A minha família materna durante cinco gerações, nasceu toda num local de Lisboa onde predominavam quintas e casas com grandes quintais, casas providas de sinetas e de aldrabas. Numa das frentes da casa onde nasci, do outro lado da travessa vivia uma família, que nunca conheci, cujo apelido era Pereira Vidal. O patriarca dessa família era um homem de baixa estatura que usava pêra.
A pequenada da casa da minha avó, a minha mãe e os meus tios, não gostavam nada dele e através das cortinas de uma das salas, observavam muitas vezes a sua chegada a casa e ficam espantados com o saltinho que ele dava, para chegar ao cordão do badalo.
Um dia um dos meus tios encontrou um rato morto no quintal, reúne-se com os irmãos e tomam uma decisão. Ao rato morto juntam um papel com os seguintes versos:
A pequenada da casa da minha avó, a minha mãe e os meus tios, não gostavam nada dele e através das cortinas de uma das salas, observavam muitas vezes a sua chegada a casa e ficam espantados com o saltinho que ele dava, para chegar ao cordão do badalo.
Um dia um dos meus tios encontrou um rato morto no quintal, reúne-se com os irmãos e tomam uma decisão. Ao rato morto juntam um papel com os seguintes versos:
“ Ao senhor da pêra
Pêra bidal, nariz de queixal
Comeste toucinho e não te fez mal
Se mais houvesse mais comia
Adeus senhor Pêra até outro dia!
Os fantasmas”
E ataram este lindo “embrulho” desembrulhado ao cordão do badalo.
Ao anoitecer todos de atalaia, por trás das cortinas da sala, esperando triunfantes a chegada do senhor Vidal. Ele chega e dá o saltinho, grita descontroladamente, olha em redor e não vê ninguém…
Nos dias que se seguiram a vizinhança teve conhecimento do ocorrido e o senhor Vidal afirmava convicto: brincadeiras de crianças sem educação, que desrespeitam os adultos! No entanto, tenho uma certeza, os meninos aqui da frente, não foram certamente, são crianças muito bem-educadas!
Toma lá esta, senhor Vidal! Nunca soubeste quem foi! Eu também nunca soube se a minha avó tomou conhecimento desta partida um pouco "macabra".
O que sei é que a ouvi contar vezes sem conta, pela boca da minha mãe e do maroto do meu tio Zézito, os quais numa idade já bem adulta se gabavam de tão “nobre” acção e riam, riam e tornavam a rir, arrastando-me nas suas risadas, … acabando a dar por mim a chorar de tanto rir…
rrrssss, e agora, rimo-nos nós!! :)) É melhor só fazer estas confissões públicas em momento oportuno, senão arriscavam-se a serem perseguidos pelos descendentes do dito senhor. Já vimos que o dom para os versos já é dom genético, rrsss. E estas "brincadeiras" também se repetem de geração em geração?? :)) beijinhos sem rato atado!
ResponderEliminarAmiga.
ResponderEliminarEstou bege com o histórico da sua família muito lindo.
parabénssssssssssssssssssss.
beijokas.
Cumplicidades em família são coisas tão bonitas:D*
ResponderEliminarJá não há brincadeiras como antigamente! A malta divertia-se muito mais com essas partidas inofensivas do que a ver televisão ou a jogar playstantion! Beijinhos baixinhos com pêra!
ResponderEliminarQuerida Eva foi o que se chama "ficar com o proveito sem a fama", hoje parece que é o contrário, tem-se "fama sem proveito"
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Pérola são as histórias que melhor conheço
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Adek, famílias com bastantes crianças, crianças essas que não deram muitos frutos...E os frutos que ficaram constituiram famílias com valores muito diferentes, dispersaram-se muito.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Contagia-nos com o rato morto, AI! não era isso que eu ia escrever...
ResponderEliminarContagia-nos como seu rir!
Obg. Maria Teresa.
Bjs dos Alpes...
Querida Ana Rita esta já a conhecias, agora que no "meu tempo" se subia ou descia a Av. Gomes Pereira, a tocar as campaínhas das portas ( dos prédios novos como lhe chamávamos), essa não deves conhecer...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
LOL, que grandes doidos.
