terça-feira, 31 de agosto de 2010

RECADOS

Hoje vou divagar porque me apetece.
Prometam que não se vão assustar! A minha saúde mental (e já agora a física) está excelente, posso apresentar, a quem o solicitar, um parecer emanado por uma JM( junta médica)
Estes recados são para alguém, para ninguém, para todos, até para mim mesma, fazem parte da minha faceta “misteriosa” (que presentemente, é tão pequenininha que quase não se vê, já é necessário usar uma lupa).

Ter um endereço electrónico não prova nada! O nome de quem quer que seja não é assim tão importante. É preciso é que esse alguém seja digno do nome que "transporta".

Ouvir o REQUIEM de Mozart quando se está doente, em vez de se ouvir DON´T WORRY BE HAPPY de Bob Marley é de quem gosta de sofrer.
Ora escutem…


A grafologia estuda a "letra" de cada um de nós e não o conteúdo de uma missiva, esses conteúdos gosto eu de "esmiuçar" e devo dizer que, por vezes, me confundem mas não me magoam porque não o permito, mas roçam por lá.


Esta sexagenária, mais perto de ser septuagenária, não é muito pacata mas tem um grau muito elevado de ingenuidade (infelizmente para ela). Verifiquei, há muito pouco tempo, que sempre vivi protegida pelos que me rodeavam e que há muita gente que vivendo em "universos" paralelos, não se incomoda nada com os sentimentos dos outros (às vezes nem com os seus…)
Há “mundos” que nunca se conseguem, nem devem cruzar!


Não “assino” para fingir que este texto é anónimo!!!!

domingo, 29 de agosto de 2010

VELEJANDO

Eis-me com o amor da minha vida, no Verão de 90, partindo para um pequeno passeio pelo mar, ao longo da costa algarvia, no veleiro o Leãozinho.

Olho para esta fotografia e revejo o João, homem introvertido e muito teimoso, enquanto eu fui sempre a favor dos óculos escuros, ele sempre os detestou e fazia esta cara franzida, que muitos pensavam ser fácies de quem estava zangado.
Os nossos corpos estão próximos embora sem se tocarem, para a direita do banco corrido havia muito espaço não precisava de estar tão perto de mim (eu cortei parte da fotografia, para nos centrar) não estamos em pose, foi tirada sem que déssemos por isso, vejo-me a levar a minha mão esquerda ao seu rosto, quase sem me mexer, sem me virar, e num gesto suave acariciar-lhe a barba, como resposta ele baixaria lentamente a cabeça e depositaria um beijo na minha nuca, um beijo leve, terno e breve… Tantas vezes em situações semelhantes esse gesto se repetiu…
Para os tempos actuais em que os homens e mulheres se depilam integralmente, ele deve parecer um “homem das cavernas”, … o meu homem, que nesta época até tinha o cabelo curto…
Independentemente das batalhas que travámos juntos mais de 30 anos (casados estivemos 40), contra uma doença que destrói famílias, tenho muitas saudades dele!


Foi um dia inesquecível…Connosco estava a nossa filha, com os seus verdejantes quase 16 aninhos e aquele que viria a ser o nosso genro.
Tomámos banhos de sol, sentimos os salpicos da água salgada no rosto e o beijar doce e suave da brisa marinha, mergulhámos, namorámos e pescámos à linha.
Eu “isquei” um peixe que parecia enorme antes de sair da água e que, mesmo que grande fosse, de imediato foi devolvido ao seu meio ambiente.

Adoro o mar e por alguns já naveguei, não tanto como gostaria, mas o suficiente para me sentir feliz nas viagens que fiz.


Quando olho para fotografias como esta, que imortalizam momentos, considero-me grata à VIDA por tudo o que de bom já me permitiu viver…

sábado, 28 de agosto de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XLI

Nesta semana que findou, o meu estado de espírito mudou, andei num vai e vem de almoços e jantares para os quais fui convidada. Fui a Lisboa duas vezes mas sempre que lá chego e entro na minha casa, prometo a mim mesma que vou voltar a lá viver a partir do Outono (mas com vontade de regressar de imediato a este meu Refúgio) !
Tive pequenos “incidentes” divertidos, que numa altura mais oportuna vos relatarei. Se colocasse etiquetas nos meus textos, esses futuros relatos, ficariam catalogados junto ao Menu.

Vamos ao D.D. que todas as semanas vos dedico?




“cinco séculos

fizeste de uma promessa
afrodisíaca de mentiras
o síndroma
da minha impotência
de ir salpicando de branco
a noite
com as sombras vermelhas da rosa
esse sortilégio
que torna o prazer
num longo e longípede
infinito
de loucura
de pensar que o sonho
é sempre a prece
da última oração"
Miguel Barbosa, in “A Eternidade de um Segundo de Amor”

FIM-DE-SEMANA DE CANÍCULA DIZEM OS (DES)ENTENTIDOS! FAZENDO VOTOS PARA QUE VULCANO SEJA BENEVOLENTE PARA CONNOSCO E VÁ BRINCAR PARA UM LUGAR REMOTO E DESÉRTICO DO PLANETA…DESEJO-VOS UNS DIAS M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O-S!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MENU

Cenário CASCAISHOPING- JERONYME Coffee shop

-Por favor (eu peço sempre por favor, nos tempos actuais deve ser “pecado”) quero uma tosta de frango com cogumelos e um refrigerante de maçã… (com a mão direita, não costumo apontar com o dedo, desde pequenina que me dizem que é feio, indico o placard dos menus, colocado junto ao tecto). Quanto devo?
-Quatro euros e noventa e cinco?
-Quatro euros e noventa e cinco, mas no placard diz quatro euros e cinquenta!
- Não quis o café!
- Explique-me, que não estou a perceber…ao não querer o café estou a dar lucro à casa e sou penalizada por isso, pagando mais quarenta e cinco cêntimos?
-Não pediu o menu!
- Não pedi o menu? Aquilo não é o menu (volto a indicar o placard)? Se é assim então sirva-me um café embora eu não o vá tomar
-Não posso! Não pediu o menu
-Então traga-me o Livro das Reclamações!


