quarta-feira, 30 de junho de 2010

MEMÓRIAS REMOTAS


Há horas para nos despedirmos! Há horas em que gostaríamos de apagar da memória milhares de recordações. Chegou a hora de o fazer! Estou a despedir-me dessas memórias e a convidar-vos a dançarem comigo, descalços de preferência. Fechem os olhos, oiçam as palavras e dancemos!

Confesso que até nem estou a ser original, foram amigos que me "meteram" esta ideia na cabeça, uma cabeça que neste momento está um pouco em disfunção... Mais loguinho estará a funcionar bem melhor!

terça-feira, 29 de junho de 2010

MENTES A DESCOBERTO

Quantos de vós já ouviram falar em neuromarketing?
O neuromarketing é filho de um casamento entre a neuromedicina e o marketing, “nasceu” por volta de 1990 e o seu estudo e implementação é financiado por grandes empresas como a Coca-Cola, a General Motors, a Ford, a Kodak e outras…
O marketing que tanto nos agride, pode ser definido, de uma forma muito simples, como sendo um processo para levar um produto ao seu consumidor, sob a forma de publicidade e de “demonstradores” devidamente treinados. Na actualidade, tem um enorme aliado, a ciência que estuda o comportamento de quem consome. Através do estudo das reacções neurológicas a determinados estímulos fica a conhecer-se a lógica do consumo, esta lógica permite perceber os desejos e as motivações das pessoas. Surgiu assim um novo conceito o neuromarketing.
Através da ressonância magnética e da tomografia computorizada, já se consegue ver como determinadas funções cerebrais (memória, raciocínio, emoções) são activadas perante um estímulo. Com este conhecimento o caminho da mente de um consumidor fica a descoberto e os conhecedores deste processo ficam a conhecer os “desejos” dos potenciais consumidores mesmo antes deles mesmos estarem conscientes do que desejam.
Resumindo o neuromarketing informa as empresas do modo como o consumidor reage cerebralmente em relação ao cheiro, à cor, ao sabor, à embalagem de determinado produto, … Os publicitários puderam deixar para trás os estudos subjectivos, as meras impressões e as estatísticas.
E nós consumidores ficámos à mercê deste processo de actuação, ficámos fragilizados e somos “empurrados” por imagens ou afins, que de um modo invasivo nos conduz ao consumo.

Para além dos que fazem estes estudos e os publicitários, temos aquilo a que chamo os “profissionais no terreno”, aqueles que têm artes para nos levar a comprar o que nem sempre estamos a precisar muito. Eles resumem o seu modo de actuação a uma sigla A.I.D.A. (Atenção, Interesse, Desejo, Acção).
Depois de nos despertarem a atenção, eles têm que nos manter interessados e fazem-no de um modo simpático e amigável, falam muitas vezes, nos seus próprios problemas. Ficamos abertos a desejarmos o “objecto” que nos está a ser impingido e aí os bons profissionais falam nas pessoas importantes que já adquiriram o produto, em como o stock é limitado, …
Chega a altura de passarem à acção e fazem-no com muita subtileza com perguntas tipo gostaria mais de outra cor? Quer que volte na próxima semana?
O pagamento pode ser facilitado sem juros!
(…)
Conheço uma marca de aspiradores em que o “vendedor” actuou exactamente desta maneira.
Para além desta experiência tive outra há bem pouco tempo que passo a relatar:
Há cerca de 15 dias recebi em minha casa um destes promotores, promovia uma bomba filtro de água. Embora não pareça, muitas vezes tenho imenso que pensar e que fazer de modo que, ao telefone, ao ouvir uma voz feminina a dizer-me “que era a não sei das quantas” da verificação da qualidade da água da zona eu nem meditei, disse logo: envie o técnico! O pobre coitado, que até tinha uma excelente apresentação, decidiu (com o meu consentimento é certo) invadir-me a cozinha pequeníssima com um aparelhómetro (aquilo a que o demonstrador chamava filtro) razoavelmente grande para as dimensões do desgraçado do meu lava-loiças e respectiva bancada, ainda por cima quis copos e mais copinhos transparentes, dois jarros e água fervida (a ferver estava eu por dentro) e decidiu fazer experiências que não eram mais do que a electrólise da água (usou-a na água fervida, na água da torneira e na água engarrafada) enquanto a água da torneira passava pelo tal aparelhómetro. Quando ele me começa a falar que o “tal” retinha vírus através duma dupla membrana “não sei das quantas” eu tive que fazer um esforço enorme para não me rir. O aparelho “monstruoso” para o tamanho da minha cozinha, que está a precisar de obras urgentes, custa a módica quantia de 18yy euros se ficar instalado sobre a bancada (não sei é como depois conseguia cozinhar) ou 16yy euros se ficar por baixo do lava-loiça que por acaso, nesta casa, até é uma “pia”. Podia pagar em “n” prestações, tinha garantia vitalícia e ofereciam-me um colchão…
Eu fingi que engolia tudo desejosa que o fulano levasse toda aquela parafernália para longe da minha vista…
Socorro! Poupem-me! Livrem-me destes “neuromarquetistas” da banha da cobra… Descobriu-me a mente uma ova!

