Ela acordou com uma vontade imensa de viver. Pela primeira vez ao longo de muitos meses tinha dormido uma noite sem sobressaltos…sentia-se liberta, liberta das amarras que noite após noite a prendiam numa espera pelo homem amado. Como o amava! Como procurava enganar-se a si mesma, pensando que tudo ia mudar.
Ele ora surgia noites seguidas quando já elas iam longas, ora desaparecia por um tempo que a ela parecia infinito, deixando-a na ansiedade de uma espera sem nome…
Ele ora surgia noites seguidas quando já elas iam longas, ora desaparecia por um tempo que a ela parecia infinito, deixando-a na ansiedade de uma espera sem nome…
Tela do pintor russo Vladimir Kush (1965)
A sua prisão a um ser como este, que se enraizara nela, mas que não permitia que nele entrassem raízes, era motivo para andar numa inquietação permanente. Sabia, sem querer saber, que se estava a humilhar, que se estava a deixar destruir, tinha que encontrar forças para tal não permitir.
Nesse dia despertou! Mas tinha uma certeza, para se libertar para sempre, para que essas raízes fossem totalmente destruídas, teria que voltar a encontrá-lo e, olhos nos olhos, fazer-lhe a pergunta que minava o seu coração há muito.
Quando, como, onde, se daria esse final?
Ela saberia escolher o momento certo! Sabia esperar!Sabia como encontrá-lo! Não esperara já tanto? Ia encontrá-lo!
Às vezes sentimo-nos assim...presas e precisamos de muita coragem para nos libertarmos; o amor muitas vezes é essa prisão; dámo-lo a quem não merece e ali ficamos na esperança de que algo mude; conceitos, preconceitos, rotinas...tudo prisões onde fomos metidas e das quais precisamos nos libertar. Não é fácil, mas lá vem o dia em que a coragem e determinação são mais fortes e a libertação chega. Temos sempre chance de fazer isso; compete só a nós, mas, com mais ou menos dificuldade conseguimos; é só tentar todos os dias. Um beijinho e até breve
ResponderEliminarEmília
Querida Emília sensata opinião e bem realista.
ResponderEliminarDevo no entanto dizer que este texto foi um exercício de escrita, está ficcionado, pode no entanto servir de "apoio" a quem se vê reflectido nele. Há tanta gente que passa por este tipo de prisão.
Beijinhos embrulhados para si!
Olá Maria Teresa,
ResponderEliminarO momento certo é este, e ela saberá por certo onde e como encontrá-lo! (Acho mesmo que quando este comentário chegar, já ela lhe formulou a pergunta que minava o seu coração...)
Parabéns pela forma como (d)escreve o despertar!
E obrigado por partilhar connosco.
Bjs dos Alpes (para si com muito carinho)
Querida Flor talvez já tenha sido como diz, talvez leve tempo a encontrar...não lhe sei dar a resposta, só "ela" o sabe...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Muito profundo sem dúvida!!
ResponderEliminarO mais dificil do sentimentos, o amor que ora nos prende ora nos liberta... a dicotomia do amor.
Abraço apertado
Sairaf
Querida Sairaf conheço quem passe por esta dicotomia...sei que ela faz sofrer e muito!
ResponderEliminarTambém sei que compreende muito bem este tipo de situação.
Beijinhos embrulhados para si!
Por vezes andamos assim perdidos sem encontrar respostas para as duvidas que nos flagelam.
ResponderEliminarPerde-se o sono assim como a alegria e o brilho pessoal.
Damos tudo sem resposta nem certezas de retorno ou de regresso.
Início de mais um romance...???
O ficcionista é um mentiroso. E mente tão completamente, que chega a fingir que é amor, o amor que deveras sente. (Com o auxílio precioso do F. Pessoa).
ResponderEliminarAssim sendo,se o ficcionista sabe onde para o marau, o melhor é ir lá e agarrá-lo pelo colarinho e perguntar-lhe: "Atas ou desatas? Não podes é obrigar-me a sonhar contigo e perturbar o meu descanso. Decide-te!"