Chega outra empregada:
-Vou explicar-lhe quando vai ao McDonald…
-Não vou ao McDonald
(não é exactamente assim, mas escapou…)
-Se pede um menu, paga um preço…se pedir os componentes (esta palavra é minha, já não me lembro da que foi usada)
tem que pagá-los um a um…
-Eu pedi o menu mas prescindi do café!
-Não pediu o menu pediu uma tosta e um refrigerante!
-Desisto! Quero o Livro de Reclamações…
- São quatro euros e cinquenta, quer que ele (o empregado que primeiro me atendeu) lhe tire o café?
- Acho melhor não, seria um desperdício … eu não bebo café, por isso o dispenso!
- Peço desculpa mas o rapaz não entendeu bem, blá, blá, blá…., se no lugar do café quiser um descafeinado, ou um chá é só pedir!
Está aqui o Livro de Reclamações!

*Para além de não haver serviço às mesas e ter que ser eu a levar a bandeja (os parentes não me caem na lama, mas os patrões cada vez poupam mais na mão de obra)


O QUE FIZ EM SEGUIDA? O QUE FARIA CADA UM DE VÓS NO MEU LUGAR?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

TRÊS E UM...

Tenho vários amores! Hoje senti uma vontade imensa de os mostrar…

Estes “três” são uma pequena mostra, uma mostra muito valiosa, tão valiosa que não tem preço! Não são os únicos, há mais, não muitos mais, mas alguns mais …
Como me sinto orgulhosa quando os vejo a brincar assim, como recuo no tempo e me coloco no lugar da maior e a vejo no lugar da mais pequena, o rapazito no lugar do outro ser que transportei no ventre. Sou uma mulher, que independentemente das coisas menos boas que todas as vidas têm que ultrapassar, realizada…Amei e amo, fui e sou amada, semeei e semeio, colhi e colho ternura, profissionalmente tive a profissão com que sempre sonhei (sonhei com outra mas mais difícil de se realizar) nunca me senti desiludida com este caminho que trilhei com muita dedicação.
Frustração é uma palavra que não existe no meu dicionário da vida!
O “um” é um “complemento” que já foi aqui falado! Houve “muitos uns” como este e todos deixaram uma história para contar. Este é muito meigo mas muito ciumento, envergonhado quando é tosquiado…

NÃO PODIA SER TUDO PERFEITO!
A VIDA SERIA UMA MONOTONIA!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CORAÇÕES DERRETIDOS

A Manuela que comecei a conhecer há pouco, mas pela qual já comecei a sentir aquela empatia que inicia uma amizade virtual, que espero e desejo que se torne real, dedicou-me o miminho que aqui está :


Quem já me conhece já adivinhou o que respondi. Foi mais ou menos o seguinte: preferia que fosse eu a derreter corações e não o meu blogue…

1-O que é que me derrete o coração? E dizê-lo numa frase?
Fácil! Ouvir os meus netos a “gargalharem” e de cabeças juntinhas a planearem garotices…
2- Indicar três blogues que me derretam o coração?
Difícil! Muito difícil! Todos me “derretem” , por motivos diferentes…os que escrevem poesia deixam-me também lânguida, os que publicam imagens deixam-me a sonhar com lugares e pessoas ao pé das quais gostaria de estar, os que descrevem os seus afectos deixam-me sorridente pela sua ingenuidade, os que descrevem os seus sonhos deixam-me a sonhar com eles,…


Por esse motivo quebro a regra e peço a quem não se importa de receber miminhos leve este, sem falsos pudores…


À Manuela um grande beijinho embrulhado por se ter lembrado de mim!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

HOJE

Hoje estou no pico máximo da minha melancolia… e para não me deixar envolver demasiado por ela, entrei numa festa! Entrem também, façam-me companhia … Deixo-vos com Verdi!

Provem uma fatia deste delicioso bolo… está fantástico e como puderam comprovar foi maravilhosamente confeccionado.

sábado, 21 de agosto de 2010

FEIRA DO ARTESANATO

Quase ao fim da tarde deste sábado, fui até à Feira do Artesanato do Estoril. Fui com a melhor companhia que podia desejar, de tal modo que ao ser fotografada fiquei com este ar …

Posted by Picasa
Na feira nada vi de especial, o artesanato do costume para quem está como eu, habituada a visitar feiras deste tipo, mesmo assim ainda me tentei e comprei uma túnica, uma daquelas que uso quando passeio à beira-mar e quero sentir roupa molhada a envolver-me as coxas.
Passámos umas horas divertidas, comemos umas tantas ou quantas “porcarias” e ainda trouxemos para casa um pote de mel. Devíamos ter trazido filhoses mas perdi –as pelo caminho. Não me perguntem como, nem onde, porque não saberia responder…
O carro tinha ficado estacionado no parque do Casino, decidimos atravessar o edifício para o irmos buscar, ao fazê-lo, tentámo-nos a jogar numa slot machine… diverti-me mas continuo a não perceber nada de jogos, nem mesmo deste tipo, não sou pessoa para me deixar influenciar por uma maquineta qualquer…
Um final de tarde, princípio de noite, que me deu momentos de bem-estar, momentos de lazer que me fizeram muito bem…


Durante os próximos dois dias vou andar melancólica e tolinha, mas vai passar... por favor, tenham paciência para me aturar!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XL

As horas passam no seu perene caminhar, rápidas ou lentas, elas esvaem-se sem lhes conseguirmos fugir.
Horas tranquilas em que, sem me preocupar com elas, medito, leio, escrevo, escuto e sinto amor a invadir o meu espaço…
Mas vivo em equilíbrio e isso significa que horas menos tranquilas, menos desejadas, apossam-se de mim, vivo-as como é preciso vivê-las, procuro enfrentá-las com a serenidade e a racionalidade possíveis, nem sempre o consigo! Estas revezam-se com as outras suas irmãs, netas do senhor das longas barbas brancas que muito venero, senhor que povoa cada vez mais os meus sonhos…


LABIRINTO DE SENTIMENTOS

Ignorar-te seria pouco
Quanto amar-te fosse demais,
De detestar-te fosse demasiado
Desejar-te seria absurdo.