Nota:
1-Este processo é bastante complexo e tem enormes aliados, nomeadamente os nossos cartões de crédito, os nossos cartões de desconto de grandes espaços comerciais, … através deles vão ficando registados milhares de dados para estudo dos técnicos treinados para fazerem estudos de mercado…
2-Obrigada querido A.A.S. por teres despertado a minha curiosidade para esta nova forma de nos levar ao consumo, o neuromarketing. Sem este teu “espicanço” eu nunca pensaria em tal e este post não existiria.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

VESTIDA COM UM LENÇO

O Sol começou a visitar-nos, uma visita há muito desejada mas, não tão esplendorosa como seria de esperar, tal não impede que as pessoas não se “dispam” e frequentem as praias e não só.
Vamos então aproveitar a moda dos anos sessenta e retomarmos o “vestirmo-nos” com um lenço, não será propriamente um lenço de algibeira, mas um lenço um bocadinho maior.
Aqui vos deixo para vossa apreciação várias maneiras de o usar, todas elas experimentadas por mim, que os vestia e ainda visto sobre o fato de banho.

Não pensem os homens que este post é apenas dedicado ao “género feminino”, vocês têm um papel importante neste assunto, aconselhem as mulheres com quem lidam em intimidade, se devem e podem usar o lenço e a maneira que lhes fica melhor. Podem até fazer um brilharete se lhes oferecerem um, eles continuam a existir à venda, lindíssimos, das mais variadas cores e tipo de tecido, opacos ou transparentes, enormes ou reduzidos, …


Vistam-se com um lenço e sintam-se livres…passeiem à beira-mar, com ele a servir de saia e deixem que o mar o beije… QUE SENSAÇÃO FANTÁSTICA!

Nota:A partir de hoje, não sabendo até quando, para mimar a Olga, vou voltar ao envio de "beijinhos embrulhados"!

domingo, 27 de junho de 2010

50 000 E MAIS ALGUNS!

Desde o dia 14 de Agosto do 2009 que este blogue tem existência real. Virtualmente, para poder dar continuidade a um trabalho que tinha encetado cerca de um ano antes, foi aberto em Junho do mesmo ano. Brochura com a compilação dos textos que publiquei desde o dia 14 de Agosto de 2009 até ao dia 31 de Dezembro do mesmo ano.

No início não coloquei um contador de entradas, para ser verdadeira quem o colocou, passado um tempo, foi a Ana Rita. Sei que neste momento esse contador indica que foram dados mais de 50 000 cliques... alguns dos quais são, como não podia deixar de ser, meus.
Muitos dos que aqui comentam seguem-me desde quase o início mas poucos conhecem o porquê de enviar beijinhos a todos, por isso transcrevo o meu primeiro post:

“Há beijos e beijos... Os meus beijinhos embrulhados são as prendas sem grande valor material, mas com grande carinho que costumo dar à família e às pessoas de quem gosto, enfim... a quem AMO. Neste espaço penso enviar infinitos beijinhos embrulhados sob a forma de imagens e de palavras que exprimam o que sinto, o que penso e o que desejo. Beijinhos embrulhados!”

Os meus comentários nos últimos tempos terminam com “beijinhos sem embrulho” como consequência de uma brincadeira. E porquê? Porque um dos meus queridos comentadores fez a observação de que dava trabalho a desembrulhá-los e essa foi a resposta que achei adequada.
Chamo querido/a a todos/as porque estou numa idade em que penso que sermos carinhosos não faz mal a ninguém, … Será que aos trinta, quarenta, cinquenta anos, sentir-me-ia um pouco ridícula em fazê-lo? Não faço a mínima ideia, hoje sei que não me sinto assim e o “hoje” tem muita força para mim.
Sou uma “escrevinhadora” por prazer e enquanto for sentindo tal, vou continuar a fazê-lo, não estou cumprindo metas, nem obrigações, nem em busca de honrarias.
Gosto de desafios! Desafio-me muitas vezes, mas não permito que esse desafio se torne doloroso ou que me transforme numa pessoa agressiva, a agressividade entristece-me.
Tenho pena de ter sido “obrigada” a colocar um moderador de mensagens, principalmente pelo motivo que foi e que ainda me dói muito…
Todos os que por aqui passam e passaram me honram e honraram com a vossa visita! Estou-vos muito grata! A vossa presença, quer deixem um comentário, quer não, é motivo de muito agrado para mim.
Pessoalmente sou conhecida apenas por 5 de vós! E nesses 5 há familiares…

A TODOS A MINHA AMIZADE (embora virtual) E O MEU BEM-HAJAM!

sábado, 26 de junho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXIV

Com o Verão acabado de chegar vamos aquecer um bocadinho o corpo e a alma.

AMADO

E, por fim,
sinto os passos daquele que amo.
Ao aproximar-se ,
tudo se cala deste lado da colina-
a serpente dorme,
os alces parecem de pedra, na margem do lago.
Não digo nada àquele que amo.
Derramo as pétalas e os perfumes sobre a sua
forma altiva,
de claridade, de silêncio e bronze.
As sandálias deixam transparecer a errância
dos seus pés.
Ele respira serenamente,
ele bebe o meu vinho doce,
quando me calo.
E quando a sua mão se detém no meu ombro,
caem sobre as cidades duas estrelas puras.
É Setembro outra vez,
nas vinhas do meu amado.
De onde terá vindo?
Onde terá lançado a sua palavra,
os salmos que lhe ouvi outrora, num jardim de
frutos proibidos?
Sentar-se-á aqui, neste alpendre, aquele que amo.
Ao entardecer, iremos ao rio.
Beberei da mesma água, na concha das suas mãos.
Verei o esplendor dos seus caminhos e,
muito perto,
vénus que nunca dorme.
Velarei o sono daquele que amo.
E, como um anjo de estremecido cristal, tocarei
a leve música das suas viagens.
Já não seremos deste mundo.

