Acordou com a quebra do silêncio a que estava habituada. Sorriu, lembrou-se do dia que raiara ainda não há muito…era véspera de Natal. Os sons provinham da cozinha, a filha que vivia com ela já devia ter começado a tratar do pequeno-almoço. Aninhou-se nos lençóis, iria ajudar mas podia ficar um pouco mais na modorra que actualmente a invadia quando despertava, queria sonhar acordada com a neta mais velha que não via há quase um ano.
O casamento com um homem de outra nacionalidade tinha-a levado para longe, não a conseguira visitar porque para o fazer já precisava de companhia. Quase todos os dias ouvia a sua voz, conversavam um pouco, minoravam saudades, trocavam confidências …
Nesse dia iria ter o prazer da companhia do casal, dormiriam debaixo do mesmo tecto e essa ideia fazia-a sentir-se mais feliz, era uma mulher realizada, … como ansiava por abraçá-los!
Acabou por afastar os lençóis e pousar os pés descalços sobre o tapete felpudo colocado ao lado da cama.
Durante o dia a azáfama foi crescendo tal como os aromas quentes que iam envolvendo a casa, os outros filhos, noras, genros e netos foram chegando e uma cacofonia com sons que não a incomodavam, invadiu o espaço. Como gostava daquela confusão, sentia-se amada e útil, ainda dava “ordens”: “não ponhas tanto açúcar”, “bate mais um pouco”, “essa massa está lassa”, “cuidado podes queimar-te…
O dia foi longo mas passou rapidamente, a Ana e o marido ainda não tinham chegado, o voo estava atrasado… Tinham que esperar um pouco mais.
Apercebeu-se que havia palavras sussuradas que os seus ouvidos, embora funcionando na perfeição, não entendiam. Sorrisos cúmplices, piscadelas de olhos, … sentiu que havia um “mistério” no ar, isso divertiu-a, em Natais passados era costume pregarem-se partidas…
A mesa para a Consoada estava divinal, as mulheres da família, eram excelentes cozinheiras e decoradoras, não o faziam no seu dia-a-dia mas para uma comemoração de família dispensavam a presença de uma profissional. Tudo era feito com AMOR e por AMOR.
O Sol já estava num sono profundo quando de repente todos saem em corrida, deixou-se ficar sentada, sozinha, no cadeirão perto da lareira da sala onde se instalara, numa espera serena, com o coração cheio de ternura, de amor, de felicidade, … era a guardiã dos embrulhos que repousavam aos pés do grande pinheiro, feérico mas nada envergonhado com a sua maquilhagem, como afirmou a um dos netos.O casamento com um homem de outra nacionalidade tinha-a levado para longe, não a conseguira visitar porque para o fazer já precisava de companhia. Quase todos os dias ouvia a sua voz, conversavam um pouco, minoravam saudades, trocavam confidências …
Nesse dia iria ter o prazer da companhia do casal, dormiriam debaixo do mesmo tecto e essa ideia fazia-a sentir-se mais feliz, era uma mulher realizada, … como ansiava por abraçá-los!
Acabou por afastar os lençóis e pousar os pés descalços sobre o tapete felpudo colocado ao lado da cama.
Durante o dia a azáfama foi crescendo tal como os aromas quentes que iam envolvendo a casa, os outros filhos, noras, genros e netos foram chegando e uma cacofonia com sons que não a incomodavam, invadiu o espaço. Como gostava daquela confusão, sentia-se amada e útil, ainda dava “ordens”: “não ponhas tanto açúcar”, “bate mais um pouco”, “essa massa está lassa”, “cuidado podes queimar-te…
O dia foi longo mas passou rapidamente, a Ana e o marido ainda não tinham chegado, o voo estava atrasado… Tinham que esperar um pouco mais.
Apercebeu-se que havia palavras sussuradas que os seus ouvidos, embora funcionando na perfeição, não entendiam. Sorrisos cúmplices, piscadelas de olhos, … sentiu que havia um “mistério” no ar, isso divertiu-a, em Natais passados era costume pregarem-se partidas…
A mesa para a Consoada estava divinal, as mulheres da família, eram excelentes cozinheiras e decoradoras, não o faziam no seu dia-a-dia mas para uma comemoração de família dispensavam a presença de uma profissional. Tudo era feito com AMOR e por AMOR.
