sexta-feira, 30 de julho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXVIII

Há oito dias, mais ou menos por esta hora, encontrava-me na estação da CP, Coimbra B, a embarcar no Alfa Pendular para a viagem de regresso ao meu ninho. A relatividade do tempo espanta-me sempre! Ora sinto que vivi entretanto uma eternidade, ora sinto que vivi apenas um dia mais...
Seja como for, neste momento está a bater-nos à porta um novo fim-de-semana, de uma semana de canícula para alguns que muito se queixaram. Não me queixo, abençoo o Verão, sou uma felizarda, gosto do calor e onde estou sinto-o de um modo que muito me seduz.
Tela de Renoir
"vinte séculos
na plenitude do nada
se vive
na ausência
se morre
no fracasso
se cresce
na dasilusão
se esgota a miragem
do dia anterior
e no infinito da utopia
não digas às árvores
que me amas
porque por ciúmes
podem deixar cair
os frutos
e estragar a primavera
de que os vagalumes falam
e onde se perdem os porquês
das sombras
sem resposta "

Miguel Barbosa, in A Eternidade de um Segundo Amor

PARA TODOS OS QUE POR AQUI PASSAM UM FIM-DE-SEMANA FANTÁSTICO! PARA OS QUE VÃO INICIAR FÉRIAS, OU QUE ESTÃO DE FÈRIAS, APROVEITEM PARA RETEMPERAR FORÇAS, VOLTEM BEM DISPOSTOS E SEM MAZELAS, CUIDEM-SE MUITO BEM !

quarta-feira, 28 de julho de 2010

OÁSIS

Nas termas da Curia encontrei um oásis!

Para além do edifício principal,


de um dos seus acessos,

de uma parte do seu interior onde estão localizadas as suas fontes,

do móvel estrategicamente colocado, repleto de frasquinhos devidamente etiquetados, com mostras de cálculos renais eliminados por pessoas “importantes”, encontrei uma mata frondosa e jardins com pinceladas coloridas pela diversidade das plantas que por lá habitam. Por este oásis passeei com um staff, condensado numa só pessoa, amiga, anfitriã, guia, fotógrafa, … Relaxámos, conversámos muito, conversas sérias baseadas no modo como duas pessoas de gerações diferentes vêem o mundo (descobri que não era tão diferente assim, temos muitas afinidades), encontrámos cantinhos "escondidos" na natureza que nos rodeava e deslumbrava.

Atravessei uma gruta

Posei numa ponte e observei o lago que ela atravessava
Vi no lago um casal de patos a "brincar"


Admirei o lago e vi-o de diferentes locais, a minha amiga fixou o que os nossos olhos admiraram



Um passeio a não perder, as termas oferecem tratamentos terapêuticos para doenças como a gota, cálculos renais, insuficiência renal, infecções urinárias, hipertensão arterial, doenças reumáticas e músculo-esqueléticas.
Deitando fora as doenças, pois estamos todos zangados com elas, fiquei a saber que por lá podemos usufruir de zonas de merenda, de campos de ténis, de um circuito de manutenção. Nos jardins e na mata podemos fazer uma leitura sem interrupções que quebrem a concentração e porque não namorar? Namorar à beira do lago, onde se podem fazer passeios de barco ou de “gaivota”, num banquinho semi-escondido pela vegetação densa, com a pessoa indicada o que, infelizmente, não foi o nosso caso, ... ficou o conhecimento de um local ideal...
E mais! Fiquem sabendo que por lá há diversão nocturna!


As três primeiras fotografias foram retiradas da net.

À minha amiga agradeço a paciência que teve em aturar-me e pedir-lhe desculpa pelas fotos que escolhi para ilustrar este post, ela cedeu-me imensas, não sei se escolhi as mais indicadas.



terça-feira, 27 de julho de 2010

TASQUINHAS E...?

Adorei a Costa Nova mas a partir de lá as minhas amigas levaram-me por maus caminhos, eu ainda resisti mas numa democracia quem vence é a maioria, quiseram mostrar-me mais locais e mostraram, mas conforme passávamos por um sítio tínhamos que entrar numa tasquinha, enfim fizemos um roteiro de tasquinhas e eu sempre muito contrariada (nariz cresceu 40 cm).
Não vos vou contar o que fizemos mas sempre vos digo que foi excelente estar em companhia de pessoas com idades para serem minhas filhas, que brincaram comigo como se todas fossemos adolescentes, fizeram-me sentir jovem…mais jovem!
Eis-nos, um quarteto que durante uma longa tarde rica em emoções, em risos e gargalhadas, em conversas sérias e menos sérias, voltou aos tempos da adolescência, numa época em que o futuro sorria a todas...