José Agostinho Baptista, in QUATRO LUAS edições Assírio & Alvim

QUE O TEU FIM-DE-SEMANA SEJA AQUELE COM QUE SONHASTE!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

EL TOBOSO

Pensam que o preguiçoso do Sancho Pança levou a carta a D. Dulcineia? Não, fingiu que sim o malandro e mais, engendrou uma resposta.
Mas, um dia D. Quixote, num daqueles seus ataques de frutuosa imaginação decidiu ir até ao lugarejo onde vivia a sua amada.
(…)
-A noite está quase a chegar, antes de começar uma nova aventura tenho que pedir licença e a bênção a Dulcineia.
-Deve ser difícil conseguir vê-la e muito menos receber uma bênção, só se for pelas frestas do curral.
- Deves estar louco! Pelas frestas de um curral? Foi certamente na varanda do seu palácio real que a viste.
-Talvez! Talvez! A mim pareceu-me uma fresta! Quando eu vi D. Dulcineia o sol estava encoberto e ela devia estar a peneirar o trigo, o pó levantado, como uma nuvem, também lhe tapava o rosto…
-És um idiota! Como pode uma senhora estar a fazer trabalho de uma assalariada?

E a conversa derivou para outros assuntos a contento de Sancho.
Finalmente chegaram a Toboso, Sancho Pança, que a toda as horas levava pancada por causa das diatribes do seu amo, ficou aterrorizado, não fazia a mínima ideia onde morava D. Dulcineia…

-Sancho leva-me até ao palácio da minha amada!
-Não posso! A casa onde a vi era pequeníssima!
-Então era porque estava a descansar a sós, como é costume as princesas e as grandes damas fazerem.
-É muito tarde não devemos incomodar ninguém.
-Vamos até ao palácio, depois logo se vê! Repara naquela enorme sombra, deve ser ali!
-Está bem! Vamos então até lá mas guie-me o senhor meu amo que eu não vejo nada!
-Mas isto é a torre de uma igreja!
-Agora me lembro que a casa dessa senhora fica num beco sem saída.
-És um mentecapto! Onde é que viste que os paços reais ficam em becos sem saída?
-“Cada terra com seu uso”! Eu vou procurar por essas vielas e travessas e talvez encontre esse palácio de uma figa.
-Fala com respeito Sancho quando te referes à minha amada!
- Como é que quer que eu faça, encontrar a casa à meia-noite, se só a vi uma vez e Vossa Mercê milhares de vezes?
-Olha lá herege! Não te tenho dito todos os dias da minha vida, mil vezes por dia, que nunca vi Dulcineia, que nunca frequentei o seu palácio e que estou apaixonado apenas por aquilo que ouvi dela.
- Fiquei agora a sabê-lo! Se nunca a viu, eu ainda menos…
-NÃO PODE SER! Disseste-me que a viste peneirando o trigo e trouxeste-me a resposta à carta que por ti enviei.
- Não quebre a cabeça com isso! Sei tanto quem é D. Dulcineia como sei dar murros no céu!

(…)



A cidade de Toboso está totalmente recuperada e virada para o turismo, nela encontra-se A Casa da Dulcineia, um palácio construído no século XVI mobilado com móveis e artefactos da época. Numa zona deste palácio existe um Museu Quixotesco-Manchego, onde se podem observar algumas edições raras do romance de que tenho “andado” a falar. Algumas ruas e vielas, marcadas como sendo o imaginário percurso de D. Quixote, quando visitou Toboso, têm nomes referentes aos protagonistas do romance e algumas palavras e ditos extraídos do diálogo “aldrabado” que acima transcrevi.

Nota:
As fotografias que ilustram este texto, foram tiradas por mim, logo… é proibido dizer mal delas :):):)

terça-feira, 22 de junho de 2010

CARTA A DULCINEIA

Na Serra Morena, languidamente recostado num pinheiro, sem se preocupar em ficar com o corselete manchado de resina, D. Quixote sonhava,… mas acordado, com a sua dama e musa Dulcineia que ele nunca tinha visto nem vestida nem despida. De rompante, decidiu escrever-lhe uma carta.
Ei-la!

“Soberana e alta senhora!
O ferido do gume da ausência, e o chagado nas teias do coração, dulcíssima Dulcineia del Toboso, te envia saudar, que a ele lhe falha.
Se tua formosura me despreza, se o teu valor me não vale, e se os teus desdéns se apuram com a minha firmeza, não obstante ser eu muito sofrido, mal poderei com estes pesares, que, além de muito graves, já vão durando em demasia.
O meu bom escudeiro Sancho te dará inteira relação, ó minha bela ingrata, amada inimiga minha, de modo como eu fico por teu respeito. Se te parecer acudir-me, teu sou; e, se não, faz o que mais te aprouver, pois com acabar a minha vida terei satisfeito à tua crueldade e ao meu desejo.
Teu até à morte
O Cavaleiro da Triste Figura”

Tradutores: Viscondes de Castilho e de Azevedo

Nos dias de hoje a carta talvez seguisse assim:

