Cheguei ao meu Refúgio! Gostei do meu fim -de-semana passado em Lisboa, até me permiti recusar a ida a um concerto na Gulbenkian.
No 6ª feira à noite fui jantar ao Ó CHÁ, um restaurante em Alfama , totalmente diferente do que eu imaginava, lá respira-se conforto, intimidade, cumplicidade, bem-estar, … parece que estamos na casa de um de nós, que goste de decoração oriental. Lá vi um BIOMBO… que me trouxe à memória este de que vos vou falar, não têm nada de igual apenas e só, são ambos biombos .
No 6ª feira à noite fui jantar ao Ó CHÁ, um restaurante em Alfama , totalmente diferente do que eu imaginava, lá respira-se conforto, intimidade, cumplicidade, bem-estar, … parece que estamos na casa de um de nós, que goste de decoração oriental. Lá vi um BIOMBO… que me trouxe à memória este de que vos vou falar, não têm nada de igual apenas e só, são ambos biombos .
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Era pequena, tinha 9 anos, andava na 3ª classe, pouco depois das férias grandes, já tinha iniciado o ano escolar, fiquei doente, febres muito elevadas e uma hemorragia nasal que só conseguiu ser estancada pelo médico, estava com FEBRE TIFÓIDE.
Não me lembro de muita coisa mas algumas, talvez com alguma deturpação causada pela memória e pelo modo como na altura senti o que se passava à minha volta, só as vim a entender mais tarde. Nunca mais se falou no assunto, pelo menos a partir de uma fase em que eu poderia ter guardado mais pormenores.
O médico* a pedir ao meu pai para ir, urgentemente, à farmácia comprar o que posteriormente vim a saber tratar-se de um hemostático, aterrorizou-me. Este "urgentemente" ficou-me gravado na memória, o meu sangue salpicava tudo...
Não consigo situar nem o meu pai, nem a minha avó, durante a fase pior da doença, em que eu passava o tempo a dormitar.
Mas vejo nitidamente o meu irmão e a minha mãe. A sala de jantar “ desapareceu”, obrigaram-me a abandonar o meu quarto, passei a estar deitada e recostada na minha cama, num canto dessa divisão, a qual passou a ter a meio um BIOMBO azul.
No lado onde passei largos tempos, meses da minha ainda tão curta vida, surgiu um divã, um sofá e uma mesinha. Nesse espaço só entrava a minha mãe. Via todos os dias o meu irmão a espreitar num dos lados do biombo e a perguntar:” Mitê tás milhó?”
A minha mãe passou a ser uma mãe sempre presente, vestida de um modo diferente do que estava habituada a vê-la e a dormir no mesmo espaço que eu.
Atrás do BIOMBO havia sempre uma grande azáfama.
Tive medo, muito medo, quando me apercebia que a temperatura do meu corpo estava muito elevada, ficava muito quietinha, pensava que se assim ficasse a temperatura baixava…
Quando dei os primeiros passos sem ajuda, senti que não sabia andar… as minhas pernas não tinham força para aguentar o corpo e a minha cabeça rodava.
Não me lembro de ver os meus primos, eles deixaram de ir a casa da nossa avó ou então não os deixavam ver-me, nunca soube o que na realidade se passou…
Quando a minha amiga Alice fez anos e me foram levar um pedacinho do seu bolo, disseram-me, mas não o vi, não o pude comer, que confusão me fez…
Tinha que tomar um medicamento de 4 em 4 horas, vinha da Suíça, através da Cruz Vermelha , não percebia bem o porquê de estarem sempre a falar na Suiça. Que mal que isto me fez, tinha pesadelos e tinha muito medo…chamava-se Terramicina
Mas nas minhas memórias esse BIOMBO, que não consigo situar em mais nenhum lugar da casa e que nunca mais vi, ficou gravado para sempre.
O médico* a pedir ao meu pai para ir, urgentemente, à farmácia comprar o que posteriormente vim a saber tratar-se de um hemostático, aterrorizou-me. Este "urgentemente" ficou-me gravado na memória, o meu sangue salpicava tudo...