A "matriarca" escutando atentamente as "filhotas"

A minha anfitriã botando discurso

A que tem os cabelos mais bonitos e uma pose muito elegante


A mais contida com um sorriso lindo escutando as outras


A ria de Aveiro estava esplendorosa, pelas suas margens passeámos e visitámos algumas tasquinhas*!

Barcos de recreio numa das suas marinas

Na Marina de Ílhavo

Bebemos não digo o quê mas também saboreámos moelas e salada de polvo

Uma saudação à AMIZADE

Estas flores foram uma tentação, estiveram quase para sairem do local e irem para um jardim mais privado mas como todas somos pessoas honestas, elas ficaram onde estavam .

Uma de nós tentou ler a sina das restantes usando o candeeiro como bola de cristal

Depois destas deambulações e aconchegos de espaços estomacais, eu voltei com a minha anfitriã para sua casa e as outras duas senhoras foram cada uma para o seu respectivo ninho.

*Às vezes exagero um bocadinho, as tasquinhas foram duas esplanadas cafés/restaurantes, onde nos portámos muito bem, não comemos com as mãos, nem fizemos nada reprovável (infelizmente), o rapaz que nos serviu na marina é que se portou muito mal deu-nos um banho de cerveja...
*****************
PARA TODOS OS QUE COMENTARAM ATÉ ESTE MOMENTO, PEÇO DESCULPA, HOUVE UMA FALHA DA MINHA PARTE, TIVE QUE RECTIFICAR ESTA PUBLICAÇÃO E COMO NÃO DOMINO CONVENIENTEMENTE O COMPUTADOR, TIVE QUE IMPROVISAR UM POUCO, OS VOSSOS COMENTÁRIOS FICARAM SEM OS VOSSOS LOGÓTIPOS.

domingo, 25 de julho de 2010

PÉS E MAIS ALGUMAS COISAS

Pés! Não gosto da palavra! Não sinto musicalidade quando a pronuncio.
Pés brancos, pretos, amarelos, …cuidados, calosos, gretados, … calçados, descalços. Sobre os meus caminho, percorro as rotas que vou escolhendo para passear e os rumos que sigo para singrar na vida.
Os meus pés acompanhados por outros levaram-me a percorrer o empedrado da Costa Nova na última 4ªfeira.

As donas destes pés* são pessoas encantadoras que me honram com a sua amizade. Para além disso são divertidas, informais, com um espírito juvenil, excelentes fotógrafas e…bonitas por dentro e por fora, os olhos brilham quando me olham, quando sorriem.

Costa Nova? Local lindo e bem conservado, localizado entre a Ria de Aveiro e o mar, com as suas casas de madeira de risacado colorido que lhe dão um toque de beleza e de aspecto inimitável. Na praia, embora se sentisse um pouco de vento, havia no ar um convite para uma banhoca mas, embora todas sejamos muito "para a frente", nunca nos atreveríamos a tomar banho com as alternativas possíveis: todas vestidas, em trajos menores ou nuas.

Vou deixar-vos com algumas recordações fotográficas, nenhuma tirada por mim que, como todos já sabem, sou uma fotógrafa de excelente desempenho ( não é que neste exacto momento o meu nariz cresceu 35cm?).












Tinha que dar um ar da minha graça, ou não fosse a pessoa alegre e optimista que sou...

*um dos pés é meu... vá-se lá saber qual... tão delicado ele é!


Às minhas jovens AMIGAS, envio um ENORME OBRIGADA por TUDO e UM ABRAÇO que vai daqui até Ílhavo e Curia. BEM_HAJAM!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXVII

Voltei! E a paz que buscava foi encontrada! O que motivou esta minha fuga, ainda não foi resolvido, mas a seu tempo o será...
Reencontrei-me tal como gosto de estar perante a vida.

O meu blogue sofreu um "acidente" enquanto me ausentei, está um pouco diferente, mas "original" penso eu! Vai ser "arrumado" quando tiver tempo para estudar o que motivou este desarranjo.
Embora ainda com pouco tempo para responder aos vossos comentários do post anterior e de visitar os vossos cantinhos, não resisti à tentação de publicar mais uma DOÇURA ou DIABRURA.