Não sei se ódio ou amor, enfim
É um querer e não querer,
Um sentimento que não sinto
Um verdadeiro labirinto,

Até poderia chamar-lhe amor,
Mas o teu beijo já não é igual
Vindo de ti, só resta a dor,
Talvez tivesse chegado o final

A tua canção não me encanta,
O teu toque não me seduz
As tuas palavras, essas sim
Despertam algo em mim

O tal sentimento
Que por mais que tente não entendo,
Se ódio, se amor…

Nicole Valentino, in Poiesis (vol.XV)


E NESTE FIM-DE-SEMANA É ALTURA DE SE FAZER ALGO DIFERENTE… PUXEM PELA VOSSA IMAGINAÇÃO…E APROVEITEM-NO EM PLENO!
PARTAM PARA ELE, COM OS MEUS BEIJINHOS EMBRULHADOS! DEDICADOS ESPECIALMENTE A TI! SIM... A TI!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MAGOITO - HOMEM

Aviso a quem me lê! Com a devida autorização do autor, o meu filho, transcrevo um texto dele, escrito há uns tempos, que faz parte de um conjunto de memórias que ele tem deste local, onde eu continuo a refugiar-me, perto da praia do Magoito, a praia sobre a qual escrevi no post de ontem.

As *** que aparecem em duas palavras do texto, são da minha autoria, estão escritas em português vernáculo no texto original.
Será que ele me vai ostracizar por isso?



"Passei os Verões da minha adolescência numa aldeia próxima do Magoito, pequena localidade estival a sul da Ericeira e próxima de Sintra. Facto pouco conhecido, ou talvez seja mesmo um mito campestre, é que Salazar tinha lá uma casa de férias, que ainda existe, completa com uma pequena capela e tudo.
Para um rapazote citadino como eu, o contraste não podia ser maior. A princípio parecia que no Magoito não havia nada para fazer e que a estranha decisão dos meus pais em abandonarem o Algarve e o sul de Espanha em favor do enfado saloio era uma crueldade absolutamente desnecessária. Era o meu Gulag, numa altura em que nem sabia que os Gulags existiam.
A coisa mais emocionante que por lá havia era um casal que vivia junto sem ser casado. Pensei que iria passar o Verão à beira estrada a contar os tractores a circular devagar, mas a pouco e pouco comecei a adaptar-me e a descobrir os prazeres do campo.
Após um workshop instantâneo, com uns moços nativos, aprendi a “andar à chinchada”. Não se trata de um passo de dança, mas sim de pequenos furtos de fruta, em especial, uvas e melancia. De quando em vez, quando o dono do terreno visado dava pela nossa presença, a coisa tornava-se deveras emocionante. Não era preciso bungee jumping, aquilo dava uma descarga de adrenalina pura e dura e nem era muito perigoso. O pior que aconteceu foi o “Ti” Tomás ter partido a cabeça do Afonso com o cabo de uma enxada. O Afonso chorou que nem uma Madalena, mas nem precisou de levar pontos. Numa idade em que o número de pontos era directamente proporcional à importância social da pessoa, escusado será dizer que nunca mais falámos com o Afonso. Anos mais tarde encontrei-o já toxicodependente e fiquei a matutar se, de alguma forma, poderia ter uma quota parte de responsabilidade no sucedido.
Foi lá que amei a minha primeira bicicleta “pasteleira”. Usava-a para ir a todo lado, éramos inseparáveis e até lhe chamava “A Tornado” pois na altura era um admirador incondicional do Zorro. Chegava a fazer os 7 quilómetros que me separavam de Sintra só para ir até às traseiras da Piriquita e esperar que me dessem travesseiros, quentinhos e grátis. Uma vez que não tinha licença, passava a vida a fugir à GNR. Tive muita sorte em nunca ser apanhado, as estórias de horror de sevícias às mãos destes agentes da autoridade abundavam e eu não quereria descobrir da forma mais dolorosa se eram, ou não, verdadeiras.
Outro grande amor foi a espingarda de pressão de ar que o meu avô materno me emprestou para sempre. A fiel “Flóber” como ele lhe chamava. Com ela chacinava candeeiros públicos, garrafas vazias e latas de Coca-Cola. Com ela fui à minha primeira “caçada” em grupo. Depois de horas de espera por pardais mais inteligentes do que todos nós em conjunto, desconfortavelmente sentados em pedras e parcamente camuflados pela vegetação natural, o Mané aborreceu-se e desatou aos tiros ao Zico por este ter tossido. O Pipo entusiasmou-se com a coisa e foi um festival de chumbinhos a zunir no pinhal.
Foi nesse dia que me fiz um homem. Levei um tiro à queima-roupa na coxa direita que graças à ganga não penetrou a carne. Doeu-me como o c******. Não há outra palavra, vernácula ou não, para descrever o dilacerante contacto entre a minha pele de menino bem e o pequeno projéctil voador. Eu, que já tinha sido circuncidado a sangue frio, dois anos antes, e que achava conseguir suportar todo o tipo de dor física possível e imaginária, tive de cerrar os dentes até não sentir o maxilar, fechar os punhos cravando as unhas nas palmas das mãos e suster a respiração durante largos segundos, para logo de seguida libertar o “AAAHHHH!!” mais aterrador que alguma vez ouvi da vida, que à falta de melhor, teve o condão de assustar todos os pardais num raio de um quilómetro, e não eram poucos.
Depois, não tugi nem mugi. Contive as lágrimas e olhei para o Mané, o atirador fortuito, que tremia que nem varas verdes e choramingava “P., por favor, não contes ao meu pai, desculpa, desculpa, não lhe contes, não lhe vais contar, pois não?”. Nem lhe respondi, virei as costas, entreguei a minha Flóber ao Zico com instruções para zelar por ela como se da sua própria vida se tratasse e arrastei-me de perna às costas, durante três longos quilómetros e meio de caminhos de cabras ladeados por muros de pedras manualmente empilhadas, até São João das Lampas onde ficava a farmácia mais próxima.
No dia seguinte era o líder do grupo. Sem ter tido de levar um único ponto mas com a enorme vantagem de ser a única pessoa no mundo que eles conheciam que já tinha levado um tiro. A minha primeira medida foi escorraçar o Mané, não por me ter dado um tiro, nem sequer por ter desatado a chorar, mas por se ter preocupado em primeiro lugar com as consequências que o evento teria para ele, em detrimento do meu estado de saúde. Isso e ter, sequer, colocado a possibilidade de eu poder ser um bufo, um chibo, um queixinhas da pior espécie. Até aí éramos irmãos, tínhamos cortado dedos e feito um juramento sagrado com gotas de sangue. A partir daí nunca mais lhe falei.