E assim eu desmontei o teu post (aqui para nós tu tens jeito para estas coisas)e eu fiz o comentário. :-)
Bjo.
Querido Luís porque não? Sou uma romântica...romances são comigo mas gosto de finais felizes.
ResponderEliminarEste parece ter um fim pouco agradável!
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau um mentiroso do "caraças".
ResponderEliminarTalvez a pergunta seja muito parecida com essa...quem sabe se com a desmontagem, afinal a construiste? Mistério!!!!!
Beijinhos embrulhados para ti!
Só por ter tido essa vontade de viver, provavelmente, ela já tenha sido liberta.
ResponderEliminarBelo blog!
Bjo
Querida Marinha quero acreditar que sim!
ResponderEliminarSê bem-vinda a este cantinho e obrigada por teres deixado uma "pegada"!
Beijinhos embrulhados para ti!
Querida Teresa, quase todos nós nos revemos neste seu texto, num momemto ou outro da nossa vida. Ainda bem que ainda fomos a tempo de nos libertar, de algo que não nos servia.
ResponderEliminarBeijinhos.
Querida Manuela interpretou bem o meu pensamento enquanto escrevia este texto...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida amiga Maria Teresa,
ResponderEliminarQuem já não viveu uma história destas? Ficção ou não, elas nos magoam...
"A sua prisão a um ser como este, que se enraizara nela, mas que não permitia que nele entrassem raízes, era motivo para andar numa inquietação permanente."
Já vivi esta "inquietação", linda, até que consegui a duras penas cortar as raizes...e quando vejo um pedacinho de uma delas querendo aparecer, corto novamente.
O amor ou a amizade tem que ser uma estrada de duas mãos, se não for assim não vale à pena!
Maria Teresa, esta tela de Vladimir Kush é maravilhosa, e retrata muito bem teu post! Amei!
beijos carinhosos,
Neli
Querida Neli acabaram-se as férias? Espero que não, embora tenha gostado muito de te ver por aqui!
ResponderEliminarTens toda a razão quanto às estradas de dois sentidos. É imperioso pensar-se e sentir-se assim, é até uma questão de se conseguir viver em pleno!
"Descobri" Vladimir Kush na semana passada, tem obras lindíssimas, "apaixonei-me" logo por ele:):):)
Beijinhos embrulhados para ti!
Há situações em que se chega ao ponto extremo de dizer "Chegade sofrer!" DEcisões que nos libertam, e que permitem ver que afinal o sol ainda brilha...
ResponderEliminarComo sempre, um belo texto!
Bjokas
Quem não conhece estas histórias? Sejam vividas na primeira pessoa ou contadas...
ResponderEliminarO Amor não tem olhos, alimenta-se unicamente do coração... por isso, quem está aberto ao amor, dificil será resguardar-se por completo desse sentimento. As afirmações de que para a próxima será diferente, porque somos mais experientes e "conhecemos" os outros é uma ilusão... mas triste nisto tudo é quando esse amor é unilateral, quando um dos dois dá mais de si à relação...
As expectativas aumentam no mesmo sentido do amor e depois o sofrimento é tortuoso...
Pergunto-me: porque amam, as pessoas, a quem não lhes corresponde?
Não sei a resposta e desconfio que nunca saberemos... por vezes parecemos seres masoquistas!
Logremo-nos com a construção da pessoa que somos, mais amorosa, carinhosa ... pela capacidade de "partilha" de algo tão belo.
PS: peço desculpa pelo texto tão grande (tenho troca consigo no meu blogue acerca do seu coment)
Bjs muiiiiito grandes para alguém que me parece ser eternamente jovem e apaixonada. Que bom!
Em relação ao comentário que deixei a dizer que não tinha percebido aquilo do "empalhado", afinal já percebi.
