segunda-feira, 4 de outubro de 2010

BIPOLARIZAÇÃO

BIPOLAR, uma palavra que, actualmente, se ouve muitas vezes. Será que todas as pessoas que a utilizam conhecem bem a carga psíquica que ela transporta?

Bipolar, bipolarização, não são apenas termos relacionados com a energia eléctrica, nem com a dinâmica, nem com a política, … é um termo que veio substituir a denominação “psicose maníaco-depressiva”. Esta denominação foi considerada por alguns “peritos” na matéria, como muito “depreciativa” até "pejorativa" e hoje fala-se dela como sendo um “transtorno ou distúrbio bipolar”.

Foi descrita pela primeira vez pelo psiquiatra Emil Kraepelin, no século XIX, desde então tem sido estudada e, na actualidade, há fármacos que a vão conseguindo controlar, com algum sucesso, se os portadores deste transtorno estiverem predispostos a aceitar o tratamento. A psicoterapia também dá alguma ajuda.

Como viver com alguém que umas vezes revela uma energia tremenda, tem ideias grandiosas e agradáveis, fala ininterruptamente, demonstra raiva e agressividade pelos que lhe são mais queridos, atira a ética e a moral que regem a sua vida para o “espaço”, gasta descontroladamente… e outras vezes sente-se inferior, só pensa em desgraças, sente-se culpado, pensa no suicídio…e tenta-o?

Eu sei a resposta e devo confessar que é uma tarefa hercúlea! Para manter uma família em “equilíbrio”, tendo alguém no seu seio a sofrer do modo como uma pessoa com este distúrbio sofre e faz sofrer, é algo que a maior parte das pessoas não consegue imaginar…

24 comentários:

  1. Quando o post é a atirar pró sério, eu fico sem saber comentar. Portanto direi apenas que, em relação ao último perido do post, a "coisa" não deve ser nada fácil.
    Mas também te suponho incapaz de alguma vez teres virado a cara à luta da vida.
    1 abraço.

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  2. não consigo mesmo imaginar...se os nosso pequenos problemas já parecem hérculeos face à realidade, que dizer de uma situação como essa?
    talvez apenas deixar a força de um abraço cheio de coragem

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  3. Nunca lidei com ninguém assim, embora tenha um irmão tão estranho que por vezes me questiono se ele não será bipolar?

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  4. Queres que te fale da bipolaridade? Eu conheço muito bem, infelizmente!!!
    Não , não sou eu , não é ninguém da minha familia , mas uma mae com a qual privei durante 4 longos anos enquanto o filho foi meu aluno. nem me fales ...

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  5. Querido Carapau hoje senti necessidade de falar de coisas mais sérias...
    Certamente que nunca virei as costas, nunca baixei os braços, fiz o que sabia e aprendi o que não sabia, enfrentei o que tinha que enfrentar, lutei ao lado de quem era portador deste "trantorno" até ao fim...
    Orgulho-me disso!
    B. E. para ti!

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  6. Querida Uminuto falei no assunto porque ultimamente tenho ouvido pessoas usarem a palavra levianamente e isso revolta-me...
    Os portadores desta "falha" afectiva não podem ser ostracizados, nem desprezados, são seres humanos que precisam de se sentir amados, embora isso muitas vezes, não chegue.
    No presente este meu "envolvimento" já não existe, deixou de ser necessário...Muito obrigada!
    B.E. para si!

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  7. Querido Pinguim este distúrbio aparece normalmente quando as pessoas já são adultas, é facilmente diagnosticável e há fármcos que controlam razoavelmente a doença...para quem os enquadra quase não há apoios.
    B.E. para ti!

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  8. Querida Avogi, peço desculpa de te contrariar, mas não conheces bem, conheces algumas manifestações da bipolaridade...
    B.E. para ti!

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  9. Tenho uma colega cujo marido é bipolar,´
    já vai para uma duzia de anos que a oiço, apenas oiço nada mais posso fazer...é assim a minha maneira de lhe dar apoio.
    Beijinhos

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  10. Maria Teresa, felizmente nunca tive perto de mim, alguém com estes sintomas, mas calculo que deve ser dificil de conviver e saber como actuar.
    Beijinhos

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  11. É uma situação muito complicada. Infelizmente sei do que a Teresa fala, trabalho há 42 anos na mesma sala com uma pessoa (só nós as duas) que sofre dessa doença e ela consegue prejudicar-se a ela e a mim, porque existem dias que por muita paciência que eu tenha, só me apetece desaparecer dali e por vezes tenho mesmo de sair. É esgotante para todos! Beijinhos.