*****
Em miúdo cruzei-me, posteriormente, várias vezes com ele naqueles arrabaldes de nenhures; fixava-o sempre nos olhos, mas nada tinha a dizer. Em adulto não tornei a encontrá-lo em carne e osso, embora o veja ciclicamente na televisão pois é administrador de uma grande empresa do ramo dos vinhos. Como a minha mãe sempre me disse: “A classe não se compra, ou se tem ou nada a fazer”. Tens toda a razão mamã. E digo-te mais: “Os c****** no sítio também não, ou estão lá, ou podes esquecer”.
"

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A MINHA PRAIA

Esta é a praia que frequento desde a minha idade adulta, nela “ontem” os meus filhos pequenotes brincaram, tal como os meus netos hoje brincam…Gerações que cruzam os mesmos caminhos e brincam de modo semelhante.
“Ontem” observava, nas estações que não eram Verão, os meus filhos com o cabelo ao vento, correrem ao longo do areal com um cão ao lado. Imagem que irradiava alegria de viver, ternura e ingenuidade… Eu corria atrás deles, enquanto o pai ficava placidamente sentado, muito bem sentado, numa cadeira a ler o jornal…

Na areia desenhávamos corações, qual deles o maior, uns a englobar outros, às vezes a cruzarem-se. As setas e os pingos de sangue apareciam neles como que a adivinhar os sangramentos que ao longo da vida todos iríamos sentir…
Como gostava de passear pelo areal, com longas túnicas muito leves e deixar que o mar me as molhasse! Que bom que era sentir o tecido molhado colar-se às pernas ainda ágeis…

Sonhava olhando-o e deixava que a brisa levasse esses sonhos ao encontro dos meus amores… Quando este enorme senhor estava zangado e revelava a sua ira, trazendo até mim as suas ondas revoltas, eu acalmava e deixava-me transportar para um mar de tranquilidade…

Hoje ainda sonho mas um sonhar diferente, hoje passeio mas numa passada mais lenta, já não desenho corações na areia… sento-me placidamente, muito bem sentada, numa cadeira a ler um livro do qual, de vez em quando, levanto os olhos e observo os netos e outras crianças a brincarem nas poças de água que o mar, o mesmo mar generosamente, vai deixando para trás, na sua eterna viagem do vai e vem das marés…

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A FAMÍLIA

Num dia, perto dos finais de Junho, a minha neta de 5 anos vinha ufana, nos braços transportava uma enorme pasta, maior do que ela se fosse colocada na vertical, onde vinham “armazenados” os trabalhinhos que fez durante todo o ano lectivo.
Fui agradavelmente “obrigada” a vê-los um a um. Fiquei surpreendida com a oferta do desenho que publico a ilustrar este texto e mais dois que, daqui por uns tempos, saberão para que me estão a servir.

A família que a pequenota conhece na actualidade é para além dos pais (como é mais do que evidente), o irmão, duas avós, um avô, duas tias, dois tios e dois primos. A família é muito mais alargada, mas por uma razão ou por outra, nunca a viram. Existem tios e tias bisavós, tios e tias avós e um tio, segundos e terceiros primos são às dezenas, a maior parte dos quais do lado materno ou seja do meu lado, uma vez que ela é filha da minha filha (lá começo eu a tentar-vos confundir com a “confusão” que é a minha família).

Que eu tenha conhecimento a maioria das crianças desta idade, quando instadas a representar a família, desenham apenas os pais e os irmãos e um ou outro familiar que coabite com elas. Nem eu nem o primo Quico coabitamos!

Sou uma avó muito orgulhosa…reparem quem ela retratou também…! Eu estou LÁ!!

Todos sabem que o desenho da família é um desafio que se faz , na escola, a quase todas as crianças e através dele psicólogos e afins, sabem avaliar o estado afectivo dela, a estruturação da sua personalidade, a dinâmica familiar, a maturidade psicomotora,…
Não sou perita no assunto, muito aquém disso, mas vou afirmar que neste desenho há algo que ela revela: extroversão, as linhas são amplas e ocupam uma boa parte da cartolina; impulsividade e audácia, o traço é forte; espontaneidade e "liberdade"; não desvaloriza nenhum dos “personagens” e não usa simbologias (tem animais em casa e não os retrata)…


Talvez desse lado, do lado dos que me lêem, haja alguém que possa ajudar-me a enriquecer este meu pouco saber sobre o assunto.

domingo, 15 de agosto de 2010

SERÁ MALDADE?

Há quem quando se apercebe que um familiar, amigo ou um mero conhecido se encontra bem, está em paz, procurando a harmonia e o bem-estar, tão necessário à vida de todos nós, invista como um touro selvagem, tentando minimizar, destruir, conspurcar, rebaixar, … tudo o que o segundo vai construindo passo a passo, degrau a degrau, uma vezes num ritmo mais lento, outras num ritmo mais acelerado, mas caminhando sempre em direcção a um lugar onde haja alegria, compreensão, afectos, força para ultrapassar as inesperadas vicissitudes com que a vida sempre nos vai presenteando, …Será que só se sentem pessoas, quando os que os rodeiam estão tristes, magoados, revoltados? Porque sentem esta necessidade de agredir?

O que será que as leva a procederem assim?