ResponderEliminar:-)
MARIA TERESA, quase sempre o amor nos causa
ResponderEliminarsobressaltos. Mas, apesar das dúvidas e algum
sofrimento, é muito difícil cortar as amarras.
Beijos
Querida Anira assim é que se fala! :):):) Muitas vezes o pior é agir em conformidade com o que se pensa e sente:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Querida CF como sempre o seu parecer é sensato e revela meditação. Eu conheço uma outra via: uma pessoa apaixona-se por outra, essa outra alimenta essa paixão que com o passar do tempo se transforma em amor profundo, e a 2ª vai continuar a fingir, vai brincando com a situação, alimenta-a, tira dividendos,...mas não corresponde, apenas finge...até que um dia a verdade surge e é quase mortal...!
ResponderEliminarMaldade pura, direi eu!
Envaideci com as suas gentis palavras, obrigada!
Beijinhos embrulhados para si!
Querido Carapau...fez-se luz! Aleluia:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Paloma deve ser muito difícil sim...
ResponderEliminarValerá a pena amar e sofrer ou nunca conhecer o amor?
Beijinhos embrulhados para ti!
Esse é o amor com que sonhamos, quer de olhos bem abertos, quer em sonhos.
ResponderEliminarEncontrá-lo? Bem, isso é mais difícil!
Beijinho SEM embrulho.
Continuo a dizer... Amar é assim... Um sofrimento ora doce ora amargo... Mas constante... No entanto, tão vivo e intenso que vale a pena :) Beijinhos enormes querida
ResponderEliminarQuerida Teresa um amor sofrido? Um desamor? Não quero...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
Querida Buxexinhas não pode ser sempre doce?:):):) Eu quero!
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
É impressão minha ou o carapau veio aqui chamar-te mentirosa?
ResponderEliminar( como eu adoro estes exercícios de escrita, isso faz de mim uma mentirosa também?)
Querida Red claro que veio...mas o que ele diz apenas se escreve:):):)
ResponderEliminarJá viste como é que ele se "empalhou" e "enquadrou" na caverna dele? Achas que é de confiança?:):):)
Fazer "exercícios" não é sinónomo de dizer "mentiras", penso "eu de que"...
Beijinhos embrulhados para ti (sei que não gostas mas eu sou muito teimosa:):):))
Até já estou a ver a forma de encontrá-lo, num anúncio no Correio da Manhã:
ResponderEliminar"Mulher com insónias procura cavalheiro para lhe fazer uma pergunta séria"
Beijocas!
Querido Rafeiro cá está um modo bastante interessante para colocar a questão e se se identificar o cavalheiro ainda melhor, "matam-se dois coelhos de uma cajadada" só... Ela é presa e ele é desmascarado:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!
maria teresa:
ResponderEliminarRefinado este pensamento. Fim, só Deus o pode dar...será?
Querido Rouxinol quem sabe? "O homem põe Deus dispõe"...
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para si!
Adorei o texto.
ResponderEliminarAdorei seu comentário no cores e nomes.
Ao término da leitura de seu comentário eu gritei: Ufa!Alguém entendeu o texto.
Um grande beijo.
Querido Paulo espero que não tenha tido necessidade de ir ao dicionário:):):) Achei tanta graça a essa sua anotação, lembra-se?
ResponderEliminarSou uma leitora atenta daquilo que leio e escrevo o que sinto! Nem sempre quem lê poesia, e este texto a que se refere tem muita poesia escondida, capta o pensamento do poeta e interpreta de outro modo, num jeito muito "seu". Que bom eu ter conseguido estar em sintonia consigo!
Beijinhos embrulhados para si!
Este texto, muito belo e extremamente bem escrito tem para mim um "pequeno" defeito: está salpicado de alguma utopia1
ResponderEliminarÉ daquelas coisas que é mais fácil de dizer do que fazer.
Querido Pinguim talvez haja alguma utopia na vida real mas, na ficção tudo é possível...:):):)
ResponderEliminarBeijinhos embrulhados para ti!