O silêncio invadiu a casa, o coração continuou a bater ritmadamente, ouviu um ligeiro restolhar atrás de si, não se voltou, aguardou com serenidade o segundo próximo…o silêncio foi quebrado pelo vagido de uma criança, a neta surgiu no seu campo de visão e sem palavras com um sorriso que lhe iluminava todo o rosto, colocou-lhe no regaço o seu primeiro bisneto…
MARIA TERESA, linda história, numa demonstração
ResponderEliminarde ternura e muito amor.
Beijos e Feliz Natal
Assim se vê como o Natal é uma festa de família...
ResponderEliminarQue texto lindo!!
ResponderEliminarO Natal *.*
ResponderEliminarBoas Festas
ResponderEliminarLinda e comovente história de encantar os Natais de todos os tempos.
Querida Paloma como eu gostava que todas as Famílias fossem assim...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Lindo, esta é a memória que eu terei sempre do Natal: barulhos, aromas, movimentos, encontros e muito amor!!
ResponderEliminarBeijinhos e bom Natal!!
Querido Pinguim é uma festa de Família e um hino à maternidade, para mim o Natal é a comemoração do nascimento de todas as crianças...só que a vida de muitas dessas crianças deixa de ser uma "festa".
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Paulo regozijo-me por ter gostado.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Bárbara tenho pena que seja só para alguns... Isso dói mesmo que não se queira.
ResponderEliminarObrigada pela sua visita, é bem-vinda!
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Luís escrevi-a porque anseio para que os Natais de todos sejam semelhantes em ternura e AMOR...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Mariana também eu não a quero esquecer ... são recordações como estas que nos adoçam a vida!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Que bonita, tierna y amorosa historia, rezuma paz y amor , te felicito por vivir en ese hermoso ambiente.
ResponderEliminargracias por tu visita.
Felices Fiestas.
Querido Iglesias muito obrigada pela amáveis palavras aqui deixadas e pelos votos formulados.
ResponderEliminarPara ti tudo de BOM!
Beijinhos embrulhados para ti!
Adorei o texto... Parece quase a minha família, com a diferença que a minha mãe ainda não tem bisnetos...
ResponderEliminarBjokas!
Querida Anira eu também ainda não sou bisavó mas espero vir a sê-lo daqui por 20 anos :):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Para mim é isto o Natal... o amor, a entrega, a dedicação à família e aquilo que colocamos na mesa. Em minha casa deixamos sempre um prato vazio, por aqueles que já partiram.
ResponderEliminarQuerida S* nunca o fiz mas gosto do gesto...
ResponderEliminarNós costumávamos brindar pelos "ausentes", eles foram e continuam a ser parte integrante daquilo que os actuais são.
Os meus Natais de há três anos para cá deixaram de ser o que eram... há menos alegria, menos calor,... a família está mais dispersa!
Beijinhos embrulhados para si!
porque isto sim é o verdadeiro espírito de Natal, confesso que senti um arrepio percorrer-me o corpo e a lembrança, sempre presente da minha avó a invadir-me. Obrigada
ResponderEliminarum beijo cheio de carinho
Querida Uminuto que bom que seria termos a utopia de que este espírito podia existir, durante todos os dias da nossa vida, em todas as famílias.
ResponderEliminarAndo melancólica o que não e muito habitual em mim...
Beijinhos embrulhados para si!
Sempre tive para mim que a escrita, mesmo quando se queda pela oralidade, é uma prova de vida. Que melhor testemunho do que este belíssimo texto, cujo final me sensibilizou por nele ter encontrado um grito de vida... De vida nascida do amor que não teme a vida. Como escreveu Saramago, quem teme a vida já meio morto está!
ResponderEliminarOs textos que aqui encontro, post após post, são provas de vida escritas com alma, irrequieta por vezes, é certo, justamente por estar viva.
Os seus seguidores e leitores, como eu, só lhe podem estar gratos por partilhá-los.