Ó minha!
Estou para aqui sem ter nada que fazer “a modos que” resolvi escrever-te.
Estás a fazer-te um pouco cara e eu não estou para te aturar! Queres ou não curtir comigo? Ou sim ou népias! Anda por aí muita gaja, que até “chora” para andar comigo, se pensas que fico a pensar em cortar as goelas por não queres nada comigo, estás muito enganada.
Tenho na minha frente uma loirinha e um prato de caracóis, fico à espera que digas qualquer coisa, mas não demores muito que eu não tenho tempo a perder!
O Zé Vida Curtida

Desafio os meus e as minhas visitantes a "vestirem-se" de D. Quixote e a “escreverem” uma carta à bela Dulcineia! Até pode ser apenas uma frase…

A carta chegou às mãos de D. Dulcineia?
Para o saberem lêem o livro, perguntam a alguém que conheça a história ou…aguardam pelo próximo post.

Nota:
Consta que Dulcineia a dama “inventada” por Cervantes, se baseou numa dama que vivia na época, em Toboso e, por quem tinha uma certa atracção. Seu nome seria Aldonza Lorenzo, chamar-lhe-iam abreviadamente Ana, "doce Ana" (se lerem "doce Ana" rapidamente e com sotaque espanholês, soa a dolceana=dulcineia). Não consegui saber se isto é mesmo verdade, Cervantes zangou-se comigo e deixou de me falar...

A carta que transcrevi foi retirada da obra Dom Quixote de La Mancha, Mel Editores, tendo como tradutores os citados.

domingo, 20 de junho de 2010

CANSAÇO

Poucos meses depois de se terem unido pelo matrimónio o homem terno que a Maria tanto amava tornou-se um estranho, passou a ser agressivo nas palavras que lhe dirigia. Para ele nunca nada estava bem! Nunca mais ouviu um elogio por pequenino que fosse! Nunca mais ouviu uma palavra de ternura! As palavras e os gestos de sedução tinham-se esfumado como o fumo que sai por uma chaminé de uma lareira acesa, numa fria noite de inverno. Ela esforçava-se e procurava agradar-lhe, acreditava que estavam a viver uma fase passageira, mas para ele nenhuma tentativa de agrado, por mais terna e sedutora que fosse, surtia efeito. Implicava com tudo!


-Maria este ensopado está intragável! Devias esforçar-te um pouco mais, porque não vais aprender a cozinhar com a minha mãe? (Nesse dia a sogra tinha passado por casa deles e tinha-a ajudado a fazer o jantar).

-Maria hoje não puseste na mesa o meu sumo (tinham combinado que ele passaria pela loja da esquina e traria vários mantimentos que estavam em falta)

-Maria a minha máquina de barbear está fora do lugar! (Estava arrumada na prateleira antes do desodorizante em vez de estar depois)

-Maria a minha camisola verde não está no roupeiro! (Tinha-a enodoado no dia anterior à noite)

-Maria não achas que a dobra do lençol está muito larga? Caramba! Nem uma cama sabes fazer como deve de ser!

-Maria esse cabelo está nojento! (Tinha-o acabado de lavar e secar)
(…)

Não havia cumplicidade no jogo amoroso, nem sequer havia jogo…ela era apenas um recipiente para a descarga da uma premência sexual comandada pela testerona…Talvez até utilizasse outros recipientes!

Um dia chegou a casa e encontrou o vazio! Não havia sequer um ténue vestígio da Maria, nem o suave aroma do perfume que sempre tinha usado e que tinha sido ele a apresentá-lo!


Texto publicado no âmbito do desafio ESTAVA VAZIO para Fábrica de Letras



sábado, 19 de junho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXIII

Fazendo um pequeno intervalo pelo meu deambular por terras manchegas, pisadas por D. Quixote, vêm novamente à ribalta as Doçuras ou Diabruras que foram para férias há já dois longos fins-de-semana.

O beco

Esperava que tu passasses
não sabia quem eras
talvez nem se existias
mas amava-te
febrilmente
às vezes dava-te um rosto
e dizia-te coisas
de amor
sentada na pasta dos livros
sem ir à escola
esperava-te nos olhos
fixos no princípio
do beco da minha rua
até que nos passos da noite
minha mãe que saía de casa
vinha à minha procura
chorando da insensatez
hoje
que te dou um nome
chamo-te solidão
e continuo à espera
no beco da minha rua
Miguel Barbosa, in “por uma pitada de sal”

O Verão afasta-me um pouco do computador, oferece-me uma panóplia de opções de “tarefas” que me divertem, me preenchem, me rejuvenescem, …
É possível que as minhas publicações passem a ser mais espaçadas. O futuro o dirá!