Não consigo situar nem o meu pai, nem a minha avó, durante a fase pior da doença, em que eu passava o tempo a dormitar.
Mas vejo nitidamente o meu irmão e a minha mãe. A sala de jantar “ desapareceu”, obrigaram-me a abandonar o meu quarto, passei a estar deitada e recostada na minha cama, num canto dessa divisão, a qual passou a ter a meio um BIOMBO azul.
No lado onde passei largos tempos, meses da minha ainda tão curta vida, surgiu um divã, um sofá e uma mesinha. Nesse espaço só entrava a minha mãe. Via todos os dias o meu irmão a espreitar num dos lados do biombo e a perguntar:” Mitê tás milhó?”
A minha mãe passou a ser uma mãe sempre presente, vestida de um modo diferente do que estava habituada a vê-la e a dormir no mesmo espaço que eu.
Atrás do BIOMBO havia sempre uma grande azáfama.
Tive medo, muito medo, quando me apercebia que a temperatura do meu corpo estava muito elevada, ficava muito quietinha, pensava que se assim ficasse a temperatura baixava…
Quando dei os primeiros passos sem ajuda, senti que não sabia andar… as minhas pernas não tinham força para aguentar o corpo e a minha cabeça rodava.
Não me lembro de ver os meus primos, eles deixaram de ir a casa da nossa avó ou então não os deixavam ver-me, nunca soube o que na realidade se passou…
Quando a minha amiga Alice fez anos e me foram levar um pedacinho do seu bolo, disseram-me, mas não o vi, não o pude comer, que confusão me fez…
Tinha que tomar um medicamento de 4 em 4 horas, vinha da Suíça, através da Cruz Vermelha , não percebia bem o porquê de estarem sempre a falar na Suiça. Que mal que isto me fez, tinha pesadelos e tinha muito medo…chamava-se Terramicina
Mas nas minhas memórias esse BIOMBO, que não consigo situar em mais nenhum lugar da casa e que nunca mais vi, ficou gravado para sempre.
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*Este médico ocupava nas nossas vidas o lugar do nosso avó paterno biológico.
A sua aflição era patente, não se ria para mim, logo ele que sempre me amou muito e me achava imensa graça.
Também vim a conhecer a D. Terramicina uns anos mais tarde. E convivi com ela certamente mais tempo do que tu, pelo que a conheci bem. Nessa altura já não vivia só no seu chalet da Suiça, já tinha casas de campo espalhadas por todo o mundo, Portugal incluido.
ResponderEliminarNo meu caso não houve biombo, ainda que haja muitas coisas que não o sendo, bem o podiam ser.
Por outras palavras, há sempre alguma coisa que nos isola.
Mas cá estamos felizes e contentes, prontos para o que der e vier.
À nossa amiga Terramicina, hip, hip, hurrah!
Querida Maria Teresa
ResponderEliminarSão memórias dolorosas que guardamos... embora nunca tenhamos a noção exacta da gravidade que nesses tempos os problemas de saúde representavam.
Os antibióticos, a pnincilina e a terramicina, davam os "primeiros passos" e as carências em Portugal eram enormes...
Aina ontem num dos meus "trabalhinhos" de recolhas orais me contavam que somente tinham visto um médico na inspecção para o serviço militar, porquenão havia médicos nas terras isoladas, mesmo ficando a 15 quilómetros de Lisboa...
Beijinhos.
Querido Carapau VIVA A D.TERRAMICINA e todos os investigadores que dedicam a sua vida a aperfeiçoar técnicas de combate às doenças!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Victor esta memória foi má na mente de uma criança...como adulta, quase nunca me lembro disso, só quando questionada sobre as doenças que tive. Nem sei se para os meus filhos esta revelação não será uma surpresa.
ResponderEliminarAinda sei como me devo ter contaminado, tal foi o interrogatório que sofri na altura. Tinha comido agriões crus que ainda não tinham sido lavados para colocar na salada (nenhum adulto de tinha apercebido disso).
Beijinhos embrulhados para ti!
Bem voltada ao refúgio!
ResponderEliminarBjs dos Alpes...