"É este o verdadeiro amor, quando acreditamos que só nós podemos amar, que nunca ninguém antes de nós amou assim e que, nunca mais alguém há-de amar da mesma forma, depois de nós."

Von Goethe (1749-1832)

PARA TODOS QUE POR AQUI PASSAM UM FIM-DE-SEMANA LIVRE DE PREOCUPAÇÕES!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PRECISO DE PAZ!

O que sinto neste momento e não sei dizer com palavras minhas, fá-lo Maria Bethânia.
Enquanto vos deixo bem acompanhados por este vídeo, vou ausentar-me por mais uns dias.
Até já!

domingo, 18 de julho de 2010

MÃO NA MÃO

Nos anos 60 era quase impensável uma jovem ir sozinha ao cinema. Mas existiam algumas mais afoitas que o faziam, eu fazia-o…ao fim da tarde, depois de um dia, bem cansativo, passado na Faculdade de Ciências. Ia assistir no São Luís, a filmes a preto e branco, adaptados dos romances policiais da Agatha Christie, que tinham como protagonista, no papel de miss Marple, a fantástica e inimitável Margaret Rutherford.
Tal como eu a minha amiga Luzia fazia o mesmo, aliás ela foi precursora, eu limitei-me a seguir-lhe as pisadas.
Numa das muitas vezes em que o fez, tendo ela o braço esquerdo apoiado no braço da cadeira, quando as luzes se apagaram e o filme se iniciou, sentiu a mão do ser masculino que se tinha sentado ao seu lado e do qual ela não se tinha apercebido se era gordo ou magro, alto ou baixo, novo ou velho, loiro ou moreno,… agarrar-lhe na mão. Como acção imediata tentou retirá-la. A mão foi mais apertada…e nuns segundos decorreu a cena, “puxa e aperta”…
De raciocínio rápido ela decidiu; ou faço uma cena de faca e alguidar e não vejo o filme ou deixo ficar a mão. Optou pela segunda hipótese, e como consequência esteve toda a primeira parte do filme de mão dada com um desconhecido.
Ao intervalo, quando as luzes se acenderam, ele largou-lhe a mão e ela sem sequer o olhar levantou-se e mudou de lugar…

Este episódio invulgar(?) tem sido contado e recontado entre amigos comuns e cada vez que é feito, há sempre risadas e há sempre quem diga “no teu lugar eu tinha feito isto, aquilo e aqueloutro”…
Pessoalmente penso que ela fez uma “obra de caridade”, durante um certo espaço de tempo proporcionou a um ser solitário uns momentos em que sonhou!


Anos 60?
Alguns dos que por este cantinho passam lembram-se deles, outros nasceram nesta década e outros ainda nem nascidos eram…Hoje recebi o vídeo que aqui vos deixo com flashes dessa época, embora não seja dos melhores que tenho visto, aproveitem para relembrar e para se situarem na época!


quinta-feira, 15 de julho de 2010

INTERVALO


Vou ausentar-me por uns dias, espero que sejam muito poucos... mesmo muito poucos!
Entretanto apreciem as "notas" deste piano.

E tenham um excelente fim-de-semana!
Até já!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

DIÁLOGO INÉDITO

Numa amena conversa com um amigo que se encontra na casa dos cinquenta, a propósito da atracção de ambos pela comida e respectivas consequências, a dada altura ele declarou: eu até já andei tentado em usar uma cinta! Foi a minha irmã que a sugeriu!
A partir daqui estabeleceu-se mais ou menos o seguinte diálogo que eu considero hilariante e um pouco surrealista.
Ri às lágrimas enquanto decorreu.