Não sonharão? Não almejarão alcançar vivências sem dores, sem medos, sem inseguranças?

Quantas vezes me interrogo e me debruço sobre este assunto! Fico meditando mas não encontro resposta ou a resposta que gostaria de encontrar…

São normalmente cobardes porque atacam pessoas frágeis, pessoas com uma capacidade de resistência diminuta.
Quando as encontro no meu caminho, depois de as tentar compreender e não ver sinais de mudança, voto-as ao ostracismo… mas será que procedo da melhor maneira? É que há laços que não se podem quebrar com muita facilidade…

EU GOSTO DE VER OS OUTROS FELIZES! SEJAM FELIZES!

sábado, 14 de agosto de 2010

HOJE É DIA DE...

Hoje devia ser dia de DOÇURA OU DIABRURA … mas não vai ser!
Vai ser o dia do meu blogue! Hoje ele faz um aninho…e que longo aninho!

Tanta gente que passou por aqui, tantos de nunca mais soube nada, tantos que permanecem, tantos que penso que ainda virão! Com alguns fiz amizades reais, com outros amizades que, embora virtuais, são ligações muito fortes.

E como todos são tão diferentes uns dos outros!

Sou pessoa “de me dar” com facilidade, isso deve notar-se nas minhas palavras, com elas têm ido as minhas vivências, os meus sonhos, os meus dissabores, as minhas viagens, as minhas revoltas, os meus sentimentos, as minhas ideias, … partes integrantes do meu EU. Sofro e regozijo-me com as vossas tristezas e com as vossas alegrias, nenhum de vós me é indiferente!

Seria injusta se não mencionasse duas pessoas, que conheço apenas da blogosfera, que me motivaram para a criação deste blogue : a JS e o Tio do Algarve. Pessoas que surgiram na minha vida, sem eu saber bem porquê, mas que se tornaram o fulcro da alavanca que me levantou e me colocou neste caminho. Um caminho que me tem dado prazer em percorrer!

Indirectamente a existência deste blogue já me fez zangar, já me fez chorar, mas fez-me muito mais, através dele e por “vossa causa”, senti-me alegre, feliz, acompanhada, compreendida, mimada, … A parte “boa” superou em larga medida a parte “menos boa”!

Obrigada por estarem desse lado! Sem a vossa presença talvez este “Beijinhos Embrulhados” não tivesse muita razão para existir, os outros, os que explicam a razão deste nome existirão sempre …

Hoje é mais um dia de festa na minha vida! Espero ter muitos mais, dentro e fora da blogosfera!

BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS OS QUE ME VISITAM, QUER DEIXEM OU NÃO UM COMENTÁRIO! PARA TI TAMBÉM! ESPECIALMENTE PARATI!

Com muita ternura e amizade
Maria Teresa

Nota: No meu perfil aparece a data de abertura do blogue em Junho de 2009, na verdade abri nessa data um suporte, para poder comentar alguns blogues, mas só o viria mesmo a iniciar faz hoje um ano como se pode comprovar em BEIJOS

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A MENORAH

Todos os que seguem o meu blogue há já algum tempo, sabem que no mês de Junho fiz uma fuga até Toledo e arredores, falei nela nos textos “Breve Apontamento”, “Campo de Criptana”, “Puerto Lápice”, “Carta a Dulcineia” e “El Toboso”. Da cidade de Toledo não falei na devida altura, o tempo foi passando, sempre o tempo também em fuga, fui escrevendo sobre outros temas, outros lugares e Toledo foi ficando bem escondida, no fundo do gavetão das minhas memórias. Por causa de um post publicado pelo Carapau, a semana passada, o número 7 veio-me à memória e com ele relembrei a Menorah.

Porquê a Menorah?

Em Toledo visitei duas sinagogas numa delas “A Sinagoga do Trânsito”, na qual existe um Museu Sefardita instalado em salas anexas ao grande salão da Sinagoga, cheguei à triste conclusão de que sou uma completa ignorante da História do povo judeu.
Como seu símbolo saltou-me à vista a Menorah de 7 braços. Quis aprofundar o meu conhecimento sobre ela, que é um candelabro, um suporte para luzes. A História afirma que a primeira foi esculpida para o Tabernáculo no Deserto por Bezalel, artista artesão, de acordo com o que lhe foi pedido por Moisés. O Livro Sagrado afirma que a forma e a decoração da Menorah, são a concretização de uma inspiração divina. Neste Livro em Êxodo 25:31/40 pode ler-se: “O Senhor disse a Moisés: Farás um candelabro de ouro puro e o farás de ouro batido, com um pedestal e sua haste, … seis braços sairão dos seus lados, três de um lado e três do outro…” Este candelabro seria apenas uma imagem das verdades celestiais, como foram reveladas a Moisés quando estava para construir o tabernáculo.

Que verdades são estas, que estarão escondidas na Menorah?
Esta Menorah (na actualidade tem 9 braços) é formada pelos seguintes elementos: uma base, um eixo central, seis braços (três de cada lado do eixo) e 12 esferas (situadas nos braços). Tive e tenho curiosidade em conhecer o significado dado pelos homens da Antiguidade, com base divina ou não, destes elementos.

O que “descobri”?
A base é tríplice e representa os 3 elementos como eram considerados na Antiguidade: AR, FOGO e ÁGUA.
O eixo central representa DEUS, como ser único e com tudo ligado a ELE.

A partir daqui embati numa parede complicadíssima de simbologia em que se fala nos 32 caminhos da Sabedoria da Criação (os 10 algarismos e as 22 letras do alfabeto hebraico perfazem os 32) e não entendi nada de nada, nadinha mesmo…

Como sou uma chata até para comigo mesma, não vou desistir… e aproveito para fazer um apelo: alguém é conhecedor deste assunto?

E o culpado disto tudo é o CARAPAU que me fez relembrar vários “factos” relacionados com o número 7…

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

OVOS

A associação de ideias é uma constante das nossas vidas, ao ler no blogue da Manuela um post sobre as colecções que alguns de nós vamos fazendo ao longo dos anos, recordei as minhas e enumerei algumas, entre elas os meus ovos de Fabergé e ao pensar neles lembrei-me de um edifício em Londres parecido com um deles.

