! E vou trazer na minha bagagem toneladas de beijinhos embrulhados para distribuir por todos...

Oração "adaptada"

As crianças da minha família enquanto pequeninas, ao deitar, rezavam e rezam a seguinte oração muito conhecida:
"Anjinho da minha guarda, minha doce companhia, guardai-me por toda a noite e amanhã por todo o dia."
Leiam, agora a versão "adaptada" dita pelo meu filho mais velho, ainda bem pequenino, com 3, 4anos:
"Anjinho da minha guarda, minha doce companhia, guardai-me por toda a noite e... amanhã vamos à praia?"
A voz das crianças "foge" para a pergunta sobre o assunto que mais lhes interessa ... é a sua inocência em estado puro.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Uma questão de interpretação



Local: Cozinha da quinta dos meus bisavós
Época: Anterior a 1920, a minha mãe ainda não tinha nascido.
Intérpretes: A minha bisavó Maria, Françoise (uma amiga francesa) e a minha tia-avó Maria Teresa
Acção: A minha bisavó depenando uns pássaros que o meu bisavô tinha acabado de caçar, a amiga observando, a minha tia andando a cirandar, ajudando a preparar a petiscada que se avizinhava.
Françoise: Fait chaud!
Maria: É preciso muita pachorra é!
Final de cena: Maria e a amiga sorrindo uma para a outra, convencidas que tinham comunicada na perfeição e a Maria Teresa fugindo da cozinha em grande velocidade sem conseguir conter as gargalhadas...

História verídica, ouvida milhentas vezes da boca da minha tia-avô, repetida pela minha mãe e pelo maroto do meu tio Zézito que cresceram a ouvi-la contar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PAIS DE HOJE




Ser mãe e pai nos dias de hoje é lutar contra parte de uma sociedade na qual nos movimentamos, sociedade que tem regras(?), leis(?), costumes culturais...e entre tudo o que, exaustivamente poderia citar existem os meios de comunicação, forças muito poderosas, que conseguem vencer, pais, família, amigos, professores, conhecidos.... e até uma nação.

A nossa cultura é muito permissiva, permito-me dizer promiscua, "é proibido proibir" alguém o disse, é URGENTE não ouvir este conselho.

A CRIANÇA ouve, vê e lê, a toda a hora, anúncios que promovem os brinquedos bélicos, os heróis aguerridos, a agressividade, a lei do mais "esperto", a irresponsabilidade, a adulteração das palavras e dos seus significados, as frases com conotações sexuais, a beleza física, a comida "pré-fabricada",... Vê pessoas promovidas a "heróis da nação" por actos que de heróico nada têm.

Pensem na obesidade que ataca cada vez mais as nossas crianças, que lhes afecta a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida , o que tem reflexos na delapidação do nosso erário público. Passar horas em frente de um televisor, ou de um computador, impede-as de: ler um livro, ouvir contar uma história, falar com um amigo imaginário, sonhar que voam, colher uma flor, afagar um cão, acalentar uma boneca, brincar às casinhas, jogar à bola, andar de bicicleta, trepar a uma árvore, escalar um muro,..Há estudos que comprovam que este imobilismo, muitas vezes acompanhado pelo consumo compulsivo de pipocas, de Chipicaos, de gomas, de chocolates,... aumenta e muito o índice de massa corporal, deste aumento até à obesidade vai um pequeno passo.É tão fácil, passar um fim-de-semana inteiro, em frente de um ecrã! Não é que a CRIANÇA não gostasse de ir brincar para outro lugar, até talvez gostasse, mas sempre que começa um novo filme ou um novo jogo, a dopamina(*) actua sobre os tecidos cerebrais e antes que ela se aperceba já o Sol "foi dormir".Cada "dia" que passa, neste corre corre da vida moderna, o tempo para a CRIANÇA dedicar à actividade física e mental vai sendo cada vez mais curto.

Pensem na violência que tanto tem alimentado os media, com relatos que vão ao absurdo do pormenor.Não é apanágio dos dias de hoje, os pais queixarem-se contra a pressão da sociedade. Actualmente, há uma diferença, para além da alteração de determinados valores sociais, há a proliferação da tecnologia, que os desvaloriza.Existem cada vez mais crianças a usarem linguagem agressiva, quer no modo como é expressada corporalmente quer nas palavras usadas, a desrespeitarem e a ameaçarem fisicamente os outros. Muitas destas crianças, não estão com este tipo de atitude a reproduzirem o que vêem ou ouvem em casa, estão a reproduzir o que vêem e ouvem nos meios de comunicação.Infelizmente, sempre houve, há e haverá crianças com perturbações a cometerem actos semelhantes ou ainda piores, capazes de comportamentos extremos e que não foram influenciadas pelos media.