Querida Flor já voltei e com uma informação para si. Formas de alisar a roupa já se conheciam no séc.IV, mas o ferro eléctrico surgiu em 1882 com Henry Seely.
ResponderEliminarEmbora eu tenha nascido um "bocadinho" depois ainda me lembro, e tenho um desse ferros, de ver uma empregada a passar com um ferro com brasas dentro .
Já agora o ferro a vapor surgiu em 1926 e eu só tive conhecimento dele nos anos 70.
Beijinhos embrulhados para si!
O nome do texto, bem poderia ter sido... "O misterioso caso do biombo desaparecido", :) Engraçado como nunca mais o viu... e é também engraçado a forma como uma criança se lembra de certos detalhes :) Experiência complicada essa, ainda bem que teve um bom desfecho e vivam os antibióticos (todos!)Beijinhos
ResponderEliminarnem imagino o que deve passar na cabeça de uma criança numa situação dessas...mas olhe, ainda bem que tudo se resolveu pelo melhor!
ResponderEliminarÉ engraçado os pormenores que conseguimos reter de certos episódios da infância, como a cor do biombo ou as expressões faciais das pessoas.
ResponderEliminarUm fim de semana em grande, este!!
Beijinhos
Querida Eva, sessenta anos depois eu penso que o biombo devia pertencer à salinha azul, uma sala íntima, mobilada toda em azul,da qual ainda hoje tenho na minha arrecadação em Lisboa, um sofá/cadeirão, uma mesa de chá redonda e duas banquetas com estofo às riscas em tons de azul, recordo-me que havia mais um sofá para duas pessoas, quatro banquinhos e outra mesa mais pequena (actualmente na posse da Ana e pintada às cores). O biombo pertencia certamente a este conjunto mas não o vejo lá, apenas o vejo a dividir a sala onde eu permaneci largo tempo.
ResponderEliminarAs memórias traiem-nos muito...
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Lia lembro-me daquilo que contei mas imensas coisas devem ter ocorrido... não faço ideia quanto a minha família sofreu com medo de me "perder", não me lembro de ver ninguém chorar, nem de se lamentar...
ResponderEliminarCertamente que os outros familiares estavam lá...mas na minha memória, não os "encontro"
Sei que só regressei à escola depois do Natal, que não perdi o ano e que fiz exame da 3ªclasse numa escola que ainda hoje existe.
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Nirvana as recordações que um biombo lindo oriental fez despoletar...Como o nosso inconsciente retém factos que ficam bem guardados mas que uma pequena faísca faz saltar
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Poça, pá! Não tive nenhuma doença, não tive nenhum biombo, a terramicina é vulgar e a minha mãe usava-a nos olhos dos gatos, sendo assim, escrevo sobre quê? Tá mal.
ResponderEliminarQuerida Calendas "obrigaste-me" a dar umas boas risadas com o teu comentário... mas se queres ter alguma coisa para escreveres (logo tu que escreves tão bem e tens imensa piada) eu dou-te uns tantos ou quantos socos em locais bem visíveis, tu vais a medicina legal comprovar que levaste "porrada", participas à polícia o ocorrido e ficas com muito para contar... mas ficamos amigas na mesma, caso contrário não alinho,recuso-me a contribuir para teres assunto para narrares...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
A Maria Teresa tem uma boa memoria, já eu ...! Muito bom o fim-de-semana, muito bem passado :)
ResponderEliminarBjokas*
Querida C*inderela lembro-me de muita coisa do tempo em que era criança, especialmente de coisas que me marcam muito, por serem muito boas ou muito más, como o foi este caso que narrei.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Há coisas que ficam marcadas na nossa memória para sempre. Coisas boas, coisas más. Um sorriso, um gesto, uma palavra, um lugar e até um BIOMBO!!! Mais uma que venceste! Beijinhos com biombo no meio!
ResponderEliminarQuerida Ana Rita tens medo que te pegue alguma coisa?:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Maria Teresa!
ResponderEliminarNa nossa memória existe sempre um biombo qualquer, que nos faz regressar ao passado, especialmente quando algo nos marca! E então quando aparecem os recalcados, ainda mais se aviva a memória!
Saíu da situação delicada em que se encontrou, o que é um motivo para nos regozijar, a todos!
