Estava-se em pleno Outono, os plátanos despediam-se das suas folhas que levadas pelo vento, num voo cambaleante, caiam um pouco mais à frente e rodopiavam no chão ao ritmo de uma canção infantil “eu tenho um pião, um pião que dança, eu tenho um pião, mas não to dou não, gira que gira o meu pião, mas não to dou nem por um tostão, (…).”
Margarida foi-se aproximando do banco para onde tinha recebido um convite, sem se aperceber que estava a ser observada, não resistiu à tentação de fazer o que fazia na adolescência, correu já numa passada não tão acelerada como no passado, calcou as folhas caiadas, e sobre elas com os braços erguidos olhando o céu de um azul que só os poetas conseguem descrever, bailou, rodopiou e sorriu…
Antes de chegar ao lugar pretendido viu-o ao longe, um longe bem perto, caminhando numa passada tão familiar e que há uns largos meses não via…
Aproximaram-se um do outro e as mais lindas palavras de amor foram ditas no silêncio do olhar que trocaram, os corações bateram mais forte e talvez em uníssono…
E porque as palavras muitas vezes matam a infinita riqueza e beleza do silêncio, sempre em silêncio, já de mãos dadas, sentaram-se no banco onde muitos anos atrás, tinham trocado o primeiro beijo e promessas de amor…
As lágrimas, a dor, a solidão, a angústia, o medo, a que o silêncio, durante largos meses, em ambos tinham habitado, foram-se desvanecendo das suas memórias…
Pelos olhos de ambos, vertiginosamente, passaram imagens de toda a sua vida em comum, todos os momentos em que foram um só. Instantes mágicos em que tudo em redor deixou de existir …
Lentamente, numa intimidade e cumplicidade há muito adquirida, as suas bocas aproximaram-se e o beijo, o primeiro beijo repetiu-se…
O silêncio foi quebrado com lindas palavras sussurradas, palavras de perdão, de ternura, de amor…
Aconteceu a reconciliação!
Margarida foi-se aproximando do banco para onde tinha recebido um convite, sem se aperceber que estava a ser observada, não resistiu à tentação de fazer o que fazia na adolescência, correu já numa passada não tão acelerada como no passado, calcou as folhas caiadas, e sobre elas com os braços erguidos olhando o céu de um azul que só os poetas conseguem descrever, bailou, rodopiou e sorriu…
Antes de chegar ao lugar pretendido viu-o ao longe, um longe bem perto, caminhando numa passada tão familiar e que há uns largos meses não via…
Aproximaram-se um do outro e as mais lindas palavras de amor foram ditas no silêncio do olhar que trocaram, os corações bateram mais forte e talvez em uníssono…
E porque as palavras muitas vezes matam a infinita riqueza e beleza do silêncio, sempre em silêncio, já de mãos dadas, sentaram-se no banco onde muitos anos atrás, tinham trocado o primeiro beijo e promessas de amor…
As lágrimas, a dor, a solidão, a angústia, o medo, a que o silêncio, durante largos meses, em ambos tinham habitado, foram-se desvanecendo das suas memórias…
Pelos olhos de ambos, vertiginosamente, passaram imagens de toda a sua vida em comum, todos os momentos em que foram um só. Instantes mágicos em que tudo em redor deixou de existir …
Lentamente, numa intimidade e cumplicidade há muito adquirida, as suas bocas aproximaram-se e o beijo, o primeiro beijo repetiu-se…
O silêncio foi quebrado com lindas palavras sussurradas, palavras de perdão, de ternura, de amor…
Aconteceu a reconciliação!
Texto publicado no âmbito do desafio SILÊNCIO para Fábrica de Letras
O silêncio também é bom quando antecede as palavras certas :)
ResponderEliminarQuerido Johnny estamos em sintonia!
ResponderEliminarObrigada por ter vindo até ao nosso cantinho! Volte sempre que sentir vontade, será bem recebido!
Beijinhos embrulhados para si!
passei e gostei :)
ResponderEliminarconvido-a a seguir a história de Alice
lá no ...continuando assim...
bj
Teresa
Querida Continuando, espero que continue a passar e a gostar!
ResponderEliminarVou aceitar o seu convite como não podia deixar de ser...
Beijinhos embrulhados para si!
O silêncio fala sempre a verdade, mas há quem teime em não querer entendê-lo.
ResponderEliminarBrilhante, amiga, brilhante,,,
Querido David muito obrigada pelas suas palavras e por ter passado por aqui! Volte sempre que lhe apetecer, este cantinho também é seu, já deixou cá a sua marca, será bem recebido.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Boa noite minha amiga linda.
ResponderEliminarConfesso q o silencio me assusta um pouco,mas em algumas situações é necessário pois fala mais q mil palavras.
Uma linda noite meu bem e muito obrigado pela tua visita amada.
Beijokas.
Gosto tanto do silêncio! por vezes mais importante que qualquer palavra.
