sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A FALTA DE UM "O"

Num dia de tempos passados, já um pouco distantes, a minha prima Maria Georgina, na altura uma encantadora criancinha com cerca de 10 anitos, sardenta, com um cabelo sempre espetado, muito senhora de si, foi às compras com a mãe. Quando regressou de tão "fatigante" mas "fantástica" tarde, apressou-se a descrever à nossa tia-avó Maria Teresa, senhora sem filhos, "adoradora" de crianças, com uma forma de lidar connosco que nos fazia sentir ainda mais amadas do que já éramos pela nossa família, o que tinham comprado.
Num entusiasmo que só uma criança consegue demonstrar, estabeleceu o seguinte diálogo:
MG: Tia "truxe" este blusão está a ver!
MT: "Truxe" não trouxe!
MG: E "truxe" estes lenços com um G bordado
MT: "Truxe" não trouxe!
. (.............................................................................)
Este diálogo prolongou-se mais um pouco nestes moldes.
Impaciente com a insistência e falta de compreensão da adulta, neste caso a nossa querida e paciente tia, a minha prima enfurecida e batendo com um pezinho no chão gritou, alto e bom som, para que todos os presentes ouvissem bem: "TRUXE", "TRUXE" PORQUE FUI EU QUE "TRUXE" NÂO FOI A TIA!

"Pobre" criança como se deve ter sentido injustiçada na altura! Isto dos adultos quererem "emendar" as crianças sem se exprimirem bem, tem que se lhe diga, ó se tem...

Nota: Actualmente esta minha prima é uma encantadora bisavó e já há muito que aprendeu a dizer TROUXE!

6 comentários:

  1. Ainda há muito boa gente que diz "truxe".
    "Truxe" são as cuecas (era o que eu ouvia falar!)

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  2. Mas quem disse que a vida é justa?
    E ainda mais quando somos crianças....
    Adorei esse diálogo!

    Quero pedir desculpa por o meu comentário mas não imaginava esse desenlace.

    Beijos

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  3. maria teresa
    às vezes temos que falar a linguagem das crianças não é? :-)
    obg pela visita, também vou passando por aqui :-)
    bj

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  4. Flip
    Não temos que falar a linguagem das crianças, temos que falar uma linguagem que elas entendam, directa, sem rodriguinhos, sem hipóteses de duplas interpretações...:))
    Obrigada pela visita, volte sempre!

    Quase nos 50, tudo bem até teve uma certa graça:)

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  5. Em tempos houvi tanto "truxe são cuecas de homem" que hoje já digo isso mesmo quando oiço "truxe"... foi remédio santo ;)

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  6. Agora fizeste-me lembrar de um episódio passado comigo e com a minha neta com a palavra hás-de.
    Sempre que em conversa corrida tenho que a utilizar troco sempre os b's pelos v's e sai: há-des. A minha neta Sofia que agora tem quase 8 anos mas começou a corrigir-se ainda nem na escola andava diz-me logo: - Ó Avó não se diz há-des é hás-de.
    Não é que estou a ficar traumatizada? rsrsrs
    Quem diria que ia chegar aos 63 anos e ser corrigida por uma neta que, quando foi para o infantário, já falava direitinho e de tal forma correctamente que ainda hoje é apontada pelos colegas como: "Aquela é que é a menina que já falava tudo bem quando era bébé".
    Com muito da minha ajuda, diga-se, en passant

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