Como definir o que é um comportamento extremo? Este depende sempre do que é normal. Se na sociedade em que está inserida, é "normal" a aceitação de insultos, de confrontos verbais e físicos, o comportamento extremo pode ir até à situação de crianças que matam outras crianças, o que infelizmente, é cada vez mais frequente, em países como os Estados Unidos, a Inglaterra e outros.

A ligação entre os meios de comunicação e as atitudes e comportamentos tem sido motor de arranque para investigações bastante aprofundadas, exaustivas e cientificamente comprovadas. E que dizer do desempenho escolar?A capacidade de leitura das nossas crianças tem vindo a diminuir e a culpa, infelizmente, não é apenas dos professores, a solução seria muito mais fácil.Saber ler requer tempo, são necessários, em média, quatro ou cinco anos, para se adquirir a capacidade básica de leitura.A televisão e o computador oferecem uma informação imediata, não é necessário esforço, é um caminho fácil, por isso a CRIANÇA pouco motivada para a leitura, sente-se frustrada e desiste do "esforço" muito facilmente.Há, evidentemente, muitos outros factores que estão por trás da crise de leitura das nossas crianças mas, uma coisa é certa, se elas passarem muito tempo em frente ao televisor ou ao computador, essa capacidade não se desenvolve ou então, a duração desse desenvolvimento é extremamente longo.
Nem tudo está perdido! Há sempre esperança que todos os agentes educativos possam actuar a tempo!Como fazer face a este panorama? Como minimizar os efeitos negativos apontados?A educação de uma CRIANÇA não passa por a desligarmos totalmente dos media. Tal seria impossível, além disso estes meios podem oferecer oportunidades de informação bastante preciosas.Há que ponderar num equilíbrio, orientá-la de forma a saber tomar decisões que a tornem num cidadão responsável.
Sem conhecer receitas e sem grandes pretensões, vou enumerar princípios simples, do conhecimento de todos, com base no bom senso:
-Ter sempre presente que uma mensagem é, normalmente, compreendida de forma diferente por uma criança de 3 anos e outra de 7 ( a título de exemplo)
-Estabelecer regras, que devem ser explicadas, a limitarem o número de horas que podem ser dedicadas aos meios de comunicação
-Durante as refeições meios de comunicação "fora de serviço".
-No quarto da criança, computador, televisão ou jogos de vídeo não devem entram.
-Estar atento ao tipo de programas a que a criança pode aceder
-Ter regras bastante precisas sobre o uso da internet
- SABER DIZER NÃO.
Há muito que passou a hora de ligar, ou desligar, o bem estar físico e psíquico dos vossos filhos com os media.

Nota: (*) A dopamina é um neuro transmissor, que tem como função estimular o sistema nervoso central, está por detrás da dependência do jogo (incluindo os tecnológicos), do sexo, do álcool e de outras drogas. Numa linguagem "vulgar" pode dizer-se que é o químico do cérebro "feliz".

domingo, 23 de agosto de 2009

SEDUÇÃO

Há momentos em que as minhas palavras não conseguem o tom apropriado para exprimir a minha revolta. Busco quem as sabe manejar quase na perfeição, os poetas.

Sem mais palavras deixo-vos com a sabedoria de Brecht


Contra a Sedução





Regresso não pode haver.

O dia já fecha as portas,

Já sentis o frio da noite:

Não haverá amanhã.

Não vos deixeis enganar,

E que a vida pouco vale!

Sorvei-a a goles profundos!

Pois não vos pode bastar

Que tenhais de a abandonar!

Não vos contenteis de esp'ranças,

Que o tempo não é demais!

Aos mortos a podridão!

O maior que há é a vida:

E ela já não está pronta.

Não vos deixeis seduzir

Ao moirejo e à miséria!

Que pode fazer-vos o medo?

Morreis como os bichos todos,

E depois não há mais nada.

