PARA TODOS, antes de começarem a ler este post é conveniente que saibam o seguinte:
Este texto foi escrito por mim e pelo Carapau. Nunca nos vimos, nunca falámos sequer ao telefone, foi um desafio que lançámos um ao outro e, cada um de nós a si mesmo.
Por messenger, combinámos a metodologia a seguir, o texto foi escrito através de mails e não combinámos previamente o tema. Um de nós escrevia um bocado, o outro tomava conhecimento e dava continuidade, não alterámos a ordem da escrita. No total “A ÚLTIMA GOTA!” tem 5 “pedaços”. O último, o fecho da história, não é igual em ambos os blogues … aqui encontram o meu final, no blogue do Carapau o dele. Vão até lá! É um desafio!
Este texto foi escrito por mim e pelo Carapau. Nunca nos vimos, nunca falámos sequer ao telefone, foi um desafio que lançámos um ao outro e, cada um de nós a si mesmo.
Por messenger, combinámos a metodologia a seguir, o texto foi escrito através de mails e não combinámos previamente o tema. Um de nós escrevia um bocado, o outro tomava conhecimento e dava continuidade, não alterámos a ordem da escrita. No total “A ÚLTIMA GOTA!” tem 5 “pedaços”. O último, o fecho da história, não é igual em ambos os blogues … aqui encontram o meu final, no blogue do Carapau o dele. Vão até lá! É um desafio!
A ÚLTIMA GOTA!
Já não aguentava mais! Tinha decidido uns dias antes que seria a última vez. Uma resolução tomada com a firmeza de quem sabe o que tinha que fazer. Só que quando chegava a hora, em que podia tomar uma medida drástica, falhava. Começava a sentir-se muito irritada e insegura. Aventou a hipótese de pedir ajuda a alguém que soubesse como devia proceder. Ao mesmo tempo tinha vergonha, vergonha por não ser eficaz na resolução dos seus problemas. Sim! Porque era um problema que tinha entre mãos.
Mas hoje ia acabar com aquela situação. Largou tudo em cima da mesa, saiu de casa e começou a caminhar apressadamente. Ou resolvia tudo nesse dia ou nunca mais tinha coragem para se olhar ao espelho. Sempre queria ver quem levava a melhor. Se ela, se o malvado. Uma vida toda a ser escrava e sem forças para reagir? E logo ela que já tinha enfrentado tantos problemas na vida? Não! Não passaria desse dia. E apressava mais o passo à medida que tinha estes pensamentos.
Ia tão distraída que nem reparou que levava os chinelos de quarto calçados. Notava que algumas pessoas por quem passava a olhavam de um modo diferente e pensava: será que no meu semblante se nota a minha perturbação? Aquele demónio tem tanto poder que até consegue que eu seja notada, quando queria passar despercebida?
Começou a diminuir o ritmo das passadas e a tentar reflectir, mais serenamente, em tudo o que tinha feito e aturado durante os últimos dias. Ainda por cima na sua casa, no lugar onde sempre se tinha sentido protegida e longe dele e de outros como ele…
Quando deu por si estava fora da povoação, a caminhar por uma estreita vereda que ela no entanto bem conhecia. Passado algum tempo, depois duma curva, deu de caras com o Vitorino, que sentado numa pedra, fumava um cigarro, com a espingarda ali ao lado encostada a uma árvore.
- Que fazes por aqui? Perguntou ele mais espantado do que se lhe tivesse aparecido um bando de perdizes.
- Nada. Passeio e apanho ar.
- Pareces cansada. Senta-te aqui e bebe um pouco de água – e ele levantou-se com o cantil na mão e caminhou para ela.
- Não te chegues ao pé de mim! Gritou ela enquanto começava a correr, deixando-o espantado, de braço estendido, segurando o cantil pelas correias.
Correu, correu muito, até sentir que não conseguia respirar. Aproveitou o tronco de uma árvore, suavemente inclinado para o solo, para se sentar e retemperar as forças, respirava com muita dificuldade, dobrou-se ligeiramente para a frente, para aliviar a dor no peito e então, só então, reparou no que trazia calçado, deu um grito que ecoou pelos campos: Malvado! Bandido! Demónio!...