ResponderEliminarAntigamente faziam-se brincadeiras bem giras, muito mais saudáveis que agora. Outros tempos.
Bjocas
Patty
são estas memórias engraçadas que marcam a infância de cada um...:-)
ResponderEliminarsão as histórias que povoam as nossas recordações de momentos de simples emoções.
ResponderEliminarQue maravilha maria Teresa! A sua história lembrou-me uma história de quando a minha mãe era igualmente menina e que rezava assim:
ResponderEliminar"Pelo sinal da mão do gral
Comi toucinho, não me fez mal
Se mais me dessem, mais comia
Adeua Maria, até outro dia"
As brincadeiras de criança são realmente imtemporais, mas não há dúvida que antigamente a ingenuidade andava de mão dada com o divertimento apenas. Agora a realidade é outra, infelizmente não tão inocente, nem com tanto motivo de orgulho, como esta história deliciosa que acaba de contar.
Beijinhos e bom fim de semana :)
Querida Patty hoje há crianças com muita imaginação que brincam de um modo a que "nós" chamamos divertido.
ResponderEliminarOs tempos são outros, a sociedade está diferente, não temos que ficar no passado e o que é preciso é que as nossas crianças, as de hoje, sejam alegres, sejam felizes...
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Chapéu de Sol estas brincadeiras marcaram a infância da minha mãe, eu fui "marcada" por outras...
ResponderEliminarO que observo é que os meus netos, que penso serem crianças felizes, mostram alguma insatisfação e têm brincadeiras mais violentas.
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Magia e são momentos tão bons, tão "eternizáveis"...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Helga pelo que me relata os versinhos da minha mãe e tios devem ter tido por base uma lengalenga antiga, eles adaptaram-na... nunca desconfiei disso!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Que crianças tão travessas e com grande perícia para a palavra, sim senhor.
ResponderEliminarAbraços enormes
com carinho
Querida Sairaf embora sem pai, a minha mãe e os meus tios, pelos testemunhos que ouvi, tiveram uma infãncia e uma adolescência maravilhosa.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Essas histórias de infância são uma umas pérolas! :)
ResponderEliminarBeijinhos*
Querida Maria Teresa
ResponderEliminarMemórias belas dos tempos em que a criançada VIVIA despreocupadamente nas ruas, nos quintais, nos jardins...
Beijinhos.
Que travessura!
ResponderEliminarDelícia recordar a infância...
Beijo,
doce de lira
As suas histórias encantam.
ResponderEliminarNão só pelo que nos dizem de tão belas recordações, mas, em especial, pelas imagens que as palavras criam.
Parecem reais, estarem aqui ao lado à distância de um toque, falam, levam-nos pela mão!
Até me apeteceu ir dar um ralhete aos meninos muito bem-educados e pedir desculpa ao senhor da pêra. :)
Abraço
Bom fim-de-semana
--
Um dia vai ter que ser: agrupar os seus escritos no blog e editar um livro. Valeu?
Mais uma boa aventura, se bem que esta não é relatada na primeira pessoa...
ResponderEliminarBjokas
Cá para mim, o senhor "Bidal" até percebeu que tinham sido os brincalhões. Para como era uma pessoa educada e bom vizinho disse aquilo para todos entenderem.
ResponderEliminarPelo que vejo essa tua queda para partidas, brincadeiras e malandrices tem antecedentes.
E quem sai aos seus não degenera.
Bjo sem ratos pendurados.
:-)
Boas recordações...é sempre bom recordar !!!
ResponderEliminarbj
Eheheh, deve ter sido a risota total.
ResponderEliminarBjokas*
Nossa! A traquinice é genética :)))) "Quem sai aos seus...", mas que rica herança genética!
