“A conversa é como as cerejas”… hoje tive nas mãos uma fotografia em esmalte do meu tio-avô, por afinidade, José Fernandes e lembrei-me do que vou passar a relatar.
A minha tia-avó Maria Teresa, nunca foi mãe, mas tinha um jeito muito especial para lidar com crianças. Adorávamo-la! Enviuvou com quarenta e três anos (mais ou menos)! Não devia dizer isto, mas ainda bem! O meu tio José Fernandes, embora bonito, era um homem horroroso, detestava crianças, detestava-nos… e permitia-se, soube-o mais tarde pela minha mãe, a opinar sobre as gravidezes das mulheres da família, família por afinidade ainda por cima. Se fosse ele que mandasse, os meus primos, o meu irmão e eu, nunca tínhamos nascido.
Com a viuvez, a situação material em que esta tia ficou não foi das melhores, ela nunca tinha tido um emprego. Como sabia bordar muito bem, foi-lhe confiada a tarefa de fazer os enxovais das filhas de amigas e mais tarde de pessoas conhecidas.
Como não era mulher para carpir desgraças, para conseguir viver mais desafogadamente, começou a acompanhar o estudo de algumas crianças da vizinhança, não tinha o curso de professora primária como a minha avó, mas tinha estudos e era uma senhora bastante culta.
Contava imensas graças dos seus pequenos “pupilos” e há uma que me ocorreu hoje.
Havia um garoto que ia sempre acompanhado do seu cãozito, despedia-se dele à porta, entrava, fazia os deveres de casa e quando saía o seu amiguinho estava sentado, quietinho, na rua ao pé da porta, esperando-o.
Um dia a minha tia disse-lhe qualquer coisa como: qualquer dia pergunto ao seu pai se quer que eu ensine o XXX (não me lembro do nome do cão, nem do garoto) a ler.
A criança, com um ar muito sério, virou-se para ela e retorquiu: para aprender a ler não digo, mas quanto leva para o deixar entrar?
A partir daí o cachorrito entrava sempre e … não pagava nada, como é evidente.
O que me lembro mais desta e de outras histórias, era o olhar brilhante e o sorriso encantador da minha tia quando falava nos seus meninos…
A minha tia-avó Maria Teresa, nunca foi mãe, mas tinha um jeito muito especial para lidar com crianças. Adorávamo-la! Enviuvou com quarenta e três anos (mais ou menos)! Não devia dizer isto, mas ainda bem! O meu tio José Fernandes, embora bonito, era um homem horroroso, detestava crianças, detestava-nos… e permitia-se, soube-o mais tarde pela minha mãe, a opinar sobre as gravidezes das mulheres da família, família por afinidade ainda por cima. Se fosse ele que mandasse, os meus primos, o meu irmão e eu, nunca tínhamos nascido.
Com a viuvez, a situação material em que esta tia ficou não foi das melhores, ela nunca tinha tido um emprego. Como sabia bordar muito bem, foi-lhe confiada a tarefa de fazer os enxovais das filhas de amigas e mais tarde de pessoas conhecidas.
Como não era mulher para carpir desgraças, para conseguir viver mais desafogadamente, começou a acompanhar o estudo de algumas crianças da vizinhança, não tinha o curso de professora primária como a minha avó, mas tinha estudos e era uma senhora bastante culta.
Contava imensas graças dos seus pequenos “pupilos” e há uma que me ocorreu hoje.
Havia um garoto que ia sempre acompanhado do seu cãozito, despedia-se dele à porta, entrava, fazia os deveres de casa e quando saía o seu amiguinho estava sentado, quietinho, na rua ao pé da porta, esperando-o.
Um dia a minha tia disse-lhe qualquer coisa como: qualquer dia pergunto ao seu pai se quer que eu ensine o XXX (não me lembro do nome do cão, nem do garoto) a ler.
A criança, com um ar muito sério, virou-se para ela e retorquiu: para aprender a ler não digo, mas quanto leva para o deixar entrar?
A partir daí o cachorrito entrava sempre e … não pagava nada, como é evidente.
O que me lembro mais desta e de outras histórias, era o olhar brilhante e o sorriso encantador da minha tia quando falava nos seus meninos…
História encantadora... Já dei uma vista de olhos pelo seu blogue e adoro as suas histórias... Esta é especialmente, enternecedora.
ResponderEliminarBoa amiga.