Um beijinho com ou sem biombo,
Renato
Querido Renato não há dúvida que o biombo pode ter esse significado. Telefonei propositadamente ao meu irmão para lhe falar sobre ele. O Zé lembra-se de me ver doente, da sala de jantar ter desaparecido, de ver um biombo azul lá em casa não sabe bem onde... mas não se recorda do que lhe aconteceu.Cada um de nós lembra-se de fragmentos da época, ele era muito pequeno teria perto dos 4 anos.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Maria Teresa obrigada por ter voltado ao meu blogue, foi um grande previlégio. Permitiu-me assim ler a história de uma menina forte e corajosa que se transformou numa grande mulher. Já me adicionei a si para não me voltar a esquecer. Beijinhos grandes.
ResponderEliminarQuerida Olga não sei se fui forte e corajosa, sei que não me queixava mas tinha muito medo.
ResponderEliminarHoje quando tenho medo de qualquer coisa enfrento esse medo, vou à luta, mas 60 anos medeiam este ontem e o hoje.
Beijinhos embrulhados para si!
Memórias terríveis na luta contra os vírus...
ResponderEliminarHoje em dia quase nem damos por isso... a não ser o vírus da corrupção que continua sem ser erradicado.
Maria Teresa!!
ResponderEliminarparabéns pelo blog, muito legal e interessante!!!
Adoreiiiii...
Tudo fica guardado em nossa memória....
Um grande beijo
Olá Maria Teresa
ResponderEliminarComo há marcas que não mais se esquecem, mesmo que menos claras, ficam em nós para sempre.
Lembrei o meu sarampo e a minhas amigdalites semestrais no Verão quando todos iam para a praia...
Beijo e abraço, grandessssssssss
Adorei esta historia. E parabens pela por esse maravilhoso coração e por essa excelente memoria
ResponderEliminarQue a vida lhe sorria sempre com as mais desejadas felicidades
AnjoAzul
Quando o Vicktor ( Oficina das Ideias ) recomenda é bom dar uma olhadinha e escolhi pelo nome lindo querendo ver se ganhava também uns "beijinhos embrulhados" rsrs e até me surpreendi porque te conheço dos comentários , sempre nos esbarramos neles por aí rrrsrs adorei o texto que li aqui com a memoria de um biombo da infancia e de um tempo nao tao especial, mas que passou bem , nao foi?
ResponderEliminarVou estar por aqui , os beijinhos embrulhados me fez bem
abraços
Querido Rouxinol a febre tifóide é causada por uma bactéria que felizmente se combate, relativamente bem, com as "inas" (penicilina, terramicina,...). Os vírus são outra "loiça" não têm tratamento...principalmente aquele de que fala, só se for "ao modo das gentes de Fafe"...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Ju alguma coisa fica guardada mas nem tudo, felizmente...
ResponderEliminarObrigada pela visita ao nosso cantinho, volte quando lhe apetecer e puder, será bem-vinda!
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Magy eu também me lembro vagamente do meu sarampo, tinha uns 7 anos, mas desse não tive medo...:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Anjo Azul muito obrigada pelas suas gentis palavras.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Sabes detesto falar de doenças, sempre que no Telejornal falavam da gripe A eu mudava de canal.Detesto tomar medicamentos, só mesmo em último caso!
ResponderEliminarFiquei arrepiada com esta tua história e tenho mais pena ainda da tua mãe, do que de ti! Imagino a ansiedade! O meu filho quando era mais pequeno, tinha convulsões com febre alta. Não desejo a ninguém o que passei. Ficava simplesmente aterrorizada!
Beijinhos á tua mãe que te tratou com deslevo e para ti também por ainda nos dares o prazer da tua companhia!
Querida Lis o Vicktor é um homem pleno de sensibilidade e é um senhor, apenas o conheço da blogosfera e há pouco tempo, mas já gosto muito dele.
ResponderEliminarO tempo do biombo já passou há muito. Obrigada pela visita a este nosso cantinho, volta sempre que puderes, serás bem recebida...