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  12. Querida Lilá(s) e está certa mas também pode aconselhá-la a procurar saber o máximo sobre a doença para que consiga entender determinadas atitudes que são comandadas por impulsos cerebrais (embora um "doente" desses nunca perca a noção do bem e do mal).
    B.E. para si!

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  13. Querida Manuela a família de uma pessoa com um défice afectivo deste tipo, normalmente fica destruída e larga-o, ou porque não o entende ou porque não tem capacidade anímica para o enquadrar.
    B.E. para si!

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  14. Querida Olga compreendo-a perfeitamente tanto mais que não tem obrigação de a "aturar", fá-lo por ser humana e uma pessoa sensível e tem em mente que ela é um ser humano que não procurou ser assim. Bem-haja por isso, mas não se deixe envolver muito.
    B.E. para si!

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  15. É muito complicado... muito mesmo. Mas se formos pacientes, acredito que essa doença se ultrapasse.

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  16. Querida S* as famílias têm que estar preparadas, elas são o fulcro para estas pessoas conseguirem ter uma vida totalmente integrada, mas se não forem minimante ajudadas "largam" o "incómodo" e normalmente de um modo muito cruel.
    Lidei com muitas e variadas situações, senti na pele, todos nós devíamos estar alertados para este tipo de distúrbios psíquicos, os portadores não são uns pobres coitados, a maioria são pessoas de muito valor, basta ver na História os grandes homens que o tiveram.
    B.E. para si!

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  17. maria teresa,
    A maioria das pessoas quando se fala deste tipo de patologia, ou da doença de Alzheimer (que não tem rigorosamenmte nada em comum) não fazem a minima ideia do que se trata. E o mais grave é que dão opiniões, catalogam as pessoas da forma mais injusta que se possa imaginar.
    Conheci e lidei de muito perto, com um rapaz que era bipolar. Um individuo com uma inteligência muito, mas muito acima da média, de uma ternura enorme, com um trato o mais afável que possas imaginar, mas em alturas de crise era um drama: um drama para ele e para todos nós.
    Não era português. Resolveu voltar ao seu país natal. Adivinhas para quê? Penso que sim!
    Beijinho

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  18. Querida Teresa mesmo passando por sítuações muito difíceis, muito sofridas, eu fui muito feliz como já testemunhei.
    Grandes homens e mulheres que ficaram na História sofriam desta patologia.
    Quanto à doença de Alzheimer eu já dei um testemunho real em http://www.beijinhosembrulhados.blogspot.com/2010/02/o-inverno-da-vida.html
    Infelizmente tenho tido contactos "íntimos" com muitas perturbações do foro psíquico.
    O neurologista que tem acompanhado a minha família, desafiou-me a escrever um livro sobre o modo como devemos lidar com as diferentes patologias de que estamos a falar, ele prontificou-se a dar-me o seu apoio, eu não aceitei o desafio, não me importo de dar o meu parecer mas sofro sempre muito quando o faço.
    B.E. para ti!

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  19. Querida Maria Teresa, sei o que isso é, mas com muita calma e serenidade tudo se resolve!!
    Abraço doce e com muito carinho
    Assim que possível respondo-lhe à "carta" :)
    Sairaf

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  20. Olá Teresa!

    Espero que esteja tudo bem consigo! Aqui estou eu novamente...nunca convivi com ninguém que tivesse esta doença, já ouvi falar da mesma e conheço quem privou com alguém que a teve e diz que de facto é algo complicado e que sim muitas pessoas falam da doença com leviandade como se a mesma fosse algo simples de resolver e de curar...

    Sabe houve uma altura da minha vida que até pensei que era..porque alguém assim mo chamou e só depois de ler é que entendi que quem o disse não faz ideia do que é...enfim, gente para tudo!

    um beijinho muito grande de quem já tinha saudades de ler sempre post tão bons e gratificantes!

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  21. Querida Sairaf não precisa de se apressar a responder, aproveite todos os momentos para ser feliz!
    B.E. para si!

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  22. Querida Canhota é uma doença sem cura mas, como já escrevi, os seus efeitos podem ser minimizados desde que quem a possue tenha consciência da sua existência e confie nos seus familiares e no médico que o acompanha.
    Suspendeu o seu blogue? Espero que seja apenas temporário.
    B.E. para si!

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  23. Eu sou bipolar.
    Sofre-se e faz-se sofrer todos aqueles que nos rodeiam e amam.
    Hoje estou muito bem...amanhã....
    Gostei muito de a ler
    Voltarei.

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  24. Querida Anabela, infelizmente há bastantes pessoas que possuem esse défice afectivo, não são culpadas disso, podem amar e ser amadas, têm é que ter uma noção da sua ambivalência e acreditarem que podem ser "equilibradas" com apoio médico e familiar.
    Beijinhos embrulhados para si!

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