Obrigado!
A nostalgia é uma estação da vida. Sorria-lhe!
Desejo-lhe um Bom Natal, e que o Novo Ano lhe traga tudo de bom.
Abraço.
--
PS – Agradeço-lhe as palavras deixadas no seu último comentário na minha cubata, e noutro blogue.
Momentos que ficam e se repetem, apesar de toda a modernidade da vida e dos dias corridos. Natal é isso. Tão simples e tão fácil!
ResponderEliminarEspero que tenhas uma noite de Luz e muita Harmonia!
Querido Carlos sinto e sei que é um homem íntegro, não tem que me agradecer, faço o que a consciêcia me dita, e fico muito triste quando "oiço" vozes de protesto ainda por cima quando são feitas sobre "actuações" com transparência e com exemplos totalmente fora do "contexto". Sinto-me honrada com as palavras que me dedica no seu comentário.
ResponderEliminarO sorriso continua a surgir todos os dias nos meus lábios e nos meus olhos!
OBRIGADA AMIGO! Que a sua força de "guerreiro" nunca o abandone!
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Pitanga estamos numa época em que os natais passados são evocados...e nessa evocação há muito amor, muita ternura, muita saudade, muita felicidade, muita esperança,...
ResponderEliminarTer bocadinhos de felicidade, sem grandes ambições, não é difícil...
Muito obrigada,que os teus desejos se realizem!
Beijinhos embrulhados para ti!
Muito amor, muito amor mas meteu-se a dar ordens na cozinha... ;)
ResponderEliminarBeijocas, feliz Natal!
Querido Rafeiro gostava de ser esta bisavó rsrs.
ResponderEliminarJá comecei a treinar...:):):)Mas tenho que esperar uns 20 anos! Será que nessa altura ainda haverá Natal????
Beijinhos embrulhados para ti!
Maria Teresa,
ResponderEliminarAproveito para lhe desejar um Natal como esse que descreve, mesmo sem a bisneta!
Beijinho
Maria Teresa, mais um(a) menino(a) Jesus :)
ResponderEliminarLindo este seu conto e de uma imensa ternura.
Feliz Natal e beijinhos :)
Querido Tio muito obrigada...bisavó vou ser daqui por 20 anos:):):) Espero!
ResponderEliminarUm Natal pleno do que mais desejar...
Beijinhos embrulhados para si!
Querida Manuela seria tão bom se fosse sempre assim...Muito obrigada! Para si que o Amor continue sempre presente:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Posso lhe desejar um feliz Natal?
ResponderEliminarUm feliz natal amada com muita paz,muito amor e muita saúde.
Beijos perolados e boas festas para ti e para os seus.
Querida Pérola para esse lado do Atlântico vai um sopro de amor, paz e muita saúde.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Arrepiei-me!!
ResponderEliminarEsta história é linda!!!
Mil beijinhos
Que maravilha! asim vale a pena que seja Natal, lindo!
ResponderEliminarBeijinhos
*
ResponderEliminaro nascimento
de um Bisneto,
que Belo Natal !
,
conchinhas Natalícias !
,
*
Mais um maravilhoso conto!
ResponderEliminarVotos de um FELIZ NATAL para alguém, que, tal como eu, é Romantica sem Cura.
Parabéns VÓVÓ Maria Teresa.
G.J.
Querida Gata antes "arrepiada" do que assanhada rsrsrs! Muito obrigada pela sua gentil opinião.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida Lilá(s) e que este espírito não exista só nesta quadra.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querido Poeta anseio para que tal nascimento se dê mas daqui a 20 anos.
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querido Gaspar e não é tão bom? O nosso romantismo incurável semeia ternura e amor à nossa volta.
ResponderEliminarObrigada Amigo!
Beijinhos embrulhados para si!
Um dia a bisavó serás tu!
ResponderEliminarQue estejas em forma nesse dia são os meus votos, a que junto um beijo de Boas Festas!
Querido Carapau daqui por uns 20 anos:):):)
ResponderEliminarMuito obrigada! E que tu estejas cá para ver...
Beijinhos embrulhados para ti!