Nos anos 60 era quase impensável uma jovem ir sozinha ao cinema. Mas existiam algumas mais afoitas que o faziam, eu fazia-o…ao fim da tarde, depois de um dia, bem cansativo, passado na Faculdade de Ciências. Ia assistir no São Luís, a filmes a preto e branco, adaptados dos romances policiais da Agatha Christie, que tinham como protagonista, no papel de miss Marple, a fantástica e inimitável Margaret Rutherford.
Tal como eu a minha amiga Luzia fazia o mesmo, aliás ela foi precursora, eu limitei-me a seguir-lhe as pisadas.
Numa das muitas vezes em que o fez, tendo ela o braço esquerdo apoiado no braço da cadeira, quando as luzes se apagaram e o filme se iniciou, sentiu a mão do ser masculino que se tinha sentado ao seu lado e do qual ela não se tinha apercebido se era gordo ou magro, alto ou baixo, novo ou velho, loiro ou moreno,… agarrar-lhe na mão. Como acção imediata tentou retirá-la. A mão foi mais apertada…e nuns segundos decorreu a cena, “puxa e aperta”…
De raciocínio rápido ela decidiu; ou faço uma cena de faca e alguidar e não vejo o filme ou deixo ficar a mão. Optou pela segunda hipótese, e como consequência esteve toda a primeira parte do filme de mão dada com um desconhecido.
Ao intervalo, quando as luzes se acenderam, ele largou-lhe a mão e ela sem sequer o olhar levantou-se e mudou de lugar…
Este episódio invulgar(?) tem sido contado e recontado entre amigos comuns e cada vez que é feito, há sempre risadas e há sempre quem diga “no teu lugar eu tinha feito isto, aquilo e aqueloutro”…
Pessoalmente penso que ela fez uma “obra de caridade”, durante um certo espaço de tempo proporcionou a um ser solitário uns momentos em que sonhou!
Anos 60?
Alguns dos que por este cantinho passam lembram-se deles, outros nasceram nesta década e outros ainda nem nascidos eram…Hoje recebi o vídeo que aqui vos deixo com flashes dessa época, embora não seja dos melhores que tenho visto, aproveitem para relembrar e para se situarem na época!
Tal como eu a minha amiga Luzia fazia o mesmo, aliás ela foi precursora, eu limitei-me a seguir-lhe as pisadas.
Numa das muitas vezes em que o fez, tendo ela o braço esquerdo apoiado no braço da cadeira, quando as luzes se apagaram e o filme se iniciou, sentiu a mão do ser masculino que se tinha sentado ao seu lado e do qual ela não se tinha apercebido se era gordo ou magro, alto ou baixo, novo ou velho, loiro ou moreno,… agarrar-lhe na mão. Como acção imediata tentou retirá-la. A mão foi mais apertada…e nuns segundos decorreu a cena, “puxa e aperta”…
De raciocínio rápido ela decidiu; ou faço uma cena de faca e alguidar e não vejo o filme ou deixo ficar a mão. Optou pela segunda hipótese, e como consequência esteve toda a primeira parte do filme de mão dada com um desconhecido.
Ao intervalo, quando as luzes se acenderam, ele largou-lhe a mão e ela sem sequer o olhar levantou-se e mudou de lugar…
Este episódio invulgar(?) tem sido contado e recontado entre amigos comuns e cada vez que é feito, há sempre risadas e há sempre quem diga “no teu lugar eu tinha feito isto, aquilo e aqueloutro”…
Pessoalmente penso que ela fez uma “obra de caridade”, durante um certo espaço de tempo proporcionou a um ser solitário uns momentos em que sonhou!
Anos 60?
Alguns dos que por este cantinho passam lembram-se deles, outros nasceram nesta década e outros ainda nem nascidos eram…Hoje recebi o vídeo que aqui vos deixo com flashes dessa época, embora não seja dos melhores que tenho visto, aproveitem para relembrar e para se situarem na época!
Situação invulgar, pena ela não ter tido a curiosidade de ver a pessoa! eu era logo a 1ªcoisa que faria...