Bertold Brecht, in 'Canções e Baladas'

sábado, 22 de agosto de 2009

ERRO DE PERCEPÇÃO


Num passado, já um pouco distante, quando a praia de Santo Amaro de Oeiras era "in" ( na época não se usava esta palavra ) e a da Torre não existia, durante a época estival, a minha mãe, eu e o meu irmão, íamos com uma amiga a M.E. e as suas duas filhas passar lá parte da tarde. O modo de estar na praia era muito diferente do actual, alugava-se um toldo, cadeiras de madeira pequenas e espreguiçadeiras, o banheiro ( o actual concessionário) tinha uma deferência muito especial para com todos os banhistas, todos nos conhecíamos, as relações humanas eram diferentes, muito mais humanizadas, ele chegava a levar as crianças ao banho e muitas vezes era o "professor" que as ensinava a nadar, com uns métodos que nada tinham a ver com os actuais, eram até "brutais" As senhoras quando estavam menstruadas não iam ao banho e até nem se punham em fato de banho, o penso higiénico ainda existia ou não tinha cá chegado.
Na ida essa amiga ia connosco, na volta era o marido que a trazia. Durante uns dias, juntou-se-nos a M.C. com a respectiva prole. Era costume da M.E., quando estava perto da hora da chegada do marido, passar o tempo a olhar para a estrada, para o local onde ele costumava estacionar.
Estas movimentações eram tão visíveis que chegou um dia em que a M.C. comentou: "M.E. vê-se mesmo que adoras o teu marido, quando ele está para chegar ficas diferente, vê-se mesmo que estás ansiosa pela sua chegada !"
A M.E. sorriu mas nada disse, mais tarde comentou com a minha mãe: " Ouviste o que a M.C. disse? Mal sabe ela que eu estou sempre muito atenta com a chegada do M. para nos despacharmos, caso contrário ele, refila, refila, "amarra" uma cara e ninguém o atura!"
Há maridos e maridos! Há mulheres e mulheres! Cada qual com a sua percepção e com a sua forma de estar na vida.
Actualmente esta história verídica faz-me sorrir e pergunto : será que as relações humanas mudaram muito?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Valsa

Eis as palavras do grande poeta, Federico García Lorca, que foram o suporte de inspiração para "Take this Waltz". Esta canção foi-me dedicada por Alguém virtual, que me conseguiu perturbar de um modo que se Tornou obsessivo, tornou-me por um tempo, que considero demasiado longo, uma mulher inquieta, Alguém que brincou ao "toca e vai embora" e nunca teve a coragem de a dançar comigo.
Todos os actos da nossa vida Tem um preço, não são gratuitos ...



Um beijinho embrulhado para esse Alguém que afinal até perturbou os meus sonhos, que fez parte da minha vida ...

Vals Vienés Pequeno
Viena en diez muchachas de feno,
un hombro donde solloza la muerte
y un bosque de palomas disecadas.
Hay un fragmento de la mañana
en el museo de la escarcha.
Hay un salón con ventanas mil.
Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals con la boca cerrada.
Este vals, este vals, este vals,
de sí, de muerte y de coñac
que moja su cola en el mar.
Te quiero, te quiero, te quiero,
con la butaca y el libro muerto,
por el melancólico pasillo,
en el oscuro desván del lirio,
en nuestra cama de la luna
y en la danza que sueña la tortuga.
Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals de quebrada cintura.
En cuatro Viena hay espejos
donde juegan tu boca y los ecos.
Hay una muerte para piano
que pinta de azul a los muchachos
. Hay mendigos por los tejados
Hay frescas guirnaldas de llanto.
Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals que se muere en mis brazos.
Porque te quiero, te quiero, amor mío,
en el desván donde juegan los niños,
soñando viejas luces de Hungría
por los rumores de la tarde tíbia,
viendo ovejas y lirios de nieve
por el silencio oscuro de tu frente.
Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals del "Te quiero siempre".
En Vienne Bailaré contigo
con un disfraz que tenga
cabeza de río
. Mira qué orillas tengo de jacintos!
Dejaré mi boca entre tus piernas,
azucenas mi alma en fotografías y,
e en las ondas oscuras de tu andar
quiero, amor mío, amor mío, dejar,
violín y sepulcro, las cintas del vals.