Então não era que o mosquito que a tinha atormentado durante dias, que a tinha sugado, que lhe tinha zumbido aos ouvidos, que não a tinha deixado pregar olho, tinha vindo com ela, comodamente sentado num dos seus chinelos!
Já não aguentava mais! Tinha decidido uns dias antes que seria a última vez. Uma resolução tomada com a firmeza de quem sabe o que tinha que fazer. Só que quando chegava a hora, em que podia tomar uma medida drástica, falhava. Começava a sentir-se muito irritada e insegura. Aventou a hipótese de pedir ajuda a alguém que soubesse como devia proceder. Ao mesmo tempo tinha vergonha, vergonha por não ser eficaz na resolução dos seus problemas. Sim! Porque era um problema que tinha entre mãos.
Mas hoje ia acabar com aquela situação. Largou tudo em cima da mesa, saiu de casa e começou a caminhar apressadamente. Ou resolvia tudo nesse dia ou nunca mais tinha coragem para se olhar ao espelho. Sempre queria ver quem levava a melhor. Se ela, se o malvado. Uma vida toda a ser escrava e sem forças para reagir? E logo ela que já tinha enfrentado tantos problemas na vida? Não! Não passaria desse dia. E apressava mais o passo à medida que tinha estes pensamentos.
Ia tão distraída que nem reparou que levava os chinelos de quarto calçados. Notava que algumas pessoas por quem passava a olhavam de um modo diferente e pensava: será que no meu semblante se nota a minha perturbação? Aquele demónio tem tanto poder que até consegue que eu seja notada, quando queria passar despercebida?
Começou a diminuir o ritmo das passadas e a tentar reflectir, mais serenamente, em tudo o que tinha feito e aturado durante os últimos dias. Ainda por cima na sua casa, no lugar onde sempre se tinha sentido protegida e longe dele e de outros como ele…
Quando deu por si estava fora da povoação, a caminhar por uma estreita vereda que ela no entanto bem conhecia. Passado algum tempo, depois duma curva, deu de caras com o Vitorino, que sentado numa pedra, fumava um cigarro, com a espingarda ali ao lado encostada a uma árvore.
- Que fazes por aqui? Perguntou ele mais espantado do que se lhe tivesse aparecido um bando de perdizes.
- Nada. Passeio e apanho ar.
- Pareces cansada. Senta-te aqui e bebe um pouco de água – e ele levantou-se com o cantil na mão e caminhou para ela.
- Não te chegues ao pé de mim! Gritou ela enquanto começava a correr, deixando-o espantado, de braço estendido, segurando o cantil pelas correias.
Correu, correu muito, até sentir que não conseguia respirar. Aproveitou o tronco de uma árvore, suavemente inclinado para o solo, para se sentar e retemperar as forças, respirava com muita dificuldade, dobrou-se ligeiramente para a frente, para aliviar a dor no peito e então, só então, reparou no que trazia calçado, deu um grito que ecoou pelos campos: Malvado! Bandido! Demónio!...
Então não era que o mosquito que a tinha atormentado durante dias, que a tinha sugado, que lhe tinha zumbido aos ouvidos, que não a tinha deixado pregar olho, tinha vindo com ela, comodamente sentado num dos seus chinelos!
Foto tirada da Net
Ó valha-me S.Ambrósio e mais os outros santos todos, tu agora dás guarida a mosquitos?
ResponderEliminar( hum, também quero desafios!!!!! )
Vou lá cuscar o do carapau.
Querida Red como se pode mudar de disposição! Com o apoio dos amigos conseguimos esquecer muita coisa.
ResponderEliminarEstás desafiada mas, sem desmerecer o Carapau, tu és melhor escriba que nós os dois!
Beijinhos embrulhados para ti!
Está genial.