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Susana fizeste-me rir... Eu que sou mãe e avó tenho e tive muito mais pena dos meus filhos e dos meus netos, quando estavam ou estão doentes do que de mim, eles é que estão sofrendo para além da parte física, também psiquicamente porque não percebem bem o medo que vêem nos olhos dos adultos. O adulto tem OBRIGAÇÃO de disfarçar a sua ansiedade.
ResponderEliminarEsta história e a actualidade estão separadas por 60 anos, é verdade que a minha mãe tratou de mim com desvelo e podia não o ter feito, pois havia quem o pudesse fazer no lugar dela, mas isso é outra história...
Controla essa ansiedade pelo teu filho e por ti...
Beijinhos embrulhados para ti!
Fico impressionada com as fantásticas histórias que nos conta e a clareza dos pormenores com que o faz...:-)
ResponderEliminarQuerida Chapeu a clareza dos pormenores resulta do facto das histórias serem reais e a maior parte delas terem-me tido como uma "peça" interveniente...:)))Para além disso, muitas delas, fui-as ouvindo ao longo da vida "milhares" de vezes.
ResponderEliminarTodas as vidas são resultantes da união de pedaços de histórias. Muitas vezes quem as vive ou esquece-as ou não lhes dá importância.
Beijinhos embrulhados para si!
Também eu tive quando era pequeno uma febre tifóide, da qual me recordo, mas não com tanto isolamento, e sinceramente não me recordo os medicamentos tomados; mas nós éramos 5 irmãos e só eu tive essa febre.
ResponderEliminarE tive uma tosse convulsa que me traz ainda piores recordações...
Beijinho.
Sou de Belém, Pará, Amazônia, Brasil... Quero lhe dizer uma coisa, Tereza: não sei o que é terramicina, mas já tomei um remédio que até hoje ficou marcado em minha mente: se chama Azitromicina, e é para sinusite, mas o gosto dele é terrível... É via oral, sabe? Pois é, assim como sua história do biombo lhe marcou, vou te dizer outra q tbm m marcou: certa vez, estava ardendo em febre, deitada numa rede, num estado torporoso, com muita sonolência, cansaço e a febre subindo, e a febre subindo... A danada da febre já beirava seus 40 graus, e eu só queria dormir, não tinha animo pra nada... Mas Cleo, minha cadelinha, fora minha melhor amiga, ficou deitada ao lado de minha rede, era uma rede laranja, sabe? Pois é, Cleo ficou bem do meu lado, quando mais precisei, durante uma semana... Na época, tinha apenas 12 anos, mas esse fato nunca saiu de minha mente. Ao mesmo tempo que é algo triste, é também um profundo relato sobre a fidelidade canina.
ResponderEliminarEnfim, Tereza, essa história que lhe relatei, foi uma febre intermitente, que durou uma semana, mas ela vinha sempre no mesmo horário (3h da tarde) acompanhada de tremedeiras, sabe? Foi isso que me marcou profundamente. Não foi febre tifóide, nem nada assim. Creio que foi malária ou sinusite... Mas não tomei remédio específico, nada... Apenas o bom e velho antitérmico, chamado Tylenol
ResponderEliminarTodos temos memórias de algo que marcou nossa infância ou juventude, e não sei direito o que é febre tifóide, nem nunca a tive, mas vou relatar uma experiência que aconteceu quando tinha apenas 12 anos... Fiquei uma semana ardendo em febre, com uma tremedeira, aquele frio que não passava, em contraste com o forte calor da Amazônia, mais precisamente Belém do Pará, Brasil. Fiquei uma semana deitada numa rede, queimando de febre, com muitas tremedeiras, e vontade só de dormir, um torpor... Mas o que me marcou de fato foi a lealdade canina: minha Yorkshire terrier, Cleo, ficou do lado da rede onde estava, e a febre subindo, e a febre subindo, beirando seus 40° graus... Não me lembro de nenhum remédio específico, apenas o bom e velho antitérmico. No meu caso, o objeto que me traz lembranças dessa febre intermitente não foi um biombo, e sim, uma rede de dormir, pois foi onde estive na maior parte do tempo, quando estava com aquela febre. Até hoje, quando estou doente, prefiro deitar na rede...
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