ResponderEliminarBj
O mar está para lá das palavras,
ResponderEliminarinibe-se nas rimas,
perde-se nas quadras...outro dos meus poemas...esqueci o resto, teria de consultar o meu blog! Mas como vês, também penso assim!
beijinhos
Muitas vezes o silêncio vale mais do que as palavras! Beijinhos silenciosos!
ResponderEliminarQuerida Pérola para mim também o silêncio assusta e magoa tanto como as palavras, o meu texto diz isso mesmo.
ResponderEliminarObrigada pela ternura!:):):)
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Lilá(s) depende das ocasiões, pode magoa, pode ser divinal...Há o escutar do "barulho" do silêncio!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Susana quero ver esses poemas! Isso é um dom que não possuo, às vezes por brincadeira faço uns versinhos...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Ana Rita, "bruxinha"!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Eu gosto do silêncio, por exemplo, a primeira coisa que eu faço quando entro no carro é desligar o rádio, se ele estiver ligado, depois vou a viagem toda a pensar na vida, no que fiz, no que vou fazer e principalmente no que deveria ter feito. Também penso muito nos outros, ainda ontem nos meus momentos de silêncio pensava num "menino" que fazia anos (46)e que a mãe tinha partido nesse mesmo dia, ele ainda não sabia, a irmã está a preparar-se para lhe contar....
ResponderEliminar(este "menino" tem trissomia 21)
Sei que ele vai ser o meu pensamento nos próximos momentos de silêncio...
Beijinhos molhados
Sofia
Nas reconciliações há muitas vezes, aqueles silêncios de inibição... cheios de vontade de dizer mil e uma coisas, mas que nem importa, pois está tudo dito, no olhar, na vontade de perdoar :)E depois do beijo, (da repetição do tal primeiro...), finalmente a sensação de intimidade renovada, e aí sim, vêm as palavras. Gostei desta reaproximação. Tem piada que quando pensei no tema, ocorreu-me que a Maria Teresa, optasse por outro tema e afinal, enganei-me (acho que vou escrever sobre ele, e depois verá ao que me refiro... mas pareceu-me uma escolha óbvia e afinal surpreendeu-me ! Que bom, que eu gosto de ser surpreendida!! :)) Gostei muito deste texto e ainda bem que fizeram as pazes, senão o Inverno seria mais difícil de suportar!! beijinhos silenciosos!
ResponderEliminarsó conhecendo o valor do silêncio é que saberemos "usá-lo" na altura certa... e com a pessoa certa. e a pessoa certa não será ninguém em particular... desde que saiba descodificar o som do nosso silêncio!
ResponderEliminarParabéns!
Beijinhos embrulhados em silêncio para si**
O «Silêncio» é ouvinte, conselheiro e mensagueiro...três facetas inseparáveis num diálogo mudo de palavras, mas repleto de conteúdo!
ResponderEliminarO grande problema surge quando se tende a associar o «Silêncio» à «Solidão»...Adulterando o seu Verdadeiro Significado!
Cumprimentos, Planeta M
Há momentos, em que se houver bom senso, o silêncio se impõe. Quebrá-lo seria escarafunchar (linda palavra :-))possivelmente nas coisas que tinham causado o afastamento.
ResponderEliminarTambém nos momentos de muito barulho, o silêncio é um bom remédio.
Os peixes são em geral silenciosos, o que não quer dizer que façam as coisas pela calada.
Por falar em calada...em geral é a melhor.
:-)
Meio a sério meio a brincar, já ficou o meu comentário para a tua bela história.
Querida Sofia, há silêncios e silêncios. Há os silêncios em que se "fala" muito...e os silêncios que são muito "pesados".
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Eva, que bom tê-la surpreendido!É sinal que ainda não perdi "o jeito", jeito este que me foi muito útli quando aplicado nas aulas e nas relações de amizade e amorosas...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Lala fez uma excelente descrição "deste" silêncio que eu "criei".
ResponderEliminarObrigada pela sua visita ao nosso cantinho volte sempre que quiser, será bem recebida.
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Marlene são "ricas" as suas palavras. Muita vezes o silêncio conduz à solidão...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau "amei" o verbo escarafunchar, ainda não me tinha lembrado de dizer aos "meus terroristas": não escarafunches o nariz...Fica registado!
ResponderEliminarQueres que eu fique calada???
Agora a sério obrigada por teres passado por aqui e ter deixado uma marca da tua barbatana:):):)
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Maria Teresa;
ResponderEliminarO silêncio pode falar tanto...
Mais um maravilhoso texto.
Beijinho muitooo grande*
Querida Invisível muito obrigada pelas suas palavras. Há olhares que tudo dizem...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Ai que bonito... tão bom quando assim é!
ResponderEliminarÁs vezes estragamos um momento quando teimamos em usar as palavras, mesmo que essas palavras sejam um simples 'amo-te'. O olhar sempre o soube dizer melhor do que a boca. Adorei!
ResponderEliminarBeijinhos :)
Bonito, o texto.