ResponderEliminarBjs
Querida Lilá(s) este episódio passou-se há 50 anos e ao longo de toda a sua vida esta minha amiga tem tido episódios muito divertidos, hei-de relatar outros...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Um acto de caridade, sem dúvida! Só é pena não ter ficado para ver quem era, podia fazer um amigo lol. Realmente uma rapariga ir sozinha ao cinema nos anos 60 devia ser uma atitude muito progressista...
ResponderEliminarCara Maria Teresa
ResponderEliminarFantástico momento de nostalgia eu vivi agora...!
Os anos sessenta foram fantásticos! Até para os que, como eu, passaram de meninos a homens sem terem sido jovens, por via da guerra colonial.acredite que me fez muito bem esta visita. Só não gostei do gesto do atrevidote, mas enfim, já lá vai, e como bem diz, "durante esse periodo de tempo alguém foi feliz".
Beijinhos
G.J.
não sei se conseguiria fazer o mesmo que a Luísa, mas que foi certamente uma boa opção disso não tenho dúvidas.
ResponderEliminarbeijinho com sabor à década em que nasci e que aqui revivi, bom resto de domingo
Querida Stiletto a essa dúvida ainda hoje ela não sabe responder, tanto mais que ela ficou no cinema, ela viu o filme todo.
ResponderEliminarPensando bem, devo confessar que nunca menti aos meus pais, mas também nunca lhes disse que ia ao cinema sozinha ...
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Gaspar não foi a minha melhor década mas foi a mais enriquecedora, acabei o curso, tive o meu primeiro e único emprego, noivei, casei e fui mãe mas também tive a doença de que já falei... esta não fechou com chave de ouro a década.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Uminuto a minha amiga chama-se Luzia, pensei que lhe tinha escrito mal o nome, fui a "correr" ler, também não teria grande importância ela detesta novas tecnologias e não sabe que tenho um blogue:):):).
ResponderEliminarEla foi fantástica sob o meu ponto de vista, eu teria procedido de outro modo, dava um beliscão, um pontapé, sei lá! Mas ela ainda hoje é assim, reage com "muita calma".
Tenho mais duas histórias dela, também um pouco fora do comum, para contar.
A Umminuto é da década do meu filho mais velho,quem sabe se o "conhece", ele anda pela blogosfera...
Beijinhos embrulhados para si!
Nos anos 60 agir como a sua amiga agiu é mesmo um acto de coragem e sim de "caridade" para alguém que quem sabe ainda hoje se recorda desse momento e talvez em conversas com amigos também se ria!
ResponderEliminarTalvez não tivesse a coragem da sua amiga e muito menos o não olhar para quem lhe agarrou na mão...digo isto porque curiosa como sou!! não resistiria de certeza absoluta!
Como nasci em 64...ainda não tomava atenção para os anúncios que aqui deixou...mas lembrou-me de a minha mãe ouvir muitos cantores que aqui passam!
jinhos :)
Querida Canhota foi uma atitude e uma situação que, ainda hoje, quando falamos nela nos faz rir...
ResponderEliminarHá vídeos muito melhores sobre a época mas não os consegui "transferir".
Beijinhos embrulhados para si!
Eu sou mais dos anos 70, mas lembro-me de muitas coisas que se faziam como uma grande conquista e que hoje nem geram conversa, como por exemplo, uma mulher usar calças num restaurante, ou no liceu. Até ao início dos anos 70 era impensável. Agora, parece que estamos a falar de outra galáxia :)
ResponderEliminarBjs
Querida Teresa o mundo sofreu mudanças demasiado rápidas, algumas boas, outras menos boas,... que saibamos aproveitar as primeiras!
ResponderEliminarBom descanso!
Beijinhos embrulhados para si!
Olá MAria Teresa,
ResponderEliminarHá séculos que não a visitava e já estava com saudade! Beijinhos e uma óptima semana!
Querido Tio
ResponderEliminarTambém já tinha saudades suas!
De vez em quando também "desapareço" e durante o Verão isso vai acontecer com maior incidência, tenho algumas passeatas programadas.
Muito obrigada e para si também uma excelente semana!
Beijinhos embrulhados!
