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A I. com metade da idade que tem hoje |
Há alguns meses, enquanto o sol nos visitava, numa esplanada
de um café da aldeia que me acolhe, esporadicamente há 37 anos, debaixo de dois
plátanos, tratados de modo a crescerem só para os lados e ligados entre si, eu
e a minha neta I., conversávamos, conversa de mulheres, como costumo dizer,…
Não prometo que o diálogo tenha sido exatamente assim,
não ficou gravado, mas vai ficar escrito na sua essência.
-Ó vó, sabes que há muitos namorados na minha escola?
-Sim? E tu namoras? (eu sabia que ela dizia que namorava
o G. e que este tinha “ocupado o lugar” de outro G.)
-Ó vó, não é isso, são muitos outros!
-Quais outros?
-Olha a professora (?), namora com o professor F!
-Como é que sabes?
-Vi-os de mãos dadas! Mas a “não sei das quantas” gosta
do “não sei dos quantos”, o (?) gosta da (?) (…) e a D. e a A. gostam do G.
-Do G.? Mas esse não é o teu namorado?
-Pois é! Mas eu enfrentei-as (sic) …
A minha cara que se tinha mantido com um esgar de
seriedade, perdeu-o totalmente, dei uma sonora gargalhada que fez virar a
cabeça a todos os que estavam na esplanada, foi incontrolável…
A conversa não
ficou por aqui mas eu cheguei ao "ponto" a que queria chegar.
A I. anda no
1ºciclo numa escola pública e vai lá ficar mais uns aninhos, vejo-a como uma criaturinha
que ainda há pouco deixou de usar fraldas, achei este “enfrentei-as” como um
marco que, enquanto tiver memória, nunca mais esquecerei.