Tu e Eu nunca Nós

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

AVÓS DE HOJE... MÃES DE ONTEM


Num entardecer recente e ameno em que me dava ao luxo de deixar o pensamento correr sem rumo fixo, emergiram na minha mente as traquinices dos meus netos e "ouvi" a frase, actualmente, muitas vezes repetida: "todos são assim, nós já éramos assim".

Interroguei-me que mães fomos nós, avós de hoje? Na grande maioria nós, as avós actuais, com netos a entrar na puberdade, fomos mães nas décadas de sessenta e de setenta, na época em que pelo mundo fora surgiram os hippies, com a frase idiomática "Peace and Love" e que, por influência deles, as questões ambientais, a prática de nudismo, o não à guerra e a emancipação sexual tornaram-se ideias discutidas mais "às claras" e mundialmente.

Em Portugal este movimento expressou-se nas artes: música, pintura, arquitectura, moda, literatura,...Os textos reflectiam a revolta contra a guerra do Ultramar (iniciada em Angola em 1961), a ausência de liberdade de expressão, a pobreza e o analfabetismo.Dancámos ao som dos Beatles e dos Roling Stones. Fomos as primeiras a adoptarmos o planeamento familiar, a entrarmos "em força" no mercado de trabalho, a ganharmos autonomia , a traçarmos o nosso próprio caminho. Quase todas tivemos ou temos algum tipo de actividade profissional, ousámos questionar uma certa tradição da família e da escola, rejeitámos o modelo autoritário dos nossos pais sob o qual fomos criadas e começámos a aplicar uma disciplina baseada na compreensão dos problemas das crianças. Os nossos filhos deixaram de ser os bebés a quem se tinha apenas de mudar a fralda e de dar de comer com uma certa regularidade, passaram a ser compreendidos como seres com identidade própria, ou seja PESSOAS com direitos e com deveres, seres sensíveis e pensantes. Comigo e com as outras mães de "ontem" surgiu a necessidade de conciliar a vida familiar com a vida profissional, lutar no trabalho pela igualdade de direitos e por deitarmos "abaixo" a discriminação.

No pós 25 de Abril, com a democracia a permitir determinadas mudanças sociais, passámos a ter acesso a lugares de chefia e à presença activa em certas reuniões. Só que estas mudanças tiveram, por vezes, preços elevados, o divórcio subiu em flecha, houve que se buscar um novo equilíbrio e começaram a surgir novas formas de união nem sempre com sucesso.Tornámos possível aos nossos filhos a entrada mais facilitada nas escolas e na sociedade. O é "proibido proibir", foi defendido pela maioria das mães, nas quais me incluo, que educámos sem nos basearmos em grandes regras, muitas vezes sem normas pré-estabelecidas, mas com bastante sensibilidade e intuição, porque éramos mães em "mudança". De acordo com Edgar Morin fomos "os agentes secretos da modernidade". Em Portugal, o 25 de Abril, permite-nos dizer que fomos agentes não secretos, pelo contrário, bem visíveis.

Hoje quem somos? Acredito que posso afirmar: Somos OS GRANDES EDUCADORES DA ACTUALIDADE e aqui incluo, não apenas a avó mas também o avô

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Sonho

Os sentidos adormecidos despertaram subitamente, alguém batia fortemente na porta do meu quarto. Como era possível? Quem teria tido a ousadia de penetrar na minha casa, de ter percorrido o meu corredor e invadido a minha privacidade? Não! Não podia ser! Não existia ninguém! Era o pulsar do meu coração totalmente descompassado, em ritmo tão desenfreado qual cavalo à solta, num galope veloz, por uma pradaria a perder de vista, mirei -me cuidadosamente tentando perceber se existia fisicamente. A marca ténue de uns lábios na minha mão direita trouxe-me à realidade, tinha acordado de um sonho! Seria o Sonho?
As imagens foram surgindo na minha mente...Perante uma alta e larga porta azulada, eu hesitava nos passos a dar, "mamã dá licença?" ..."quantos passos?"... intuía que se nela entrasse caía no vazio ou nos braços de Alguém. No avanço e recuo, no pára e arranca, decidi avançar e acabar com a angústia que me estava a possuir, avancei com medo mas também com esperança e vi-O, uma figura imponente, altiva até, mas esbelta, coroada por uma cabeça dissimulada por umas barbas e cabelos brancos tão compridos que escondiam a nuca, no lugar dos olhos dois lagos de águas muito escuras, nada se via para além da superfície, avançamos em uníssono e eu estendi-lhe a mão, Ele recolheu-a, afagou-a e nela depositou um prolongado beijo, ergueu-se, soltou-a e... diluiu-se num vazio infinito e intemporal.