Voltei de ferias e aqui venho relembrar os 60. pois, nos sessenta eu tinha 5 e nos 65 fiz 10 anos. nessa altura só via vídeos infantis,cd-rom do noddy e sentava.me em frente ao LCD com sistema de HI-Fi eno sofá comprado no ikea que o meu pai havia adquirir anos antes. Tn colocava os meus auscultadores e ouvia os metálica em estereofónica enquanto a minha mãe no seu PC portatil via um filme do bem-hur adaptado.
ResponderEliminarRelembrei tb o meu irmão de capacete Shoe pedalando a sua bike com joelheiras topo de gama e sapatilhas nike.
As minhas irmãs entretanto faziam extensões no cabelo uma à outra e logo de seguida colocavam as unhas de gel. O outro meu irmano sempre mais afoito ia para a rua no seu skate praticar no espaço reservado junto à piscina de lá de casa, bem junto ao barbecue. fizeste-me relembrar como era/fui feliz...sem isto.
Querida Avogi fomos felizes sem tudo "isso"...com "isto" não quero dizer que agora também não tenha os meus momentos de felicidade.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Eras ousada e irreverente... no bom sentido. E fizeste tu muito bem!
ResponderEliminarQuerida S* se fiz! Este "ataques" de ousadia, não prejudicavam ninguém, descontraíam-me e faziam sentir-me livre...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Na década de sessenta ainda ninguém contava cá comigo... por isso não posso imaginar qual seria a melhor reacção a ter, e quais as consequências! Mas é uma cena caricata...
ResponderEliminarBjokas
Esse «mão na mão» foi um abuso, mas há quem lhe chame «audácia!»... tudo depende dos actores em cena...
ResponderEliminarPor vezes certos excessos pagam-se caro... Deveria ter ficado com a mão dorida de tanto aperto, claro... o epílogo foi o mais sensato..
Uma coisa é certa. O tipo da mão na mão não fui eu, porque me não lembro de ter ido a uma matiné-
ResponderEliminarAgora isto fez-me lembrar uma quadra que começa exactamente com "mão na mão", mas como o blogue não é meu e eu sou "antigo" não a deixo aqui.
:-)
Espero que o passeio tenha corrido bem-
Querida Anira eu já andava por cá há duas décadas...como fico espantada quando penso nisso! Tanta coisa que não se podia fazer...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Rouxinol uma cena divertida contada milhentas vezes...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau e eu a pensar que tinhas sido tu...só me lembrei de escrever o texto para ver se te acusavas:):):) Apenas ficas ilibado por não frequentares matinés.
ResponderEliminarFoi melhor não deixares...
Não foi passeio foi obrigação. A partir de 4ªfeira é que é "animação".
Como está a decorrer esse dolce fareniente (é assim que se escreve?)
Beijinhos embrulhados para ti!
Os anos 60...
ResponderEliminarParte inapagável da minha vida!
Casei, não era ainda "adulto". O meu pai teve que me emancipar. Na altura era assim. E, então dizia o Alvará de Emancipação (assim se chamava o documento que nos entregavam), que a partir daquela data entrava "no pleno usufruto dos meus direitos e deveres de cidadão"! Assim, tão só, uma assinatura num papel, e o tempo foi fintado, tornei-me "adulto". Quem demorou a convencer-se foi o padre, que ao ver a minha data de nascimento, torceu o nariz, mesmo depois de ler o tal alvará. Mas, enfim, lá acabou por me casar ao som da marcha nupcial tocada pelo orgão da Igreja do Carmo da minha querida Luanda.
Tempos depois de me terem dado o alvará, puseram-me uma guerra nas mãos. Lá fui eu para as matas do distante Norte. Tanto horror vi que um dia dei por mim a pensar que Deus tinha deixado de andar por lá.
Os anos 60...
Atirada a guerra para trás, chegaram-me os ventos do Maio de 68. Ainda hoje os sinto.
Abraço
Querido Carlos sou mais velha...casei sem necessitar de autorização escrita, participei nas greves académicas de 62, não se esqueça delas, vibrei com o "assalto" ao Santa Maria, vi partir muitos amigos, alguns dos quais não voltaram, o meu irmão foi forçado a ir até à terra que viu o Carlos nascer, sem saber bem o que ia fazer...