PARA TODOS UM FIM-DE-SEMANA MELHOR DO QUE O MEU! O MEU TEM UM PROGRAMA EXCELENTE!!!!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PUERTO LÁPICE

Fui até Puerto Lápice pela moderna auto-estrada da Andaluzia, por esse motivo cheguei muito antes de D. Quixote que percorreu o antigo Caminho Real, ele tinha em mente, soube-o depois, ser armado cavaleiro. De acordo com a lei da cavalaria, enquanto não fosse armado cavaleiro não podia lutar contra um, e esse era um sonho que o perseguia. Nesse lugar talvez fosse possível, há (havia) uma encruzilhada, servida por muitas estalagens, havendo muitas estalagens, “há” muita gente, havendo muita gente, “há” a hipótese de se viverem muitas aventuras.
Vi-o chegar, ao anoitecer, cansado e morto de fome. Olhou para uma das estalagens, aquela que tinha à porta duas raparigas “da vida airada”(1), de imediato pensou que se tratava de um castelo e na sua mente conturbada, conseguiu ver as quatro torres com coruchéus(2) de prata reluzente, a ponte levadiça e até um fosso bastante profundo. As duas moças seriam donzelas que na frente do castelo passeavam, tomando “ares”…
Abreviando a “aventura” devo dizer-vos que o estalajadeiro se apercebeu de imediato que aquela tão despropositada figura, pertencia a um homem que não funcionava bem da tola, mas atendeu-o, servindo-lhe uns restos de comida...
Que figuraça que D. Quixote fez! Foi motivo de gargalhada geral. As moças ajudaram-no a “despir”, mas a celada (3) teve que ficar, tantos eram os nós que a seguravam.
Para comer tinha que levantar a viseira com as mãos, então como levar a comida à boca? Uma das moças ajudou-o. Dar-lhe de beber? Impossível! Mas o estalajadeiro, homem arguto e criativo, adaptou uma cana, cortou-a pelos nós, meteu-lhe na boca uma das extremidades e pela outra “enviava-lhe” o vinho.

Depois do jantar o nosso bravo aventureiro implorou ao “senhor do castelo” que o armasse cavaleiro. O bom homem, embora um pouco hesitante, acabou por anuir mas, marcou a “cerimónia da investidura” para mais tarde, pela manhãzinha.
O que fazer até essa hora gloriosa? D. Quixote decidiu que levaria a noite a “velar as armas” para tal acto, tão solene, colocou toda a parafernália de objectos que transportava sobre uma pia que por ali havia. Com a lança na mão “passeou-se” em frente à pia com os olhos sempre fixos nas suas “coisas”.
Quis o destino que por ali passasse um arrieiro que quis dar de beber aos seus animais, sem grandes cerimónias, atirou os pertences de D. Quixote para o chão. Desgraçado! Levou com a lança no cachaço! Não morreu mas ficou esticadinho nos chão…Os utensílios foram apanhados e de novo colocados sobre a pia.
Não é que outro arrieiro fez exactamente o mesmo e a cena se repetiu?
Antes que algum dos seus clientes se finasse o estalajadeiro decidiu “armá-lo” cavaleiro.
Com o livro em que assentava a palha e a cevada que vendia, “lendo-o” como quem reza uma devoa oração, levantou a mão e deu-lhe um valente calduço, e depois com a espada uma pranchada (4). Uma das “donzelas” colocou-lhe a espada à cinta e disse: “Deus faça a Vossa Mercê muito bom cavaleiro, e lhe dê ventura em lides” (sic)
Depois de “armado” cavaleiro, D. Quixote não perdeu mais tempo em Puerto Lápice: “Seria a da alvorada quando D. Quixote saiu da estalagem tão contente, tão airoso, tão alvoraçado por ver-se já armado cavaleiro, que o prazer rebentava-lhe pelas cilhas do cavalo…” (sic)

E com esta cena, eu saí de “cena” e também de Puerto Lápice, onde não há nada de interessante para se ver… a não ser o relembrar as cenas, indiscutivelmente bem descritas e ao pormenor, da investidura de D. Quixote como cavaleiro, pelo poeta, dramaturgo e romancista Miguel Cervantes.

Nota:
Esperando que Cervantes não se tenha agitado muito no túmulo com as interpretações que estou a dar à sua obra, e que até vele por mim que a estou a publicitar de borla, não resisti em usar alguns termos menos usuais, "utilizados" por ele e vulgares na época em que escreveu esta obra.
O estalajadeiro é citado no original como vendeiro, que na época teria talvez o significado de taberneiro.
(1) Expressão usada por Cervantes para denominar prostitutas.
(2) Parte mais elevada das torres
(3) Armadura defensiva da cabeça que no caso de D. Quixote era de cartão.
(4) Batida com a parte plana da espada

terça-feira, 15 de junho de 2010

CAMPO DE CRIPTANA

Bem acomodada num veículo que não precisava de conduzir, logo pela manhã, percorri o campo de Montiel. Fui admirando os campos dourados a perder de vista, salpicados por pinceladas de vermelho. Esta espantosa paisagem fez com que, a pouco e pouco, a minha mente se deixasse invadir pelas palavras de Cervantes quando a descrevia exactamente do mesmo modo como os meus olhos a “reconheciam”!
Inesperadamente, D. Quixote esguio montado no seu Rocinante e de lança na mão direita, seguido pelo seu fiel servo Sancho Pança, montado num burro, surgiram um pouco mais à frente no meu trajecto, em amena cavaqueira (o amena é uma “boa vontade” minha, as suas conversas nunca tinham nada de amenas e acabavam sempre mal, para o desgraçado Sancho). Ao longe avistámos (eu e eles) vários moinhos de vento, cujas velas são bem diferentes das dos nossos como podem observar na foto.