-Que horror! Isso é batota!
-O vestirmo-nos não é uma batota também?
-Querias que andássemos todos nus?
-O vestir também é usado para nos enaltecer e tornar-nos mais bonitos e atraentes, ou não é verdade? É como os saltos altos que vocês usam!
-É verdade só que, por vezes, o efeito é inverso! As pessoas pensam que estão encantadoras e ficam ridículas.
- A cinta é apenas mais uma coisa a juntar a todo o resto!
- Cada um que vista o que bem quer e lhe apeteça, não tenho nada com isso!
-Claro! Mas achas assim tão horroroso eu usar uma cinta?
-Acho um pouco tonto as pessoas andarem a apertar-se … mas se se sentem bem assim, não tenho nada a ver com isso.
-Eu ainda não usei! Mas já experimentei!
-Tens é que emagrecer e podes fazê-lo se quiseres muito, se não te sentes bem. Sentirmo-nos bem na nossa pele é muito importante!
Que tal foi a experiência?
-Gostei!
-Então usa!
-Falei ao meu alfaiate nas cintas em tom de brincadeira e ele de imediato disse-me que as tinha para venda.
-Queres dizer que anda por aí muito homem com barriguinha, todos elegantes mas…
-Ah! Mas não duvides! Não penses que são só as mulheres! Aliás eu nem imaginava que o homem vendesse cintas na alfaiataria.
-Nem eu! Agora quando for a uma festa vou observar melhor os cavalheiros presentes.
-Não se nota! Experimentei três e nenhuma se notava e uma delas era bem apertada.
-Com o meu olho clínico talvez note!
-Ora bem! Se tu usas cinta deves saber como é que se nota nos pormenores.
- Mas tens complexos por teres barriguinha? Então faz ginástica!
Juro que nunca tinha discutido um assunto deste teor mas estou bastante divertida!
- Andei durante 30 anos a apertar colchetes e fechos à M., para azar meu outro dia experimentei uma cinta e gostei… vai ser lindo começar a usar uma cinta nas festas! Também tenho o mesmo direito e não preciso que seja ninguém a apertar-ma.
Aliás gosto tanto de apertar cintas que, quando voltar a ter outra namorada, ela tem que as usar e precisar da minha ajuda.

-Acho melhor que ponhas um anúncio em que a condição prioritária seja “usar cinta que precise de ser apertada pelo companheiro”.
(…)

O diálogo continuou com este assunto durante mais uma horinha, entretanto o J. já me comunicou que adquiriu uma cinta.
Como ele é um homem muito divertido este diálogo foi, muitas vezes, interrompido por sonoras gargalhadas…

E esta hein! Anda por aí muito cavalheiro sem “barriguinha” mas na realidade ela está lá! Uma barrigona, camuflada, disfarçada, apertada! E ainda dizem que as mulheres é que são umas “fingidoras”…

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PEÇA DE TEATRO

Vou ao teatro e fico seduzida pelos personagens que se movimentam no palco, adequadamente engalanado para receber a peça que ali se representa.
Os actores movimentam-se, dialogam, vão construindo uma história, ensaiada repetidamente até à exaustão. A representação tem que sair perfeita, o público tem que ser agarrado, o enredo tem que ser verosímil e vai certamente tentar imitar a vida real.
Quando os actores são bons, entro na peça, deixo-me manipular, amo e odeio, choro e rio, … sigo as pisadas da personagem com quem mais me identifico, entro na peça.
A história tem um fim, a cortina fecha-se!
Segundos de silêncio, seguido de uma explosão de aplausos, as luzes acendem-se, agradecimentos, vénias, espectadores mais entusiastas gritam “bravú” ! Chega a hora das flores entrarem em cena. Beijos e abraços!
Saio do teatro sonhando com o que preencheu uns momentos da minha vida, avanço um pouco no tempo, regresso à minha realidade, muito diferente ou muito semelhante com o espectáculo a que acabei de assistir.

Afinal o que é uma peça de teatro?
É uma forma literária para ser encenada e não apenas lida.
Existe há séculos, na Antiga Grécia, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes foram grandes teatrólogos.
Nesta encenação os actores transmutam-se em diferentes personagens, têm que seguir um roteiro e este normalmente está pré-definido. Antes de se apresentar a peça ao público já se conhece o enredo, já se sabe como vai terminar…

O filme da minha vida emerge no meu consciente. Na minha racionalidade sei que a vida não é uma peça de teatro em que todas as cenas foram bem pensadas, articuladas e ensaiadas. A vida não pensa, a vida escapa muitas vezes à minha capacidade de compreensão.