ResponderEliminar( também quero brincar )
Querida Red em vez de "dancemos, passemos ao desafiemos"
ResponderEliminar(Não leiam esta resposta, eu nego que fui eu que a escrevi!)
BE
O do final da história do Carapau é sério, problemático, social.
ResponderEliminarEste dá para rir.
Não contava com um mosquito, eheheheh!
Querida Cantinho obrigada pela sua visita. Eu e o Carapau somos pessoas diferentes e como tal o resultado está à vista!Temos blogues de cariz diferente.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
para nós vermos como as relações À distancia funcionam também se calahr por vezes melhor do que se estivessem sentados um ao lado do outro a escrever. kis :)
ResponderEliminarQuerida Avogi foi uma experiência muito engraçada, e é uma prova daquilo que acabaste de dizer.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Ó Maria Teresa, isso não se faz! Estava tão relaxado a ler o texto, parecendo visualizar um filme de Manoel de Oliveira, e não é que entra o... mosquito!!!
ResponderEliminarMas está muito bem "esgalhado" este texto!
Beijinho
Renato
Querido Renato, no imprevisto é que está a graça!
ResponderEliminarPara a próxima escrevemos um dramalhão!!!:):):)
Beijinhos embrulhados para si!
Interessante esta ideia de conto a pares! imaginei o mosquito a levar um tiro com a espingarda, agora que o malandreco andava na passeata á boleia, nunca pensei!!!
ResponderEliminarESTÁ GIRO!
Bjs
A tua escrita continua a encantar.
ResponderEliminarA linha da história mantém-se sempre numa incógnita, o que lhe dá graça e torna a leitura um desafio.
Aquela de fugir daquele encontro e da oferta de um copo de água para mim foi a surpresa maior.
Um encontro com alguém nosso amigo, é sempre um bom acontecimento. Não me pareceu educado nem correcto fugir dali a sete pés....
Muito engraçado =) O desafio resultou muito bem!Não é para todos..
ResponderEliminarbeijinho*
Olha o malandro do mosquito! Até passeia à boleia e tudo... Gostei!
ResponderEliminarBjokas
Oh coitada, companhias indesejáveis.
ResponderEliminarQuerida Lilá(s) mas ficou foi sem saber se o malandro morreu ou não...mas eu sei!:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Luís ela estava há uns dias quase sem dormir, ia tão desvairada que nem viu o cantil que lhe era oferecido...ela não "via" nada!
ResponderEliminarBeijnhos embrulhados para ti!
Querida Menina vou contradizê-la, qualquer um de vós pode fazer o que eu e o Carapau fizemos, apenas nos empenhámos nisso e tivemos tempo...
ResponderEliminarSem mais problemas com as carraças?:):):)
Beijinhos sem embrulho para si!
Querida Anira, os mosquitos são muito espertos! Atacam quando menos se espera!:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida S* muito indesejável, há outras sem serem mosquitos, não é verdade?
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Olha lá!
ResponderEliminarO Carapau de que aqui se fala sou eu?
Querem ver que isto ainda dá mosquitos por cordas!!!
:-)
Querido Carapau é o outro, tu és Carapaucarapau, este Carapau a quem chamo querido não é o carapau, confuso? Eu ainda mais, não percebo nada do que acabei de escrever.
ResponderEliminarMosquitos já deu um! Corda é na tua caverna, corda, cordel e afins...
Beijinhos embrulhados para ti!
Não é fácil duas personagens virtuais conseguirem aquilo que conseguiram. É preciso ter muito calo como o calo da Avogi. Um abraço e bom fim de semana. João
ResponderEliminarE pronto, são estes desafios engraçados, e tão bem conseguidos, que me estão a fidelizar ao "Beijinhos".
ResponderEliminarComecei e ler e a tentar perceber, quem é que tinha escrito o quê. Como sabemos, há teorias que defendem - e que partilho - haver diferenças entre a escrita da mulher e a do homem.
Apetecia-me entrar no jogo e dizer qual dos parágrafos tinham sido escritos por cada um de vós.