Escutei então o seguinte diálogo:
-Olha Sancho! Vês aqueles atrevidos gigantes? Vou travar uma dura batalha com eles… mas vou vencê-los!
-Quais gigantes? Qual carapuça! Aquilo são moinhos de vento!
-Moinhos de vento! Enlouqueceste! São gigantes com uns braços enormes.
-São agora braços! São as velas que por acção do vento fazem trabalhar as mós.
-És um ignorante, não percebes nada de aventuras de cavaleiros. Estás é cheio de medo. Reza enquanto eu me vou atirar a eles e travar uma batalha desigual e sem igual.

E não é que observo este “sonhador”um pouco lunático (deveria ter dito muito?) a investir garbosamente de lança em riste, esporeando o desgraçado do Rocinante, contra um dos moinhos!
E gritava: Não fujam cobardes, sou apenas um cavaleiro que vos desafia!

Eis senão quando um sopro de vento mais forte fez mover as velas e D. Quixote berrou mais alto ainda:
-O vosso mover de braços não me mete medo, nada me faz desistir!

Solicitando como que numa prece a protecção de D. Dulcineia, lá se atirou ele contra uma vela.
A lança ficou em pedaços, Rocinante de patas para cima, D. Quixote voou e aterrou perto de Sancho. Este não sabia o que fazer, só berrava admoestando o amo. Eu mantive-me muda e queda, sabia o desfecho da história.
D. Quixote não perdeu a dignidade, embora estivesse todo “desencaixado” e disse:
-Pára de berrar Sancho! Na guerra há muitas mudanças e eu acredito que os gigantes se transformaram em moinhos, para me roubarem o prazer e a glória de os vencer.
O Rocinante um pouco desasado também se recompôs, o dono montou-o e todos partiram deste Campo de Criptana em direcção a Porto Lápice… continuando na sua eterna conversa…que já não ouvi.

Fiquei a vê-los a ficarem cada vez mais pequenos e foi observar os “gigantes” já transformados em moinhos.


Nota:
*Os campos dourados são searas imensas muito bem tratadas e a ocuparem uma enorme extensão.
* As pinceladas vermelhas são papoilas que existem em grande quantidade no meio das searas.
* Fico à espera que Cervantes não me venha “inquietar” durante a noite por ter posto frases tão “feias” na boca dos seus heróis, quando ele as descreve numa linguagem tão requintada e rebuscada, própria do século em que viveu.
* Desafio a quem leu este meu texto, a tentarem ler o original para se deliciarem com a riqueza das imagens que o encadear das suas palavras nos transmite.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

BREVE APONTAMENTO

Penso que a pouco e pouco, aqueles que me têm vindo a “seguir”, e que já me conhecem um pouco, verificaram que não gosto muito de turismo de multidões (por vezes, lá tem que ser…!).
Desta vez fui fazer aquilo a que se pode chamar a “Rota de D.Quixote”. Visitei alguns dos locais por “onde” D. Quixote com o seu criado Sancho Pança, montado no seu cavalo Rocinante vagueou.
D. Quixote é um personagem mítico, como todos sabem, criado pela pena de Miguel Cervantes (de Saavedra), que em Setembro de 1604, obteve autorização do rei para publicar a primeira parte do “D. Quixote de La Mancha”.
Os lugares que visitei “alimentaram” os meus sonhos de romântica, mas nunca confundi o homem que nunca “existiu”, apenas teve existência na mente muito criativa de Cervantes, com um homem real que tivesse passado por tantas aventuras e desventuras, muitas delas totalmente desprovidas de sentido no mundo em que estamos inseridos, mas de um delírio hilariante que nos faz rir até às lágrimas.
Fiz poiso em Toledo e daí parti para visitar Tembleque, El Toboso, Alcazar de San Juan, Campo de Criptana, Puerto Lápice, Almagro… Várias localidades situadas a sudeste de Toledo e que, como já devem ter inferido, não foram visitadas, nem podiam ser, devido às distâncias que medeiam entre elas, num só dia!
Para além de lá pernoitar sempre, visitei também Toledo, cidade onde já tinha estado por duas vezes, mas que admiro e que me mostra "sempre" pela primeira vez, algo que me escapou anteriormente. Toledo e um dos poucos lugares de Espanha, que durante o século XIII, permitiu a convivência e a tolerância mais ou menos pacífica, entre muçulmanos, cristãos e judeus. Nela encontramos uma combinação invulgar de estilos e culturas, característica desta cidade.
Como diz o título deste post , isto foram apenas umas breves notas para vos “informar” por onde andei nestes últimos dias. Se estiverem interessados em “acompanhar-me”, durante alguns dos próximos, descrever-vos-ei as memórias que me ficaram deste excelente passeio, em que “tomei” um emocionante e maravilhoso “banho de cultura”…

segunda-feira, 7 de junho de 2010

INSANIDADE

O facto de nestes últimos dias ter relembrado vários trabalhos que fiz sobre comportamentos humanos, fez-me pensar em vários conceitos e o termo insanidade, vulgo loucura, surgiu muitas vezes no meu consciente.
Todos já sentiram que quando menos esperamos os problemas surgem-nos e colocam-nos perante situações muitas vezes difíceis de serem resolvidas. Assim temos que arranjar “fugas” para podermos viver de uma forma descontraída e alegre. Tal nem sempre é possível porque a sociedade em que estamos inseridos julga-nos e, muitas vezes, nem sempre bem.
Ser-se “diferente” é para muitos, sinónimo de insanidade. É bastante interessante saber-se como o “significado” desta palavra variou ao longo da História, o insano de Homero era diferente do de Sócrates.
Segundo a Psicologia actual, a loucura é “uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados “anormais” pela sociedade”.
Hegel leva-nos a pensar que a loucura é “pertinente à dimensão humana, só será humano quem tiver a virtualidade da loucura, pois a razão humana só se realizará através dela.” A loucura de cada um tem uma lógica própria!
Mas eu não vos quero maçar com estas definições e conceitos, pelos quais estou apaixonada, mas que não têm muito cabimento aqui.


