terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

MÁSCARA

Eis-me de volta a sábado, dia 11, quando escrevi sobre o “Chanfrado” e afirmei que a “tarefa” da parte da tarde e fim do dia, tinha sido mais “fácil”.
O resultado está nas imagens que junto.
O meu neto tinha que se mascarar para desfilar no cortejo da escola e assim, como o tema era água/mar, disfarçou-se de aquário.


Na frente do “aquário” está um peixe que é o Nemo, coitado parece que tomou banho em lixívia! Quem o pintou, a minha neta, decidiu que o queria ver num tom de amarelo desmaiado e de preto quase cinzento (como aos artistas não se deve impedir a criatividade, ficou anémico).
Foi divertido estarmos todos empenhados nos recortes, pinturas, colagens,… de vez em quando surgiram “atritos”, ambos queriam pintar ou fazer o mesmo, mas com um raspanete lá passaram.
Também se ouviram “ameaças” da parte dela, não ia ajudar mais, ia sair da “equipa de trabalho”, porque o irmão não a deixava fazer já não sei o quê.
Até há dois anos os meus netos gostavam de se mascarar e eu, que até nem gosto muito da época, acompanhava-os, mascarava-me a rigor, como muitos de vós sabem e viram fotografias. Nesse passado tão perto acabava por me divertir bastante com eles! Os tempos vão mudando e as máscaras que eles usaram este ano foram quase uma obrigação.
Na escola fizeram o fato dela e assim ela foi o Nemo com as cores que todos conhecemos.
Para o ano há mais “carnavais” (ou será que vamos andar o ano todo mascarados?)


Fiquei nostálgica depois de escrever este poste!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA XCVII

Não vou fazer um resumo da minha semana, apenas afirmo que foi muito movimentada e diversificada, estou tranquila e tranquilidade é o estado de espírito de que mais preciso actualmente.
Nas minhas deambulações pela poesia de autores portugueses reencontrei este poema de amor, pleno de ironia que se adapta aos dias de hoje e dá um toque divertido à quadra em que estamos.





ART. 1056º DO CÓDIGO CIVIL

Oiça, vizinha: o melhor
É combinarmos o modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo.

Passo os meus dias a vê-la
Bordar ao pé da sacada.
Não me tiro da janela,
Não leio, não faço nada…

O seu trabalho é mais brando,
Não lhe prende o pensamento,
Vai conversando, bordando,
E acirrando o meu tormento…

O meu não: abro um artigo
De lei, mas nunca o acabo,
Pois dou de caras consigo
E mando as leis ao diabo.

Ao diabo mando as leis
Com excepção dum artigo:
O mil e cinquenta e seis…
Quer conhecê-lo? Eu lhe digo:

“Casamento é um contrato
Perpétuo”. Este adjectivo
Transmuda o mais lindo pacto
No  assunto mais repulsivo.

“Perpétuo”. Repare bem
Que artigo cheio de puas.
Ainda se não fosse além
Duma semana , ou de duas…

Olhe: tivesse eu mandato
De legislar e poria:
Casamento é um contrato
Duma hora – até um dia…

Mas não tenho. É pois melhor
Combinarmos algum modo
De acabar com este amor
Que me toma o tempo todo.
Augusto Gil ( Porto, 1873-1929 )

PARA OS FOLIÕES MUITO DIVERTIMENTO DURANTE ESTE FIM DE SEMANA, PARA OS OUTROS UM TEMPO DE DESCANSO...
EU AINDA NÃO SEI QUAL DAS OPÇÕES VOU ESCOLHER... TALVEZ UMA MISTURA DAS DUAS.
UMA CERTEZA TENHO! OS MEUS BEIJINHOS EMBRULHADOS VÃO A CAMINHO ...

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O CHANFRADO

À semelhança de muita gente da nossa praça que afirma que  a culpa nunca é dela mas sim dos outros, excepcionalmente, vou fazer o mesmo e todos me vão dar razão, será?
Pois é! A culpa foi dele…eu estou inocente!
Não sabem de quê? Não fazem ideia do que estou  a falar? Se tiverem paciência para ler este texto até ao fim  vão ficar a saber a história.
Tive um fim de semana muito recheado e diferente. Comecei  sábado, logo de manhãzinha, por assistir pela primeira vez a um workshop sobre “Iniciação à Pintura Country”, o primeiro de outros que pretendo frequentar sobre várias técnicas de “Artes Decorativas” (os poucos worhshop a que assisti estavam ligados com temas que diziam respeito à minha profissão). A “ crise” está a empurrar-me para as “novas profissões”, daqui por um ano deve ter montanhas delas!
Uma das características deste tipo de pintura (estou a referir-me à country) é a imitação de trabalhos de costura feita com retalhos. Para isso, são feitos pespontos com pincéis liner, o que é muito fácil .
Mas há outra condição, os sombreados. Estes são essenciais para dar “vida” ao desenho,sem eles não há nada de country, são o “diabo”, não são normais, têm que ser feitos com um pincel diferente, um pincel chanfrado e para se conseguir dar-lhe bom uso é o “bom e o bonito”… 
É de pêlo sintético, saber usá-lo tem um segredo e é preciso praticar muito.


