Domingo saí da calmaria desta aldeia, onde se situa o meu Refúgio, perto do mar e da serra e chamada pelo meu dever de cidadã, fui até Lisboa, . É raro passar um domingo na capital, sentindo necessidade de aproveitar utilmente o tempo à minha disposição, fui com o meu filho mais velho, à Feira de Discos que está a decorrer no Centro Comercial Vasco da Gama. Encontrei lá ,para além de milhares de autênticas relíquias do passado, ambicionadas por muitos coleccionadores, um alfarrabista. Não resisti! Com livros, sem nunca terem sido lidos,obras saídas há pouco, a 5euros cada, perdi a cabeça e abri os cordões à bolsa. Entre os adquiridos trouxe um de poesia de Jorge Marcel, poeta que me era totalmente desconhecido, para minha surpresa, o livro tinha e tem numa página dobrada num poema que vou transcrever, as restantes páginas estavam, já não estão, como devem ter saído da gráfica.
O porquê de transcrever este poema? Ele traduz o que eu andava a pensar registar por escrito, mas não encontrava as palavras adequadas, o poeta sem o saber, vai falar por mim.
Partirei sem desvendar
"Partirei sem desvendar
o sabor da tua boca
do outro teu por dentro o todo outro
tão diverso
tão murmurado que por fora és
partirei invivida
amigo meu por fora sem saber
se o que disseste foi só imaginar-te
apenas com a ti imaginar
o só o outro em ti
diverso ao qual do quando és comigo
no sem me dar as mãos
e o sumo
e o corpo
o seu longo dizer e o muito mais
que na sensata lâmina da luz
sensato actuado actuas
assim de sombra inútil partirei
inconhecendo
de ti a inviável promessa
sequer imprometida
inavegável sequer ."
Seria o ACASO que me levou até este poema, este poeta, esta feira, este local,...?
O porquê de transcrever este poema? Ele traduz o que eu andava a pensar registar por escrito, mas não encontrava as palavras adequadas, o poeta sem o saber, vai falar por mim.
Partirei sem desvendar
"Partirei sem desvendar
o sabor da tua boca
do outro teu por dentro o todo outro
tão diverso
tão murmurado que por fora és
partirei invivida
amigo meu por fora sem saber
se o que disseste foi só imaginar-te
apenas com a ti imaginar
o só o outro em ti
diverso ao qual do quando és comigo
no sem me dar as mãos
e o sumo
e o corpo
o seu longo dizer e o muito mais
que na sensata lâmina da luz
sensato actuado actuas
assim de sombra inútil partirei
inconhecendo
de ti a inviável promessa
sequer imprometida
inavegável sequer ."
Seria o ACASO que me levou até este poema, este poeta, esta feira, este local,...?
Acredito que nada acontece por acaso ,tudo tem a sua razão de ser e acontecer.
ResponderEliminarBelo poema
Me too ...there are NO coincidences in life... se calhar...como bem disse,"...traduz o que andava a pensar registar por escrito..." era tão somente aquilo mesmo que estava precisar de encontrar...quem sabe, para se reencontrar...:)
ResponderEliminarbeijito
Tudo tem uma lógica de acontecimento... Cabe-nos a nós saber o que fazer com tudo o que nos acontece!!! :) beijinho maria
ResponderEliminarJoana eu também acredito que as coisas se encadeiam, mas há acasos e acasos...
ResponderEliminarEva foi uma coincidência levada da "breca" e ajudou-me, nem calcula quanto, a tomar uma decisão que estava a adiar, a adiar, a adiar...
Saiu-me uma trouxa de cima da cabeça...
Buxexinhas, julgo que houve como que um despertar para "saber o que fazer" (como muito bem diz)
A todas obrigada pelos vossos comentários, são preciosos e... beijinhos embrulhados
E que livrinhos mais é que comprou?
ResponderEliminarDemóstenes está mesmo interessado? Pelo sim, pelo não, não gosto de deixar os meus comentadores descontentes, cá vai: "Olhares sobre a Conjugalidade" de Isabel Narciso e Maria Teresa Ribeiro, "As mãos do Pianista" de Eugenio Fontes, " A mão do assassino" de Margaret Yorke, "O Mundo é Pequeno" de David Lodge, " Mais Rápido que a Terapia" de Richard Carlson, " O Conde d´Abranhos
ResponderEliminare a Catástrofe" de Eça de Queirós, "O Homem Paranóide" de Claude Olievenstein, " Filha da Fortuna" de Isabel Allende e penso que citei todos.
O que eu não faço por quem me visita.
Volte sempre! E pode levar um beijinho embrulhado
Obrigado pela atençãozinha!!!
ResponderEliminarSou grande admirador do Eça. Tenho até algumas edições de início de século (XX, claro) escritas num português que já não se usa.
Prometo visitá-la mais amiúde...
Demóstenes
ResponderEliminarE eu tenho dele, do Júlio Dinis, da Maria Amália Vaz de Carvalho,( edições antigas) ...Ganhei!
Como invejo a sua biblioteca!!!
ResponderEliminarAcaso ou não, ajudou-a a transmitir o que sentia...e é tão bom quando acontecem estas coincidências!
ResponderEliminarP.S.- Quanto ao comentário que deixou no meu blogue...é claro que tenho amigos humanos (são poucos, mas bons). Aquele post teve a ver exactamente com um desses amigos(na parte benéfica, é claro:)
Beijinhos