ResponderEliminarPor falar em "traquinices"...resposta à "provocaçãozinha", sua marota: não podia "deixá-la" ali, sózinha, num testemunho de botas, meias e bodys :))
Espreite, pf, a resposta ao seu comentário:
http://aicarolina.blogspot.com/2010/03/enfartei.html
"Obrigou-me" a revelar-me mais do que eu gostaria e contém um "desafiozinho" ...afinal, somos ou não somos mulheres ousadas ?! BEIJO e obrigada pela partilha da malandrice ao Sr. Vidal :)
Amiga,obrigado pelo seu comentário lá no meu cantinho.
ResponderEliminarE agradeço o conselho.
Só quero q saiba q minha visitas são sinceras,eu ñ costumo fazer o q ñ me agrada,se sou atenciosa é pq é de mim vc entendeu?
Beijos mil ara ti minha bela.
Querida D* pelas "aventuras" ou "desventuras" que conta no seu blogue, quando tiver filhos e netos terá um manancial de histórias para contar :):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Vicktor eu ainda tive a suprema ventura de brincar na rua, o que fazia muita confusão ao meu pai, que dizia que tínhamos imenso espaço para o fazer, sem necessidade de estarmos expostos aos olhares dos vizinhos...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Renata e a suprema felicidade de recordar o riso da minha mãe, quando recontava esta história e outras, gabando-se das suas marotices...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Queridos Carlos as suas palavras alimentam o meu ego, porque percebo através delas que ainda consigo "conduzir", a sensação que tinha e que me preenchia quando dava aulas, sentia os alunos a caminharem comigo através de rumos matemáticos e científicos. Não sei o que o Carlos foi ou é profissionalmente mas os seus "escritos" esses são, verdadeiramente, de uma pessoa com o dom da escrita.
ResponderEliminarEu sou uma aprendiza, escrevo o que sinto e sentir-me-ia muito mais à vontade a escrever um livro científico.
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Anira esta "aventura" é relatada 80 anos depois.
ResponderEliminarAcredita que me arrepio quando penso nisso...
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau eu? Eu sou marota e gosto de fazer partidas? Eu? Logo eu? Uma sexagenária muito respeitável a quem os netos pedem para lhes ensinar palavras "feias"?
ResponderEliminarJuro que a mais feia que ensinei foi sputnik e que eles adoraram...
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Shakti não é a "partida" descrita que me dá mais prazer recordar... é a alegria do meu tio e da minha mãe, ambos já entradotes a relembrarem os irmãos e as marotices que faziam...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida C*inderela, idealizo o que eles se devem ter divertido há...80 anos.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Tela, também não revelou tanto assim... Eu também já usei as meias que descreve, mas não as "segurava" com a firmeza desejada, escorregavam... Talvez um dia escreva aqui um post sobre roupa interior, já que as bloguistas que visito, apenas falam na moda "exterior".
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Pérola não tens que te justificar, os amigos mesmo que sejam apenas virtuais não necessitam de justificação e os "inimigos" não acreditam mesmo, o "problema" passa a ser deles...
ResponderEliminarEu também já me tenho ressentido com algumas coisas que escrevem, principalmente através do mail, mas não lhes dou "tempo de antena".
Foi um amigo virtual que me aconselhou isso...e eu tenho acatado, reencaminho o mail para o remetente...
Beijinhos embrulhados para ti!
Histórias fantásticas contadas de pais para filhos. Uma grande imaginação e cumplicidade entre crianças que encontravam em tudo e nada uma razão para brincarem e divertirem-se, imagino que o Sr. da Pêra tivesse merecido a pequena partida... Beijinhos.
ResponderEliminarQuerida Olga penso que o Sr. da Pêra devia merecer sim... já não tenho a certeza mas parece-me que ele detestava crianças, achava-as um mal necessário para perpetuar os nomes de família...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Flor ainda bem que ficou contagiada com o riso e não com a minha "loucura" :):):)
ResponderEliminarFica no fim a resposta ao seu comentário mas não foi por mal... passou-me... sinais "preocupantes" da minha provecta idade, logo eu, que me sinto com 15 aninhos ( mal medidos)
Beijinhos embrulhados para si!
A tua Mãe e os irmãos subiram uns bons pontos na minha consideração...
ResponderEliminarQuerido Pinguim eu também achei mas não me atrevi a dizer isso aqui, disse agora...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!