"O sonho comanda a vida" diz o professor poeta, eu não sendo poeta , mas tendo sido professora, prefiro dizer o sonho, por vezes, descomanda a vida...
E fico num limbo de dúvida, foi sonho?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Macaca ou macacadas


Era uma vez uma avó, um poucochinho tresloucada, que foi passar com uns amigos um sábado de Julho à Costa de Caparica. O dia prometia muita coisa boa, estava lindo, havia um programa a cumprir verdadeiramente aliciante, acabaria, como acabou, com um jantar em que participaram cerca de 90 pessoas, antigos atletas de competição na modalidade de trampolins e respectivas famílias.
Depois do almoço, feito em privado, com um número muito reduzido de pessoas, foram todos até um parque infantil. Uma menina amorosa, de cinco anos começou a ficar triste porque não tinha com quem “saltar a macaca”, a avó não da menina, mas a da história, prontificou-se para saltar com tão honrosa companhia. Tudo a postos, o pai da menina começa a filmar, o jogo inicia-se, a menina salta e fá-lo na perfeição, é a vez da avó, primeiro pulinho, excelente, segundo pulinho com pernas abertas, catrapum, avó no chão. O pai, como qualquer realizador que se preze, não pára de filmar.
Todos se riem até a acidentada, resultado um filme em que se vê uma avó deitada no chão de costas e de pernas abertas ao léu, pois estava vestida de saia rodada, apontando para o céu que estava límpido, azulinho, como só o céu português consegue estar e… um pulso partido.
Como uma avó que se preza, não deu parte fraca, imobilizou o pulso e prosseguiu o resto do dia mas… cheiínha de dores.
Este episódio serviu de gáudio a muitos dos comensais do jantar e a avó sorridente e brincalhona, a fingir … só desejava o momento apropriado para poder dizer adeus e regressar a casa.
A história a partir daqui já não teve tanta graça, pelo menos para a avó, seguiu os trâmites que todos conhecem, hospital, ortopedista, mais risadas, raios X, gesso, mais risadas e ainda mais risadas.
Moral da história:
*AS AVÓS NÃO PODEM ANDAR A MOSTRAR AS CUECAS
*AS AVÓS NÃO PODEM FICAR CONHECIDAS, NUM HOSPITAL, PELA SENHORA QUE CAIU A JOGAR À MACACA
logo
*AS AVÓS NÃO DEVEM JOGAR À “MACACA”!

Será? O ortopedista aconselhou esta avó a voltar a jogar à macaca daqui por uns tempos…

domingo, 16 de agosto de 2009

Coração usado



Nas minhas passeatas pelo espaço internético, encontrei este diamante


"Vende-se um coração quase novo Um coração idealista Um coração como poucos Um coração à moda antiga Um coração moleque que insiste em pregar peças ao seu usuário
Vende-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar ilusões. Um pouco inconsequente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu..."Não quero dinheiro, eu quero amor sincero". Um idealista, Um verdadeiro sonhador.......Vende-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe, perde o juízo por completo em nome das causas e paixões. Sai do sério e, às vezes, revê suas posições arrependido de palavras e gestos.Esse coração tantas vezes incompreendido.... Tantas vezes provocado... Tantas vezes impulsivo.
Vende-se um coração que nunca aprende. Que não endurece e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Vende-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha mais juízo. Um coração que não seja tão inconsequente.
Vende-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras, que ainda não foi adoptado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem graça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo assim ainda tem esperança de ser amado!!!!! E como tem esperanças!!!!"
Autor desconhecido