Sendo assim, tenho que seguir o conselho de Charles Chaplin:

"A vida é como uma peça de teatro que não
permite ensaios... Por isso, cante, ria, dance,
chore e viva intensamente cada momento
da sua vida, antes que a cortina se feche e a
peça termine sem aplausos..."
A fotógrafa fui eu!

sábado, 10 de julho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXVI

Foto tirada da Net

APARIÇÃO
Estou sentada, tão longe da floresta,
à tua espera.
Não sei quando virás.
Nunca dizes nada.
Surges pouco a pouco,
do meu lado esquerdo,
agora que penso na luz vacilante que alguém
acendeu para te encontrar.
Mas no teu rosto iluminado,
só havia desconhecidos relevos que
raramente explicaram o mistério da tua alma.
Quando vens, trazes uma ânfora, um segredo,
um manto que deixas cair sobre a terra,
sim,
porque eu sou a terra.
in QUATRO LUAS de José Agostinho Baptista
PARA TODOS OS QUE PASSAM POR ESTE CANTINHO, UM FANTÁSTICO FIM-DE-SEMANA!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

LIBERTAÇÃO

Uma raiva incontrolável abateu-se sobre ela. Todos os poros do seu corpo clamavam: destruição!
Com o seu companheiro de longos anos, cúmplice em amores e desamores, percorreu sem nexo e sem horas, a alta velocidade, estradas e vielas, ruas e veredas, iam sem rumo, sem meta pré-definida.
Ao fim de um tempo sem tempo, o corpo murmurando protestou: estou cansado! Tenho sede! Tenho fome!
A mente saiu do transe em que se encontrava, embrutecida e enovelada, e gritou: estou viva!
Um manto diáfano caiu sobre ela, com ele vinham estrelas prateadas que ao iluminá-la, lhe deram a libertação pela qual tanto ansiava.
Imagem da Net

quarta-feira, 7 de julho de 2010

EI-LO!

Não é uma túlipa, nem um “não sei", muito menos um ovni!
Não é um adorno de festas mas pode ir a festas! Porque não? Fazia um vistaço!
Um origami? Até podia ser, mas não é!
Uma planta com vaso? Nãoooooooooooo! Mas uma jarra foi o que eu pensei que era, antes de lhe pegar.

Eis o “mistério” desvendado!

O meu capéu chinês

Chapéus há muitos! E com esta frase imortalizada pelo saudoso Vasco Santana, no filme “Canção de Lisboa”, deixo-vos com uma mostra dos meus chapéus, boinas e bonés de Verão.

O meu chapéu italiano (ligeiramente desfocado)

O meu chapéu francês (já vosso conhecido, aparece um pouco mais nítido na minha cabeça, algures num post, numa fotografia não tirada por mim)



O meu chapéu vietnamita



O meu chapéu siciliano (a Mafia apareceu e eu tremi) com efeitos especiais

O meu chapéu panamiano (feito na China)

A minha boina portuense (foi no Porto que a comprei)

Mais alguns exemplares da minha colecção
Uma coisa eu provei, sou uma nódoa a tirar fotografias. Agora acreditam em mim?

terça-feira, 6 de julho de 2010

UM BEIJINHO

Fiquem sabendo que não sou só eu que dou beijinhos! A maioria dos meus amigos, quando saem do país e eu não vou, traz-me um “beijinho embrulhado”.
Há dois anos estive para ir numa viagem à China mas, a possibilidade de o fazer foi numa altura em que, “o Carmo e a Trindade” desabaram sobre a minha cabeça.
Não derramei lágrimas, mas com grande pena minha tive que desistir, embora tivesse e tenha quase a certeza, que já não devo ter uma segunda oportunidade para ver o povo chinês no seu local de origem.
A China atrai-me como todo o Oriente, tem um toque místico que penso ser observável em tudo o que lhe diz respeito, nas suas cores, nos seus cheiros, nos seus sabores, nos seus animais selvagens, na sua flora, na sua poesia, nos seus instrumentos musicais, nos seus múltiplos dialectos, nas suas maravilhosas paisagens, na gentileza do seu povo, nas suas bases filosóficas: Confucionismo, Taoísmo e Budismo
Já me perdi… não era propriamente da China que vos queria falar, era de um beijinho.

Um beijinho embrulhado, foto de Maria Teresa

Uma das minhas amigas que viajou nessa altura, trouxe-me de lá o “beijinho embrulhado” que vêem na fotografia. Confesso que não descobri de imediato o que era.


Será que posso contar com alguns “palpites” da vossa parte? Espero que sim!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PORQUÊ?

O parque perdura, pleno de encantos, de recantos amenos e recatados, com os seus lilaseiros, as suas buganvílias, as suas glicínias, as suas rosas, os seus jasmins, os seus amores-perfeitos, … e o seu jardim infantil. Foto de Maria Teresa, algures num jardim na Beira Alta.