Reparem nestas imagens!



Uma foi desenhada por mim a outra pelo meu neto que tem 8 anos.

Como e porquê surgiram?
De um modo perfeitamente natural.No descanso do trabalho escolar, o meu neto pediu-me para usar os meus lápis de cor, acedi e quando o vi a fazer os desenhinhos, característicos da idade que tem, senti uma vontade imensa de os manusear, fui buscar o meu bloco, a cabeça comandou a mão e saiu o desenho que vêem e que apelidei de imediato de Insanidade. O meu neto quando o viu ficou deliciado, deslumbrado mesmo, tentou imitar-me…saiu o “produto” que podem observar e a que ele chamou “Um Bicho”!
Eu fiquei admirada! Como é que uma criança pequena conseguiu fazer um traçado tão semelhante? A espantada fui eu!

Deixo-vos com as duas para que as possam "julgar" e tecer as vossas críticas.

Aproveito para vos desejar uma ÓPTIMA SEMANA! Vou ausentar-me do país, mas na próxima semana espero cá estar. Vou certamente trazer boas novas sobre a minha viagem!

domingo, 6 de junho de 2010

RESPOSTA À RESPOSTA

Ao publicar os dois últimos posts, diverti-me um pouco ao relembrar o assunto e a ler as vossas reacções, penso que do vosso lado também houve algum divertimento.
O assunto no entanto foi tratado com seriedade da minha parte e embrenhei-me nele durante cerca de dois meses. Foi um trabalho fascinante e do qual tirei algumas conclusões com a ajuda de terceiros, mais experientes do que eu, em assuntos referentes à Psicologia.

Para que não fiquem sem conhecer a resposta às dúvidas que expus na “Resposta” cá vai:
Como está Judith?
Embora a contragosto porque a última coisa que eu queria fazer seria discutir consigo, pelo respeito que a sua mensagem já granjeou na minha humilde capacidade de julgar. E, aí vai a bóia para a salvar do charco em que nunca se afundaria:
-não sendo o caso de hoje que estou com a síndrome do monitor em branco, terei todo o prazer em ler o que tanto gosta de fazer-escrever. Faça um diário que eu replicarei se estiver à altura.
-A minha inteligência infelizmente não é imensa, faço parte de um grupo que deve conhecer e que se chama MENSA, mercê de testes que efectuei nos USA quando lá estive a estudar e trabalhar. Lamentavelmente, repetiram-no porque não concebiam que um português pudesse caber nesse grupo. Fi-los num país estrangeiro com a desvantagem da língua e correram bem. Não tenho particular gozo nisso e disse-lho à falta de um atributo mais ponderoso.
-Não sei manipular nada e muito menos pessoas.
-Resista, não manipule, seja autêntica meia hora por dia.
-Quanto às 3 dimensões, ou 4, ou mais nunca me esqueci do tempo e não queria referir-me às supercordas e à sua filiformidade.
-lipotímia quer dizer perda leve dos sentidos e só a referi porque é bom que se esteja perto de qualquer coisa sólida porque uma síncope com queda pode ser perigosa, concordará.
-Exorcist como poderia ser outro qualquer. Tudo o que me é desconhecido, põe -me curioso. O esoterismo é uma área que me fascina tanto como a culinária (e não sei cozinhar) porque é cultura geral. Decerto se tivesse escolhido cooker50 não a teria deixado tão perplexa. Calhou!
-Quanto ao pagamento eu de cada vez que abro o site eles convidam-me a pagar sem o qual não me dão acesso a mensagens que me mandaram e que não li.
Esperando ter contribuído para que o charco tenha as águas mais límpidas, cumprimenta-a o, exorcist=cooker=filibusteiro=fariseu, you name it.........

Posso acrescentar que na mensagem que lhe enviei a seguir o tratei por "filibusteiro"!

Dou este assunto como finalizado. É natural que volte a falar nos comportamentos humanos, numa abordagem mais teórica mas bastante engraçada (para mim! A vossa reacção verei depois)…

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A RESPOSTA

Antes de vos dar a resposta que prometi é necessário que saibam:
1- A mensagem ontem publicada, foi dirigida para um endereço de mail que tenho para receber contactos a partir do hi5 e do Facebook e em ambos uso um nickname.
2-Durante grande parte da minha vida de adulta, até à actualidade, “meti-me” com uma certa profundidade na "Análise do Comportamento", não sou propriamente uma behaviorista clássica, mas gosto de estimular para receber e analisar os comportamentos que daí advêm.
3- A “MENSA” é uma associação para pessoas muito inteligentes, cujo único requisito para admissão é o quociente de inteligência, em princípio superior a 148. Foi fundada, em Oxford, em 1946 e na actualidade estende-se por muitos países do mundo.
Não me vou alongar nestas explicações, mas devem ter percebido que esta mensagem caiu como “mosca no mel”. Não podia deixar passar este maná.
4-Não vi nesta carta, a carta de um sedutor, pelo contrário, vi alguém bastante perturbado, a precisar de atenção.