ResponderEliminarMas também me aconteceram coisas muito boas e é dessas que gosto de me lembrar.
Beijinhos embrulhados para si!
Respiro anos 60 por todos os poros.Ano pasado, durante o Verão, fiz mesmo um Rochedo das Memórias musical, com canções dessa época e posts alusivos.
ResponderEliminarTenho pena que a nossa geração em parte tenha falhado os seus objectivos, mas esses anos foram inesquecíveis
Quanto à cena do cinema, fez-me sorrir.Esto consigo: a sua amiga teve um momento de caridade. E deve ter muita garra!
Querido Carlos falhámos um pouco sim...mas a culpa não é toda nossa.
ResponderEliminarCom todos os contras dessa década, para mim ela teve saldo positivo.
A minha amiga Luzia é alguém que tem muita capacidade de resposta, respostas totalmente inesperadas.
Beijinhos embrulhados para si!
Pois, acho que ela foi curajosa em deixar a mão, eu tinha levantado-me logo na hora e mudado de lugar. As pessoas não pensam todas da mesma forma, talvez tenha prestado um momento de carinho a uma pessoa que estava a precisar, e não lhe tirou bocado nenhum a ela. Parabéns pelo acto.
ResponderEliminarSobre a situação da mão, no cinema, parece um filme...não me ponho a dar palpites sobre o que fez ou devia ter feito a tua amiga, mas uma coisa é certa, teria curiosidade em ver quem era...
ResponderEliminarSobre os anos 60, nem me fales; que recordações: das músicas, dos filmes, dos acontecimentos, enfim sinto-me imensamente feliz por ter vivido nesses anos a força da minha juventude e como era ávido, aqui "longe de quase tudo" do que ia vendo, e sabendo.
Querida Olga ela decidiu na hora o que pensou que devia fazer...:):):) A verdade é que ainda hoje nos rimos com a história!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Pinguim sabe-se lá, já passaram mais de 40 anos... (que horror, fico arrepiada ao escrever mais de 40).
ResponderEliminarQuanto à década por lá passámos em paralelo... Foi bom!
Beijninhos embrulhados para ti!
Quem é que não tem saudades dos anos 60?
ResponderEliminarAté nesse aspecto lamento os nossos jovens.
O que é que lhes fica de bom para recordar? Que referências, que sonhos?
A tua amiga Luzia é uma heroina, com direito a estátua e tudo. Estar de mão dada e NÃO ver a carinha do dono da dita, nem pensar! Nem que tivesse que espreitar na escuridão, nem que usasse uma lanterna, sei lá! Mas sair sem ver a carinha do atrevidote...
Beijinho SEM embrulho.
Para a época, cerceada de tabus, de proibições, ao menos aqui no torrão verde e amarelo, tal gesto foi de um atrevimento descomunal.
ResponderEliminarEntretanto, a emoção que certamente tomou conta dos dois corações (os donos de cada mão), deve ter ficado indelével para ambos.
Um turbilhão de pensamentos, inimagináveis, deve ter invadido suas mentes.
Ou...
Por outro lado, pode ser que a pessoa ao lado de sua amiga fosse alguém muito sensível, medroso, que, ao segurar aquela mão feminina, estaria se conectando mentalmente com sua progenitora, em busca de proteção.
Ou ...
Vamos deixar que os outros pensem um pouquinho...
Beijinhos para o coração de todos (com ou sem embrulho; à livre escolha)
Querida Teresa tenho observado os jovens de hoje com olhos de ver, o que eles sentem nós sentimos, mas eles ou poucos deles desconhecem a arte da sedução, os palpitares, os rubores,...Desconhecem o prazer da descoberta dos sonhos ... tudo lhes é imediato... ao fim de pouco tempo estão saciados, sem terem guardado a infinidade dos pedacinhos que compõem o puzzle da vida.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Zergui uma reflexão bem fragmentada de diferentes hipóteses baseadas num acto físico real.
ResponderEliminarQuem sabe o que passou pela mente da metade masculina? Da feminina eu sei o que me foi contado.
Beijinhos embrulhados para si!