Não, não vou entrar, mas que me apetecia, apetecia!
Vou ler o final do Carapau.
Abraço.
Eis-me de regresso da visita ao Carapau.
ResponderEliminarQuer um quer outro, deram um fim imprevisível à história. Não era suposto que a causa do desespero da pobrezita se devesse a um mosquito, da mesma forma que nada fazia prever que o tabaco fosse o leimotiv da história.
Gostei muito, Parabéns aos autores.
Beijinho COM embrulho.
Querido João foi a primeira vez que fiz um texto assim! O Carapau é um homem muito divertido e adora brincar, a blogosfera tem espaço também para tal, somos comentadores um do outro e proporcionou-se o desafio. Suponho que leste o final dele, é totalmente diferente do meu.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Teresa ainda se levantou a hipótese de se escrever as diferentes partes a cores, mas pensámos que não seria muito correcto. Talvez não seja muito difícil fazer a distinção, se estiveres interessada em fazê-lo, porque não me mandas por mail? Eu logo te digo se acertaste ou não!
ResponderEliminarAo princípio não era para haver dois finais, surgiram e aproveitaram-se.
Foi escrito em tempo recorde, os pedaços de cada um encaixavam na perfeição no outro.
Ficámos contentes connosco e com o resultado. Temos vontade de publicar mais textos, embora agora o tempo comece a escassear, por causa das férias de cada um de nós
Beijinhos embrulhados para ti!
O que é certo é que você prendeu a atenção (acho que de todos os seus leitores) até o final.
ResponderEliminarE aí constatar que tinha apenas um insignificante mosquito a provocar tamanho alvoroço?
Afinal, o que pretendia ela a sair sem rumo? Estava tão "enlouquecida" só por causa desse minúsculo "vampiro"? Apesar de que têm alguns bem irritantes.
Se fosse uma prova escolar, em que se perguntasse aos alunos, qual era o grande problema dessa senhora, ninguém acertaria a questão.
Uma a zero para você, Maria Teresa. Parabéns.
Vamos então conhecer o blog do Carapau.
Um ótimo final de semana para todos.
Querido Zergui, com que então eu enganava os alunos?Ah!Ah!Ah!Ah!Ah! Sou uma malvada!Ah!Ah!Ah!
ResponderEliminarNem eu sabia qual era o problema dela... Só o soube quando tive que terminar o texto!
Com o seu comentário fez-me rir bastante...Gostei!
Beijinhos embrulhados para si!
Gostei da ideia :) FIcou muito boa. Mosquito malvado :P
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Querida C*inderela que bom ter gostado, a mim deu-me imenso prazer a colaboração mútua (e ao Carapau também sei que sim)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si e um excelente fim-de-semana!
Eu vou ser muito sincero!
ResponderEliminarAdorei a ideia: escrever um texto a dois é um desafio aliciante, sem sombra de dúvida, ainda para mais com uma pessoa que não se conhece muito bem.
Mas...parece-me que se nota um pouco as partes de cada um, ficando aquilo a que alguém aí nos comentários um bocado tipo "filme de Manuel de Oliveira"; apesar de tudo, conseguiste num hábil golpe de rins, inventar um mosquito, que salvou a história.
Mais sincero não poderia ser.
Querido Pinguim ah,ah,ah,ah,ah! Nem outra coisa esperava de ti, a sinceridade! É para serem comentados que os textos são publicados. Deste-me uma excelente ideia, contactar o Manoel Oliveira, a oferecer os meus préstimos e os do Carapau (penso que ele concorda) para escrevermos um guião para o seu próximo filme :):):).
ResponderEliminarFoste ver o final do Carapau?
Beijinhos embrulhados para ti!
Até a minha leitura foi "apressada", pelo suspense implícito no decurso do texto, para acabar com uma "louca" gargalhada. ADOREI.
ResponderEliminarQuerida Marlene é tão bom ouvir dizer que gostaram, o nosso objectivo, meu e do Carapau, era esse mesmo. Muito obrigada!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!