Tirei esta fotografia quando lá estive pela Páscoa, fotografei o edifício a partir da margem direita do rio Tamisa, perto do Teatro de William Shakespeare, sobre o qual já escrevi. Não faço ideia que edifício é e também não tive oportunidade de perguntar, se alguém souber por favor diga.

Quantos aos Ovos de Fabergé da minha colecção ei-los:

São IMITAÇÕES como não podia deixar de ser.


Os Ovos Fabergé são obras-primas da joalharia e foram desenhados e construídos por Peter Carl Fabergé para os czares russos. O primeiro data de 1885, para dar resposta a uma encomenda feita pelo czar Alexandre III para oferecer a sua esposa pela Páscoa.
Para que serviam?
Eram presentes dados pelos czares aos membros da família imperial, na época pascoal, transportando no seu interior (eles são caixas) prendas …
Os verdadeiros são de esmalte, metais e pedras preciosas e são disputados em todo o mundo por vários coleccionadores, valem fortunas.

Haverá por aí uma fada madrinha que transforme os meus ovinhos em verdadeiros para eu não ser acusada de coleccionar futilidades … e para me ajudar a combater a crise?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PSEUDOLALIA

Quem de entre nós não conhece um mentiroso compulsivo?
Tenho uma amiga que o é! Como todos os que lidamos com ela o sabemos e as mentiras que conta não prejudicam ninguém, têm a ver com a sua própria vida, dizemos que ela é muito “criativa” e nunca a desmentimos, damos-lhe o devido desconto. De certo modo até lhe achamos graça. Muitas vezes reconta acontecimentos do passado, que diz que se passaram com ela, esquecendo-se que nós sabemos a origem da história que, normalmente, se passou com uma de nós.

Acontece que a mentira compulsiva resulta de um vício de mentir, a pessoa mente por mentir, perde a noção do que é a verdade, “vive” as suas mentiras. Alguém com este vício está doente, sofre de pseudolalia, a doença da mentira.
Como qualquer outra maleita, esta pode atingir patamares muito elevados de gravidade, podem surgir graves distúrbios de personalidade, o indivíduo pode acabar por perder a noção do real e passar a viver num mundo diferente do mundo dos que o enquadram.
Há hipóteses de cura desde que as pessoas que sofrem de pseudolalia , tenham a noção dela e se queiram tratar. A psicoterapia, feita por um psicólogo ou um psiquiatra, dá uma ajuda mas muitas vezes tem que ser acompanhada com o recurso a medicamentos.

Gia Carneiro Chaves (psicoterapeuta) afirma sobre este assunto: “o vício de mentir é um acto inconsciente e perante a mais simples situação, a fuga à verdade brota espontânea e como uma repetição compulsiva» e salienta: «Os indivíduos afectados por este vício perdem, em certa medida, consciência da doença que vão adquirindo, pois a diferenciação que fazem entre o real e o imaginário é gradualmente menor. (…) Sentem a falta de confiança dos que vivem em seu redor, o que os desespera amargamente, sentindo-se vítimas incompreendidas; e uma raiva incontida quando confrontado com a verdade, que já não entendem, fá-los soltar a mola da violência»


Pelo que acabei de expor verifica-se que um mentiroso compulsivo pode, em determinadas circunstâncias, tornar-se VIOLENTO!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

HUMOR NEGRO

Hoje lembrei-me de uma troca de “galhardetes” que tive num passado não muito distante com um amigo meu que é um pouco “amalucado” e para o qual eu tenho sempre uma paciência imensa.
Ele andava a atravessar uma fase má da vida, tinha a ver com “rabos de saia” e os amigos não sabiam bem o que se estava a passar, entretanto ausentou-se para o sul do país, dizendo que ia de férias. Eu enviei-lhe um e-mail em que entre outras coisas dizia o seguinte:
(...)“Dei-te a "mão" e disse-te que podias ter em mim uma amiga e confidente situação que tu "raivosamente" não aceitas. Não estamos sós e é muito mau negarmo-nos a alguém que nos pode ajudar. Tu lá sabes! Saberás? Estarás em condições físicas e psíquicas para compreenderes isto?” (...)


Não obtive resposta. Deixei passar mais de quinze dias e enviei novo e-mail apenas com esta pergunta: “Morreste?”


De imediato recebi a resposta que se segue:
“Morri louco e maneta depois da mão que me ofereceste, no hospital
psiquiátrico onde morava. Fui cremado e as cinzas foram snifadas pelo meu colega de quarto que partilhou tantas vezes o colete comigo e a quem deixei em testamento o meu computador, dado que de loucura ele estava aviado. Ao vencedor as batatas!!!!”


Não contente com esta resposta ainda me enviou a que transcrevo e que tenho junto das minhas recordações:


“Maria Teresa
Não imaginas o embaraço e o desarranjo que me fez ter sido cremado maneta.
O funcionário de turno jurava que eu tinha entrado com as duas mas eu do alto
da minha loucura lá lhe expliquei muito devagarinho que a tinha perdido quando
correspondi à oferta de ajuda de uma solícita senhora. O pobre homem atónito
mas sem se aperceber da minha bem disfarçada loucura-cheguei a assobiar para
dar um ar mais descontraido-insistia em que a mão não podia ter ido colada à tua. Garanti-lhe que sim e até argumentei que o devia sossegar cremar menos uma peça. O homenzinho perante este sólido argumento, agarrou-se ao facto de pelo facto de eu provir de um manicómio, seria louco e custaria muito mais a queimar e já se dispunha a dar-me dar exemplos da sua vasta experiência. Lá me esforcei por lhe fazer entender que a minha insanidade tinha sido temporária e que só tinha sido atestada por uma pessoa. Que não, que só me podia queimar com dois atestados e o que é facto é que tive que o subornar para que ele fechasse os olhos ao que ele chamava insuficiência de provas. Chegou a sugerir-me inteligentemente outro meio de transporte para o outro mundo e que fosse ardido nas trevas ou melhor no inferno. Aí saltei e disse-lhe que era ateu e que a minha viagem teria de ser só de ida e ficar por cá .Assim foi a história da minha morte que foi gira, acredita! Repetiria se reencarnasse! Obrigado pelas tuas ofertas piedosas de mulher de causas de amizade mas eu vivo perfeitamente com os meus botões com quem desabafo regularmente.
Saúda-te o
Morto”