Durante algumas horas (com mais cinco jovens senhoras de quem podia ser mãe) e com um pequeno intervalo para um chazinho e scones, empenhei-me totalmente como aluna, mas suspirei muito…há muito tempo que não suspirava tanto.
Como confessei já muitas vezes, sou uma perfeccionista (em avançado estado de cura, felizmente) e na minha opinião as sombras não correram nada bem…a professora bem me gabou mas não me convenceu.
A caixa que está na fotografia, ainda está muito incompleta, não tem a maior parte das sombras, nem os “alinhavos”, tem apenas as pinturas base. Reparem na gentileza com que a seguro, eu até fico admirada com esta “doçura”, logo eu que tenho andado com vontade de dar uma martelada na cabeça de muita gente…”mas isso agora não interessa nada”.
Hoje digo que a única culpa que tive foi em ter-me metido com um chanfrado (o que aliás não seria a primeira vez). Quanto à não perfeição do trabalho a culpa não foi minha, foi dele…tem que se tratar urgentemente e deixar que pessoas como eu, sem prática nenhuma, criem uma obra prima logo à primeira.

O sábado não terminou aqui, outra tarefa me aguardava, fazer a máscara de Carnaval Esta criação resultou melhor, muito melhor! A sua descrição fica para uma próxima!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DOÇURA OU DIABRURA XCVI

Ao abrir novamente este tema apercebi-me das saudades que tinha de remexer nos meus livros de poesia, para escolher o poema de fim de semana.
Esta semana comecei a visitar os vossos cantinhos mas, há tanto para me colocar em dia, que mesmo saltando alguns sem deixar comentário, ainda não consegui passar por todos…
“Me aguardem” que eu vou mesmo!



FLORIRAM POR ENGANO AS ROSAS BRAVAS

Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las…
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós caí nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos…

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze – quanta flor! – do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

Camilo Pessanha (Coimbra, 1867-1926)

APROVEITEM, AO SEGUNDO, ESTE FIM DE SEMANA QUE CHEGOU A GALOPE! SONHEM MUITO! TREINEM SONHAR ACORDADOS COM AS COISAS BOAS QUE AINDA EXISTEM…
SONHEM COM “BEIJINHOS EMBRULHADOS”, OS MEUS, QUE VOS ENVIO COM MUITO CARINHO!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ACORDADA


Hoje ao acordar, decidi imitar uma gata, mantive-me mais um tempinho enroscada no ninho quente e com um cheiro muito leve da água-de-colónia que nem sempre uso, creio que até ronronei.
Soltei os meus pensamentos e comecei a sonhar acordada.
Entrei numa floresta frondosa mas permissível à entrada dos raios solares que me fizeram lembrar teias douradas, tecidas por aranhas, trabalhadoras noctívagas, que não metem medo a ninguém. Imaginei-me com menos quarenta anos, bailando ao som da orquestra formada pelo  som do vento, pelo canto das aves, pelo deslizar da água de um riacho, pelo sussurrar das folhas…Fazia paragens, não porque estivesse cansada mas porque desejava tocar no que existia à minha volta. Vi flores exóticas, demasiado vistosas, outras mais discretas como uns maravilhosos miosótis … no ar pairava uma miscelânea de odores.
E assim caminhando embrenhei-me na floresta. Não travei a minha imaginação, deixei-a voar, estranhamente não emergiram ideias sobre seres humanos.
Repentinamente cheguei a uma clareira … por lá deslizava um ser etéreo … espalhava uma auréola em tons de azul e branco e tinha membros semelhantes a asas abertas, corri ao seu encontro e senti-me envolvida por uma onda de ternura imensa.

Foi altura de dizer em voz alta : Maria Teresa, o devaneio já vai longe, toca a levantar enquanto consegues reter essa sensação maravilhosa de afecto!

E o resto do dia passou-se a um ritmo natural, tranquilo e diversificado nas tarefas!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

FEZ-SE DIA!

Noites tenebrosas ensombraram-na e duraram uma eternidade… Há muito que não via,  não tinha o prazer de sentir o amanhecer…
A pouco e pouco foi saindo desse deserto negro, habitado apenas por sombras, finalmente avistou e alcançou o oásis que tardava em encontrar.
Já viu e sentiu o acordar do sol, está tranquila e preparada para voltar a dançar ao som dos acordes da vida …
Almeja chegar ao paraíso!