Ambos olhavam embevecidos para as crianças que baloiçavam, corriam, riam, tropeçavam, umas mais cambaleantes no andar, outras mais expeditas… Olharam casualmente um para o outro e sorriram! Nunca se tinham visto, mas nos olhos de ambos transparecia o amor que nutriam pelas "miniaturas de gente".
Um deles fez um comentário e a partir daí não deixaram de se falar sempre que se encontravam. Ele, sobre o neto, disse uma frase banal mas que a marcou profundamente: “o meu neto é o meu farol!”
Os encontros foram-se sucedendo e o conhecimento mútuo cada vez mais enriquecido. Muito diferentes no modo de encararem a vida, mas com uma panóplia de saberes, que os levava a acaloradas discussões que duravam horas. Sentiam-se bem na companhia um do outro.
Amaram-se num local mágico, só deles conhecido, com a fogosidade da juventude e a sabedoria dos velhos.
Ele repetidamente perguntava-lhe: querida, quando me pedes para partilhar o resto da minha vida contigo?
Ela sorria sem responder ou então retorquia: não deverás ser tu a fazer-me a pergunta?
Os dias foram deslizando numa suavidade mesclada de ternura, amor, sensualidade, ausências,...
Até que um dia, ela deixou o coração falar e timidamente perguntou-lhe:
Queres partilhar o resto da tua vida comigo?

Surpreendentemente, ele disparou:
NÃO POSSO! Ainda não percebeste que tenho mulher e uma família que muito amo?

Ela captou palavras soltas, não recebeu uma mensagem inteligível, só pensava na agressividade com que tinham sido proferidas, no impacto com que a tinham atingido. Passaram-se segundos que duraram uma eternidade. Finalmente o cérebro descodificou a mensagem completa e ordenada. Não teve forças para reagir, ficou prostrada e apenas pensava: porquê?
Deixou-se envolver por uma neblina cerrada, fechou-se para o que a rodeava, passou a viver num mundo só dela que, aqueles que a amam, não conseguem entender.

domingo, 4 de julho de 2010

ERA UMA VEZ...

Não um, nem dois, mas três computadores! Com uma história dramática a ligá-los! Ainda por cima, com a agravante de pertencerem, ou terem pertencido à mesma “dona”. Numa escala familiar seriam o avô, o filho e o neto.
Num dia de nevoeiro (isto é para dar suspense à história), estava o "avô" descansadinho a repousar no chão (local um pouco estranho para um computador descansar) , com a tampa bem fechada, quando sentiu um peso anormal sobre a mesma. A pressão foi tão grande que o pobre coitado colapsou, ficou esmagado, as suas dobradiças “foram-se”e as dobradiças tinham uma parte electrificada. Alguém (o meu neto) pensou que ele era uma almofada. Sim! Para que serve uma almofada no chão? Para nos sentarmos! Foi o que o meu “criaturo” fez!
Computador-avô para a sucata!
Uns dias depois, o “filho” apareceu em cena e, reza a história, estava sossegadíssimo aberto sobre uma mesa, quando alguém (a minha neta) se aproximou de mansinho e…deu-lhe um banho de laranjada! Era sina de família, finou-se afogado!
Foi-se à loja escolher um “neto”, penso que o vendedor não foi sempre o mesmo, caso contrário a fama desta família anda "pelas ruas da desgraça" e na boca do povo, veio para casa e passado uns tempos, alguém (a minha filha) começou a teclar nele toda entusiasmada e com todo este entusiasmo, esqueceu-se que tinha o pequeno-almoço numa das mãos. Pobre neto-computador! Sobre ele caíram flocos de milho a nadarem em leite. Não! Este não se finou! Ficou entrevado para o resto da sua vida, que se deseja longa, mas a funcionar como podem comprovar pela figura…

Não! Os computadores não eram meus! Safa! Eram (e é) da minha filha! São as mãos dela que estão na fotografia que eu tirei à socapa. E só estou a publicar esta história porque ela não a vai ler, está de férias e não levou o sobrevivente… Caso contrário a próxima "vítima" talvez fosse eu... Livra!!!!

sábado, 3 de julho de 2010

DOÇURA OU DIABRURA XXXV

O “nosso” DOÇURAS OU DIABRURAS de hoje é a transcrição de um recado que deixei no fim de um álbum com fotografias, organizado por mim e que ofereci a alguém que AMO. Este álbum , por imagens e pequenas recordações, conta a história de amor, muito resumida, de um casal feliz.