Este meu amigo tem um humor um pouco para o negro mas é bastante criativo nas histórias que conta, diverte-me, diverte-nos … Achei uma delícia esta missiva, fartei-me de rir, aliás cá em casa todos nos rimos com esta pequena “brincadeira” …


E eu sou uma mulher morta se ele descobre que publiquei estes e-mails dele.

domingo, 8 de agosto de 2010

DAR QUE FALAR

“Bem ou mal, falem de mim”! Foi uma das frases mais citadas que ouvi durante a minha vida. E foi a que me “saltou” ao consciente quando vi este miminho que me foi generosamente dedicado pela Manuela.
Já me mimaram muito e há alguns tempos dedicaram-me alguns, que acabei por não publicar, porque me “perdi” no espaço e no tempo…e agora é difícil saber quais e quem, disso peço desculpas se tiver direito a elas.

Voltando a este e tentando dar cumprimento às regras:

1-Mostrá-lo:


2- Dedicá-lo a 5 pessoas:

Natália

D*

JP

S*

Saraif

3- Na minha opinião porque é que o meu blogue dá que falar?


Esperando que dê mesmo, talvez seja porque é um blogue de “ttt”:


Testemunhos de vida
Transparência
Tolerância
Ternura
, muita…por todos os que me “apoiam” quer deixem ou não a sua “marca”. Sei que estão para lá deste ecrã na frente do qual passamos alguns momentos das nossas preciosas vidas. (…)
Teresa… quase por inteiro

Escolhi 5 nomes não tão aleatoriamente como pode parecer. Muitos outros gostaria de citar mas sei que esses bloguistas, que tenho em pensamento não “gostam” muito de os receber, facto que aceito e compreendo, além disso outros estão de férias e o respectivo computador também…


Para a MANUELA a minha ternura e um MUITO OBRIGADA!

sábado, 7 de agosto de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXIX

De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o tempo começou a ser considerado como uma 4ªdimensão do espaço, sendo assim o tempo do Universo terá três dimensões espaciais e uma temporal.
Seja como for o tempo é um instrumento que comanda as nossas vidas, com a sua passagem tudo se transforma, tudo muda, …
E assim, com o seu decorrer rápido ou menos rápido, chegámos a mais um fim-de-semana das
nossas vidas! E a mais um DOÇURA OU DIABRURA!


Derrota

Eras sempre imprevisível
Um gesto manhoso
Da pegajosa mão
Passinhos de algodão
Num dengue sinuoso
Olhares de veludo
Silêncios de seda
Sorrisos de cetim
Momices de Entrudo

Quem pudera adivinhar-te o fundo
Nesses trejeitos de doçura disfarçados?!
Quem ousara atribuir-te um coração imundo
Nesses beijos lentos e leves tão adocicados?

Esperaste longos anos por uma vitória no cansaço
Armadilhas de amor escorregadio.
Porém tudo acabou no vazio
Tu afinal perdeste. Eu não caí no laço!
Nílea Domoste, in “da incerteza” (poesia a cartoze)


PARA TODOS OS QUE POR AQUI PASSAM :
BOM FIM-DE-SEMANA!!!!!!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

5 BLOGUISTAS E 5 VÍDEOS

Hoje tenho uma proposta a fazer-vos, trata-se de um desafio que me foi feito pelo Pinguim, não podia dizer que não, por isso estou a dar cumprimento ao que ele espera de mim.

Que desafio é este?

Tenho que nomear 5 bloguistas e “classificá-los” com um vídeo musical.
Escolher os bloguistas foi-me muito fácil, escolher a música uma tarefa quase impossível, participo-vos que sou uma analfabeta no que diz respeito ao mundo da música, apenas sei dizer se gosto ou não gosto, se me “toca” ou “não”…
Espero que os 5 que vou indicar se consigam identificar com o vídeo que para cada um deles escolhi, fi-lo pensando em algumas características que vou detectando em cada um e pensando que todos não se importam de dar continuidade ao desafio.

Cá vai:


Para o Ergela



Para a Canhota




Para a Adek





Para a C*inderela




Para a Sairaf


ESTE DESAFIO ESTÁ ABERTO A TODOS OS QUE PASSAM POR AQUI!
NÃO FICA RESTRITO APENAS AOS QUE "NOMEEI".
Aguardo a vossa opinião.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ATÉ BREVE!

Terminei a minha fuga de três dias, fazendo uma despedida plena de sorrisos na Quinta das Lágrimas, em Coimbra! "Coimbra tem mais encantos na hora da despedida"!

Ao entrar-se nesta Quinta deparamos com a fachada do Hotel da Quinta das Lágrimas, hotel de charme, inaugurado em 1995

Nas suas traseiras podemos encontrar recantos aprazíveis como este ...

e a ladeá-lo veredas, numa das quais observámos, pela primeira vez, um loureiro cerejeiro

Nos seus jardins e mata, as minhas memórias, muito difusas, misturaram-se com as memórias de outras gentes, gentes que por aqui têm passado desde o século XIV, memórias essas bem presentes na vegetação, nas lendas e na sua verdadeira história.

O que fomos observando ao longo do passeio que iniciámos lentamente, para sentirmos na alma o "espírito" do local?

Água, muita água! Este precioso líquido formando um lago com nenúfares

Outro lago

Uma das muitas fontes! Nascente que derrama o seu pequeno caudal sobre uma rocha e que vai alimentando ainda mais outro lago

Árvores, milhares de árvores, abetos, pinheiros, araucárias, bétulas, castanheiros, palmeiras, olaias, canforeiras, nogueiras, carvalhos, sequóias,... originárias das mais diferentes e remotas partes do mundo.