A Rosa e o Pintor





Viajei um pouco pelo mundo, muito menos do que sempre desejei, uma coisa no entanto é certa, de quase todos os lugares que visitei e visito nas minhas loucas viagens, trago um cheiro, uma emoção, um gesto, um acontecimento... que me desperta o recordar esse mesmo lugar. De Viena de Aústria trouxe algo.
Visitei-a pela 1ª vez em 2008, comemorei com os austríacos o Dia da Mãe, o deles, que difere na data do nosso.
Nesse dia, que coincidiu com o dia de regresso ao lar e ao braços da família, com bastante tempo livre pela frente, para fazer o que me apetecesse, decidi dedicá-lo a uma visita ao Palácio de Belvedere, para apreciar uma exposição temporária do pintor Kokoshka de quem um amigo me tinha falado com bastante entusiasmo. Confesso que sou um pouco retrógrada em relação aos pintores impressionistas mas não me esquecerei jamais desta exposição, nem do acto que precedeu a visita.
Logo à entrada, numa altura em que a vida já estava a amaciar a minha aparente dureza e a metamorfosear-me num ser mais crente na gentileza, um jovem austríaco impecavelmente fardado, com uma vénia perfeita e bem ensaiada, ofereceu-me uma rosa amarela, disse uma frase que não entendi mas que me fez sentir tão "especial", tão única, tão feminina, ...Ele fazia o mesmo a todas as senhoras com idade para serem mães, mas eu senti como se aquele pequeno grande gesto me fosse exclusivamente dedicado, o meu ego ficou opado de orgulho por ser mãe e emocionei-me muito com esta homenagem, tão singela mas tão significativa.
Quanto ao artista Kokoshka, foi uma revelação, na sua obra, mais de 100 expostas, revela um traço em que o retrato predomina, ele transmite para a posteridade a mulher real, a mulher sem traços perfeitos, a mulher com rugas, a mulher despenteada, a mulher com barriga, a mulher.... Os esboços de nus e não só, aparentam uma leveza que parecem fáceis, consegui "vê-lo" com mãos suaves a colocarem no papel o que o seu espírito criador sentia. O seu amor por Alma Mahler é visível em várias obras e fiquei de tal modo extasiada com as suas criações que não senti o decorrer do tempo e o que tinha disponível para me manter na exposição esvaiu-se.
Resta-me a recordação, o desdobrável e a rosa seca...

sábado, 15 de agosto de 2009

Tempos certos



Não há tempos certos para me apetecer escrever, neste momento apetece-me, estou a fazê-lo neste simpático e até enternecedor local.Ontem passei uma tarde magnífica ao ar livre, no jardim da casa da filha, entre o ler, o dormitar, o fazer nada, o "doce fazer nada", o libertar o pensamento deixando-o caminhar lentamente num percurso alongado mas sem escolhos, pensamentos doces que trouxeram sorrisos aos meus lábios e o ralhar com a Petra , o Ruka e o Freddy, pelas tentativas de me saltarem para o colo, a tarde decorreu calma e fortalecedora do meu eu interior.A tarde abafada fez-me relembrar os verões passados no quintal da casa onde nasci, debaixo da glicínia, que cheirava meu Deus...
Estou numa fase da vida em que me divirto fazendo o que quero e me apetece, sem ligar a convenções, gozo e aproveito a minha liberdade. Tornei-me um poço de dualidade, não vou a espectáculos, a exposições e outros locais que adoro frequentar com amigas ou conhecidas, vou sozinha por opção, mas gostava de estar acompanhada. Leio, escrevo, ouço música e sinto-me transportada para um mundo diferente, um mundo em que não há dor, nem fealdade, um mundo de amor, de respeito e de compreensão.Brinco às casinhas e isso já não me atraí tanto, prefiro espreguiçar-me languidamente num canapé como fazia a minha tia-avô Maria Teresa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Para ti...

Não te conheço mas sei que existes, sinto-o em mim!
No voltear dos ponteiros da máquina que marca o tempo vou encontrar-te.
Mataremos a fome num amplexo cerrado, silhuetas indistintas de tal modo fundidas, beijar-nos-emos com a sofreguidão da juventude, amar-nos-emos com a sabedoria da idade, seremos eternos na nossa felicidade.
Para todos, mas especialmente para ti AMOR, um beijinho embrulhado:

http://www.youtube.com/watch?v=FOZJCH6EN9Q

Beijos


Há beijos e beijos... Os meus beijinhos embrulhados são as prendas sem grande valor material, mas com grande carinho que costumo dar à família e às pessoas de quem gosto, enfim... a quem AMO. Neste espaço penso enviar infinitos beijinhos embrulhados sob a forma de imagens e de palavras que exprimam o que sinto, o que penso e o que desejo. Beijinhos embrulhados!