ResponderEliminarCriança é fogo rs.Sabe a resposta na ponta da lígua e convence mais do q suponhamos rs.
Parabéns.
beijokas.
Não há dúvida qu as crianças têm saídas muito engraçada!!
ResponderEliminarA sua tia-avó devia ser uma srª fantástica, aliás, acho que corre no sangue da família ;)
Beijinho grande
Querida Stiletto as crianças são enternecedoras, os adultos é que muitas vezes as "estragam"...
ResponderEliminarObrigada pela sua visita ao nosso cantinho, já tinha dado por si, na postagem anterior, mas não tinha tido oportunidade de lhe agradecer. Volte quando puder, será sempre bem recebida!
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Pérola, criança é um ser encantador que sabe o que quer...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Encantadora esta história. Encantadora a sua tia, e uma verdadeira guerreira. Beijinhos.
ResponderEliminarQuerida Mariana "perdeu-se" uma excelente mãe, mas nunca a ouvi queixar-se... transferiu todo o amor que podia dar a um filho, aos sobrinhos netos.
ResponderEliminarRecordo-me dela com muito afecto.
Obrigada!
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Olga as mulheres da família da geração desta minha tia não foram felizes no amor. Eram cinco irmãs, a minha avó ficou viúva com 30 anos, uma das irmãs morreu de parto, outra teve dois maridos e não foi feliz com nenhum, a quarta ficou solteira e esta minha tia foi o que eu escrevi.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
´Querida Maria Teresa!
ResponderEliminarSim, porque os "animais" também têm direito a serem instuídos!
E "brincar" com crianças é, por vezes, "embaraçador"!
E se me permite uma questão referente ao seu blog: Está à espera do dia 27 para que o relógio cá do espaço fique com a hora certa?
Um beijinho com hora certa!
Renato
Este post consegue o dois em um. Magnífica!!!
ResponderEliminarQuerido Renato já tinha dado por isso mas não sei mexer nessas "coisas"... a Ana é que faz esse trabalhinho e penso que agora já não vale a pena. Será que vale?
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Carlos B.O. grata pelo elogio!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
A criança é o "berço" da genuinidade e do pensamento sem maleficência.
ResponderEliminarInfelizmente, a Sociedade acaba por corromper o coração puro destes "rebentos".
Voltei e Voltarei, Planeta M
P.S. obg pela visita ao meu «cantinho» e pelos amorosos comentários
Querida Marlene o que diz sobre as crianças é uma realidade.
ResponderEliminarNão tem que agradecer a minha visita ao seu cantinho, vou lá porque gosto genuinamente do que escreve, espero que seja descoberta por outros... nem sabem o que estão a perder.
Beijinhos embrulhados para si!
Parece que o jeito para a "professagem" já vem de longe.
ResponderEliminarQuerida Calendas como sempre acertaste. Eu cheguei a fazer exame de admissão ao Magistério Primário, para seguir as pisadas da minha avó (foi professora apenas 3 anos) mas o meu pai achou que devia ir mais longe... acabei professora de gente mais crescida!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Coitado do bichano ficava sempre na rua à espera do dono... Que história maravilhosa! Crianças e cães são uma combinação perfeita! Beijinhos caninos!
ResponderEliminarDoce relato, maria teresa e a amizade do caozinho com o menino é de enternecer a todos.
ResponderEliminarDuas riquezas.Obrigada por partilhar.
deixo meus abraços
Querida Ana Rita ainda há histórias de família que te vão surpreender...quando esta tia morreu tu tinhas um ano e pouco.
ResponderEliminarQuem ficou com muitos documentos dela foi o Carlos Alberto.
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Lis ainda tenho muitas histórias de vida por contar...
ResponderEliminarO engraçado é que o escrever no blogue tem-me feito rebuscar documentos, fotografias e memórias.
Beijinhos embrulhados para si!
Gostei da história... e apenas vem mostrar que não é professor apenas aquel que tem esse título, mas sim aquele que o é na alma...
ResponderEliminarBjokas
Querida Anira muito obrigada por "the cat" ter deixado uma pegadinha...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Enternecedora a sua tia-avó bem como o episódio que a Maria Teresa partilhou connosco.