ResponderEliminarEsse é daqueles silêncios mesmo bons, BONS! =D
*
Querida S* este texto é ficcionado mas já olhei e fui olhada assim...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Helga :):):) Obrigada pelas suas palavras de apreço!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Gingerbread se são bons! São maravilhosos!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Maria Teresa,
ResponderEliminarQuando duas pessoas se entendem o silêncio também fala. E reconciliações são sempre agradáveis ;-)
Beijinhos
Até me faltou a respiração, parece que estava a ler um dos meus empolgantes romances. Amanhã volto novamente para tirar novamente este livro da estante e lê-lo uma segunda vez, porque eu leio sempre duas vezes um bom livro. Beijinhos.
ResponderEliminarQuerido Tio se fala, se fala... falava no meu caso! Mas às vezes também doía...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Olga sinto-me lisongeada pelas suas amáveis palavras.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Gostei imenso !!!
ResponderEliminarbj
Por vezes o silêncio é o mais eloquente dos discursos... pois as emoções por vezes não são passíveis de se transmitir por palavras.
ResponderEliminarBjokas
Focas um dos momentos em que o silêncio é deveras importante: numa reconciliação!
ResponderEliminarDe facto, nessa altura o silêncio faz as vezes de um apagador de eventuais maus momentos passados e aparece como um perdão mútuo.
Beijinho.
Querida Maria Teresa!
ResponderEliminarO silêncio, muitas vezes, resultante da melancolia que é acompanheira suave e meiga da humanidade, que é o atributo deste desequilibrado e imperfeito ser que chamamos de natureza, talvez com medo de lhe chamarem seu escravo, a melancolia não é pessimismo, e o silêncio associado torna-se doce!
Maria Teresa Adorei!
Um beijinho,
Renato
Ao som do silêncio li o o seu maravilhoso texto.
ResponderEliminarEu gosto do som do silêncio... quando me faz companhia nas horas, que procuro silênciosamente encontrar-me...(em vão...
Bjs dos Alpes...
Querida Shakti agrada-me que tenha gostado do "conto". Obrigada!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Anira um ponto de vista com lógica!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Pinguim essa foi também uma das "imagens" que quis passar...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Renato viu o silêncio de um modo diferente do meu...Aliás o silêncio em termos genéricos tem muito para se dizer.
ResponderEliminarQue bom ter gostado!
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Flor as suas palavras transmitiram-me um silêncio forçado... o som do silêncio silenciado.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Cara MARIA TERESA
ResponderEliminarOs seus escritos são maravilhosos!
É com imenso prazer que aqui venho sempre que posso.
Bjs
G.J.
Que texto lindo! :)
ResponderEliminarBeijinhos*
Adorei este texto, pensei e reli. bj
ResponderEliminarQuerida Maria Teresa
ResponderEliminarUm magnífico texto de grande sensibilidade.
Os encontros/desencontros/encontros, as memórias de quem ama são sempre sublimes.
Beijinhos.
Querido Gaspar muito obrigada pelas suas gentis palavras.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Tibeu alegra-me que tenha gostado! Obrigada pela sua visita, volte sempre, será bem recebida.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida D* espero que tenha gostado mesmo, é um pouco um romance cor-de-rosa como as senhoras/meninas da sua idade costumam gostar.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Vicktor mesmo muito sublimes...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Maravilhoso e santo esse silêncio...um abração,chica
ResponderEliminarMaria Teresa, que texto, tão bonito!
ResponderEliminarQuem não teve um desencontro e não sonha um momento de reconciliação, assim.... as palavras até estariam a mais, acho!
Um abraço
Querida Chica obrigada pelas suas palavras de apreço e pela sua visita.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Magy senti exactamente isso quando escrevi o texto...as palavras iriam estragar tudo...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Adorei o texto. Lindo!
ResponderEliminarGostei principalmente de duas coisas: a suavidade, e o facto de celebrar o amor pelo que o amor tem de bom. Falamos tanto de amor, e tanto dos males de amor. Bonito ver um amor bonito!
Beijinhos
Querida Nirvana é preciso que o amor seja bonito, mesmo que tenha "contrariedades" pelo caminho, estas têm que ser contornadas...
ResponderEliminarBeijinhos em brulhados para si!
O texto está muito bonito. Eu prezo muito o silêncio :)
ResponderEliminarBjokas*
Querida C*inderela há alturas que o silêncio é de oiro mas outras não.
ResponderEliminarNo história que foi descrita ele é precioso, é de se prezar como diz.
Beijinhos embrulhados para si!
Eu gosto do silêncio que leva a algo feliz*
ResponderEliminar=) gostei
Querida Por Entre O Luar, penso que todos os que me visitam e comentaram aceitam esse tipo de silêncio.
ResponderEliminarObrigada por ter vindo até ao nosso cantinho volte quando puder será bem recebida!
Beijinhos embrulhados para si!
Teresa, já é o segundo texto que leio aqui e que me toca profundamente. Parece que você tem aquele dom de pintar o cenário com as palavras. Faz com que, quando leio o que escreve, viaje directamente para o lugar com que você sonhou.
ResponderEliminarUm beijo embrulhado para si.
Óptima maneira de quebrar o silêncio: com lindas palavras sussurradas, palavras de perdão, de ternura, de amor…
ResponderEliminar