
Pois foi, pois é, a fractura do meu pulso esquerdo, e o facto de ficar engessada até ao cotovelo, deram cabo do meu Verão, da minha ida à praia, dos meus passeios pelo campo, das minhas visitas a São Pedro de Sintra e a Sintra, daquilo que entendo que devo fazer. Vá lá, não estragou por pouco, nenhuma das minhas viagem porque estas, só as faço quando o grande bloom de viajantes termina. Não é por acaso que passo os meses de Julho e Agosto em “casa”. Para que me serviria a sorte de possuir um Refúgio entre a serra e o mar? Teve um lado bom, deu-me direito a um mês de PREGUIÇA.
De “armas e bagagens” mudei-me para casa da Ana Rita e fiz o que também gosto de fazer…, li, li muito, brinquei com as crianças, “aturei” os meus netos adoptivos, e qual dondoca bem apetrechada, frequentei com grandes mordomias a piscina dos meus compadres. Usei e abusei desta maquineta, que teclo apenas com o indicador direito, que até está a ficar gasto… e ouvia a família dizer:” Lá está ela no vício!”
Fui excelentemente tratada, os mais novos também ajudaram, até a pequenota de 4 anos me ajudava a vestir. Portaram-se melhor do que é costume. Era maravilhoso senti-los acordados à espera que eu os chamasse e era um prazer vê-los, o mais velho, mais comedido não o fazia, com o Freddy e o Ruka, saltarem para cima da minha cama e de mim. O Ruka mais atrevidote a querer lamber-me (Tela não leia ”odeio-o” as lambidelas … dos cães e dos gatos).
Foi um tempo de “estado de graça”, uma PREGUIÇA instalada e consentida. Dispensava o pulso partido, mas de outro modo não tinha “preguiçado” tanto.
A PREGUIÇA dá prazer? Claro que dá! Pelo menos a mim. Mas usar a Preguiça todos os dias cansa…
E agora? Não posso fechar este post assim, sem mais nem menos, então cá vai, da autoria de duas cabeças pensadoras, para uma delas dar cumprimento a um trabalho sobre Fernando Pessoa, a partir de “Ai que prazer não cumprir um dever” do poema “Liberdade”, que muitos de vós certamente conhecem e que foi tão bem declamado por Ary dos Santos
Estar ao luar
E não estudar
Apenas pensar
Em namorar
Ai que prazer não cumprir um dever
Um filme ir ver
Comida não fazer
Um refresco beber
Numa tarde de lazer
Ai que prazer não cumprir um dever
Laborar não
Arranjar um gatão
Com um belo carrão
E gozar o Verão
Ai que prazer não cumprir um dever
Ir passear
A loiça não lavar
A roupa não passar
E o chão não encerrar
Ai que prazer não cumprir um dever
Não tratar da cadela
Ver a telenovela
Navegar à vela
Com o namorado à trela
Ai que prazer não cumprir um dever...
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