“Olá exorcist!
Não sei como chegou até mim, talvez se tenha enganado no endereço, mas isso não tem muita importância…
Adoro escrever e estou a fazê-lo como o faço para um registo de memórias, de emoções, de acontecimentos marcantes e este é um acontecimento marcante (?)
Vou bem, estou com uma óptima disposição.
Eu não tenho uma inteligência (I)MENSA mas sou bastante inteligente.
Sou feminina (não feminista) e como tal um poucochinho manipuladora. Acredito na felicidade mas não numa felicidade plena, vivo momentos, mais do que umas esquírolas (como citou), que saboreio plenamente.
Estou de acordo quanto ao não suportar a estupidez, mas quantas vezes me fiz de parva para não criar situações de atrito?
Segundo Karl Kraus "somos sempre mais do que a soma das nossas ideias"
O seu discurso escrito a partir de (…) até ao final deixou-me afogada num charco de águas turvas.
Vou tentar descodificar:
(...) "num mundo como eu o interpreto a mais de 4 dimensões" eu vivo num mundo a 3 dimensões mas, como matemática, posso idealizá-lo a mais.
(...) "lipotímia", desconheço a palavra, conheço o prefixo lipo que significa gordura
Deve haver uma mensagem subjacente mas eu não a descobri.
(...) "nickname " não vejo ligação entre uma curiosidade intelectual com um exorcista. Também tenho um largo espectro de interesses.
(...) "Se quiser continuar"Pagar o quê, a quem? Não captou o quê?
Falhou-me o entendimento.
"A bola está do seu lado do court, desenrasque-se"
Cá estou eu a desenrascar-me (não gosto de usar esta palavra, embora faça parte de um povo que se apoia e muito no desenrascanço) e a atirar a bola para o seu lado do court, confessando que não percebo nada de ténis Judith”

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O EXORCISTA

“Olá, como vai?
Apraz-me dizer-lhe que sou o mais comum dos mortais, com gostos simples mas com uma inteligência MENSA que me permite viver numa relação em paridade e sem manipular pois também quero umas esquírolas de felicidade que possam sobrar. Embora personalizado sou flexível até aos limites da razoabilidade. Não suporto a estupidez mesmo quando às vezes por razões sociais tenho de fazer parte dela. Sei que uma relação não se faz só num paradigma mental, mas lá que ajuda, ajuda. Num mundo como eu o interpreto a mais de 4 dimensões, resta-me esperar deitado por causa de provável lipotímia. O meu nickname deve-se a mera curiosidade intelectual pois tenho um largo arco de interesses. Se quiser continuar a conversar comigo tem de entender-se com este serviço pois eu não concebo pagar para auscultar sentimentos, emoções e ideias ainda que a "seres virtuais". Eu penso para massacrar o teclado. A bola está do seu lado do court, desenrasque-se. Exorcist"

Não conheço quem me enviou esta “carta” e já passou mais de um ano.
Partindo do princípio que esta mensagem tanto podia ter sido escrita por um homem como por uma mulher, e que tinha sido dirigida a um de vós, como responderiam ou como a interpretam? Eu no próximo post publico a resposta que dei.

terça-feira, 1 de junho de 2010

FESTA DA AMIZADE

Sábado passado, dia 29, realizou-se a Festa da Amizade em São João das Lampas, festa organizada pela Escola do 1ºCiclo e pela Associação de Pais da mesma.
Foram todos excelentes, pais e professores e o público que acorreu.
Vou fazer a descrição por imagens embora me faltem muitas… como sempre!

Os livros a preços "simbólicos"

Produtos alimentares de todos os tipos embalados e ao peso

Não faltaram as goluseimas!

As flores, muitas flores!

Artesanato

A artesã e parte da sua bancada, está um pouco desconfiada com a fotógafa, porque será?

Uma potencial compradora


E muitas mais bancadas havia, a da quermesse, a dos bolos caseiros, a das bifanas e afins, a dos trabalhos executados pelos alunos
Mas o ponto mais alto foi o desfile de modas. Os modelos portaram-se a nível internacional, posaram para as fotos, desfilaram garbosamente com a cabeça bem erguida, lindos de morrer, nada de anorécticos, nada de cairem, nada de chocarem... tudo muito bem sincronizado, muito colorido, muito animado, "muito de muito"...
Os modelos apresentados foram-no em diversas modalidades: saias compridas, saias curtas, calças compridas, calções, casual (embirro com este termo), de cerimónia e os noivos.
Para não expôr demasiado os nossos jovens, aqui vai uma mostra muito pequena e pouco significativa:
O gato de calças amarelas é meu herdeiro.

O noivo antes do desfile, o sorriso era postiço, reparem que com o nervoso até deu "conta" da flor!

A noiva um pouco nervosa teve que beber um golinho de água, enquanto o noivo gesticulava


Muitos outros entretenimentos existiam no local: pinturas faciais, cavalos, insufláveis, descidas em "queda livre", sorteios, rifas, farturas...
Desfile de marchas! Coros! Entrega de diplomas aos que completam o 4ºano este ano lectivo, momento este que deu azo a algumas lágrimas!
Professores, pais, alunos e comunidade deram as mãos e o resultado foi um dia de alegria, de boa disposição, de confraternização ...
Que hajam muitos mais dias assim!