ResponderEliminarUm abraço e um beijo
A tua Tia, o "teu" miúdo e o "teu" cão lembraram-me outra Tia, outro cão e outro Miúdo. Este último era eu qundo tinha uns seis anos de idade e acompanhava a minha Tia à escola. Ela dava aulas numa aldeia próxima daquela onde viviamos e íamos a corta-mato pelos pinhais, para ser mais curta a viagem. Caminho feito a pé, é óbvio. Parece que eu ia de cavalheiro de companhia para afugentar os lobos maus que pudessem aparecer... Mas, sinceramente, lembro-me pouco dessas aventuras e não me parece que tenha aprendido alguma coisa nessa escola, ainda que eu fosse "artilhado" com todos os apetrechos.
ResponderEliminarDuma coisa me lembro. No fim do 1º periodo escolar o professor da minha terra "proibiu" a minha tia de me levar com ela, com o pretexto de que ela "lhe" estava a "estragar" o rapaz.E para cortar o mal pela raíz, em Janeiro entrei clandestinamente na escola da minha aldeia, onde graças a esse professor no ano seguinte foi regularizada a minha situação. Tenho ainda um diploma de passagem duma das classes, a lápis, só para eu também poder levar um papel para casa como os outros.
Enfim, histórias de outros tempos...
Quanto ao cão, a conversa já vai longa, fica para outra ocasião.
Querida Magy obrigada por ter deixado o seu gentil comentário.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau uma das coisas que acho interessante na blogosfera é a troca de recordações. Há tanto paralelismo e identidade, em diferentes épocas, em diferentes lugares,com pessoas muito diferentes...
ResponderEliminarPodias ter continuado a escrever, dou-te todo o espaço, não sei é se há limite, mas isso depende do PC e não de mim.
Beijinhos embrulhados para ti!
As crianças dão, por vezes grandes lições aos adultos.
ResponderEliminarO amor pelos animais é lindo mas, sem ser uns peixinhos que eu e a minha irmã matámos por termos colocado detergente (naquela altura TIDE) para eles fazerem bolinhas a dobrar, não sei bem o que isso é pois esta experiência colocou a minha mãe de sobreaviso e nunca mais autorizou animais de estimação lá em casa.
ResponderEliminarBeijossssss
Querido Pinguim não sei se teria dado uma grande lição... se ele desde o princípio tivesse pedido para o cachorrito entrar ele, possivelmente entrava... (estou a fazer o contrário de futurismo)
ResponderEliminar:):):)
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Tite uma mãe radicalmente decidida:):):)
ResponderEliminarE de certo modo a tomar medidas para não ter problemas futuros; as duas filhas tornarem-se duas "assassinas empedrenidas"!:):):)
Beijinhos embrulhados para ti!
Os miudos têm com cada saida :P
ResponderEliminarBjokas*
Querida Maria Teresa
ResponderEliminarTens um baú recheado de bonitas e ternurentas estórias..
É muito bom que connosco as partilhes.
Beijinhos.
Querida C*inderela quando tiver "filhotes" vai ouvir coisas espantosas da boca deles... não os pode é estragar!:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Vicktor e eu gosto de as partilhar! Durante longo tempo fui "escrevinhando" para mim e para as "sementes" que cá vou deixar. Desde que iniciei o blogue, vejo que mais pessoas as poderão conhecer e verificar que as famílias não são muito diferentes.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Todas as crianças têm sempre saídas que nos deixam hilariantes e que nos marcam para sempre ...
ResponderEliminarbj
Quem tem o dom para ensinar nem sempre precisa de curso superior. Com amor chega-se lá.
ResponderEliminarbeijos desembrulhados. Embrulha-os tu. hehehe
Mais uma bela história amiga MARIA TERESA!
ResponderEliminarParabéns
Beijinho
G.J.
Querida Pitanga e não é o que faço todos os dias? Nem calculas o tempo que levam a embrulhar,embrulho-os com muito carinho...:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Gaspar muito obrigada pelas suas gentis palavras.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Quanto custa?
ResponderEliminarUma dúzia de carinhos?
Meia dúzia de afectos?
Uma mão cheia de beijinhos?
E um raminho de perfume de abetos?
Houvesse uma loja onde se pudessem comprar...
As suas histórias são um MIMO!
Bjs dos Alpes...
Querida Shakti as crianças são o farol da nossa vida, como diz um amigo meu.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Flor, quanto custa ter uma poetisa no nosso cantinho?:):):) A ternura e a amizade da mesma...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
que história engraçada...:-)
ResponderEliminarGostei muito desta história.
ResponderEliminarOs meninos lembram-se de coisas que nós nem sonhamos.
A delicadeza e a simplicidade na resposta são encantadoras.