Uma das duas sequóias, existentes na mata, as Wellingtonias (Sequoia gigantea), plantadas para marcarem a presença do Duque de Welligton nesta Quinta, em 1813

Flores, muitas flores principalmente de caule longo, na imagem a flor de agapanto, flor do amor, lírio africano


Era aqui, nesta quinta idílica que Pedro e Inês se encontravam, sempre em segredo, para que nada perturbasse o seu amor. Inês, que a história apelidou de "colo de garça", tal era a sua beleza, residia no Paço do Convento de Santa-Clara-a-Velha, distante da Quinta não mais de quinhentos metros.


A determinada altura deste passeio sem pressas, chegámos a uma das fontes mais conhecidas: a Fonte das Lágrimas

Reza a lenda que esta fonte nasceu das lágrimas derramadas por D. Inês quando foi esfaqueada até à morte pelos três mandatários do rei, D. Afonso IV, pai do grande amor da sua vida D. Pedro, mais tarde D. Pedro I de Portugal. Terão sido as lágrimas que Inês então chorou que fizeram nascer a Fonte das Lágrimas, o seu sangue ficou de tal modo entranhado nas rochas que ainda hoje quando as observamos, vimo-las tingidas de vermelho.


Muito perto encontrámos uma porta em arco e uma janela neo-góticas que dão acesso a este mundo mágico e misterioso que é a mata da Quinta.

Ao lado da porta encontra-se a indicação que ali se encontra a Fonte dos Amores, na realidade pode ver-se um cano estreito, que vai terminar a uma centena de metros do Convento de Santa- Clara-a-Velha. Seriam as águas que brotam da Fonte dos Amores para este cano que serviriam de transporte para as cartas de amor de Pedro para Inês. Diz a lenda que o príncipe as colocava em barquinhos de madeira que, seguindo a corrente, iriam até às mãos delicadas de Inês.


E foi da janela da Fonte dos Amores que eu me despedi, não sem antes relembrar Camões

"As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores"
Os Lusíadas, canto III

desta pequena grande aventura, deste passeio recheado de amizade, de sonhos, de paraísos esquecidos, ... dizendo: até breve!


Este texto, as "MEMÓRIAS", o "OÁSIS", as "TASQUINHAS E...?"e os "PÉS E MAIS ALGUMAS COISAS", testemunhos de um tempo que passei afastada de alguns dissabores da vida, só puderam ser vividos, escritos e ilustrados graças à perícia fotográfica, disponibilidade, programação, amabilidade,...das minhas AMIGAS e "filhotes" . Para todos um MUITO OBRIGADA e UM BEM-HAJAM!

domingo, 1 de agosto de 2010

MEMÓRIAS

Já passaram 60 anos desde a primeira vez que fui ao Bussaco.
Memórias que emergem com este “voltar”, memórias difusas avivadas por fotografias tiradas na época, em que a minha avó materna é a figura predominante.

Fachada do Hotel Palace de estilo arquitectónio Manuelino-Gótico, infelizmente maculada, no dia em que visitámos o local, pela presença de carrinhas de um canal de televisão que no dia seguinte iria de lá fazer um programa em directo .

"Varanda" nas traseiras do hotel com bonitos panéis de azulejos portugueses


No presente revi o Hotel Palace que já conhecia, mandado construir em 1885, pelo rei de Portugal D. Luís, um dos mais belos hotéis históricos do mundo. No seu lugar existiu, entre 1628 e 1834, o Convento de Santa Maria do Bussaco, abrigando a Ordem dos Carmelitas Descalços, ordem essa que mandou plantar toda a mata que o circunda .

Mata onde em 1810 se travou a célebre Batalha do Bussaco entre as forças anglo-portuguesas e as francesas, as primeiras comandadas pelo Duque de Wellington e as segundas por André Massena

Que vi e que fiz neste passeio que me marcou mais?

Uma mata frondosa, considerada área protegida, com espécies vegetais do mundo inteiro, sendo bem “visíveis” os fetos gigantes…

Um lago com fauna e flora própria do local


Outro lago de águas turvas mas com uma beleza única

Uma cascata ao fundo da qual, a doce e divertida filha mais nova da minha anfitriã e eu, posámos para mais tarde recordarmos

Caminhos para se palmilharem lentamente

Atalhos que nos conduzem até à Cruz Alta, assim os queiramos percorrer

"Apanhada" com o produto de um pequeno “namoro” que tive com um arbusto florido

Trepadeiras das quais me foi oferecida uma vagem para ficar guardada como prova da minha passagem por este local.

Algumas das muitas belas flores que por lá abundam

Brincadeiras entre uma avó e uma “neta” que posaram como se ambas modelos-adolescentes fossem.


A recusa em querer sair de lugar tão aprazível! Saí porque me prometeram levar até à Cruz Alta.

Na Cruz Alta uma foto similar em poses, a outra de tempos remotos, em que as fotografadas foram eu, com menos de 10 anos e a minha avó.

No céu ténues nuvens


E olhando estas nuvens que pareciam estáticas, de um colorido tão diáfano que se confundiam com o firmamento, iniciámos a viagem de regresso a casa, onde nos aguardava um outro filho da minha anfitriã.

Nesta casa senti-me num lar, as “crianças” (vão matar-me) são muito simpáticas e bonitas, não me conheciam mas acolheram-me muito bem, conversaram comigo sem ser apenas por educação, sentir-me-ia honrada se fossem meus netos. A mocinha é muito engraçada, toda "para a frente", adora pintar as unhas de um modo um pouco psicadélico, gostava que a observassem, como eu observei, como se diverte a executar essa tarefa. O irmão gosta muito de cerâmica, comigo partilhou uns vídeos sobre o assunto, acreditem que aprendi bastante com estas visualizações…

A vista panorâmica tendo como ponto de observação a Cruz Alta é indiscritível, infelizmente não tenho nenhuma foto dela e não quis colocar uma retirada da Internet.

Todas as fotografias publicadas são da autoria da minha amiga anfitriã.