“(…)
E o amor,
Não o que destrói, o que não é amor,
Não a fúria dos corpos quando trocam
Desespero por desespero,
Não a suprema tristeza de existir,
A obscena arte de viver,
A ciência de não dar e receber,
Mas o amor que se traduz
Pela bondade, a confiança,
A pureza, a fraternidade,
A força de viver, de triunfar da morte,
De triunfar da sorte,
A vertigem de conhecer
Necessidade e liberdade!”
in Poesias Completas, Alexandre O´Neill

PARA TODOS OS QUE CLICAM, UM MARAVILHOSO FIM-DE-SEMANA!
ATENÇÃO AO SOL, MESMO ENCOBERTO, PODE PROVOCAR GRAVES QUEIMADURAS! QUE O DIGA A SUNI!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A ÚLTIMA GOTA

PARA TODOS, antes de começarem a ler este post é conveniente que saibam o seguinte:
Este texto foi escrito por mim e pelo Carapau. Nunca nos vimos, nunca falámos sequer ao telefone, foi um desafio que lançámos um ao outro e, cada um de nós a si mesmo.
Por messenger, combinámos a metodologia a seguir, o texto foi escrito através de mails e não combinámos previamente o tema. Um de nós escrevia um bocado, o outro tomava conhecimento e dava continuidade, não alterámos a ordem da escrita. No total “A ÚLTIMA GOTA!” tem 5 “pedaços”. O último, o fecho da história, não é igual em ambos os blogues … aqui encontram o meu final, no blogue do Carapau o dele. Vão até lá! É um desafio!

A ÚLTIMA GOTA!
Já não aguentava mais! Tinha decidido uns dias antes que seria a última vez. Uma resolução tomada com a firmeza de quem sabe o que tinha que fazer. Só que quando chegava a hora, em que podia tomar uma medida drástica, falhava. Começava a sentir-se muito irritada e insegura. Aventou a hipótese de pedir ajuda a alguém que soubesse como devia proceder. Ao mesmo tempo tinha vergonha, vergonha por não ser eficaz na resolução dos seus problemas. Sim! Porque era um problema que tinha entre mãos.
Mas hoje ia acabar com aquela situação. Largou tudo em cima da mesa, saiu de casa e começou a caminhar apressadamente. Ou resolvia tudo nesse dia ou nunca mais tinha coragem para se olhar ao espelho. Sempre queria ver quem levava a melhor. Se ela, se o malvado. Uma vida toda a ser escrava e sem forças para reagir? E logo ela que já tinha enfrentado tantos problemas na vida? Não! Não passaria desse dia. E apressava mais o passo à medida que tinha estes pensamentos.
Ia tão distraída que nem reparou que levava os chinelos de quarto calçados. Notava que algumas pessoas por quem passava a olhavam de um modo diferente e pensava: será que no meu semblante se nota a minha perturbação? Aquele demónio tem tanto poder que até consegue que eu seja notada, quando queria passar despercebida?
Começou a diminuir o ritmo das passadas e a tentar reflectir, mais serenamente, em tudo o que tinha feito e aturado durante os últimos dias. Ainda por cima na sua casa, no lugar onde sempre se tinha sentido protegida e longe dele e de outros como ele…
Quando deu por si estava fora da povoação, a caminhar por uma estreita vereda que ela no entanto bem conhecia. Passado algum tempo, depois duma curva, deu de caras com o Vitorino, que sentado numa pedra, fumava um cigarro, com a espingarda ali ao lado encostada a uma árvore.
- Que fazes por aqui? Perguntou ele mais espantado do que se lhe tivesse aparecido um bando de perdizes.
- Nada. Passeio e apanho ar.
- Pareces cansada. Senta-te aqui e bebe um pouco de água – e ele levantou-se com o cantil na mão e caminhou para ela.
- Não te chegues ao pé de mim! Gritou ela enquanto começava a correr, deixando-o espantado, de braço estendido, segurando o cantil pelas correias.
Correu, correu muito, até sentir que não conseguia respirar. Aproveitou o tronco de uma árvore, suavemente inclinado para o solo, para se sentar e retemperar as forças, respirava com muita dificuldade, dobrou-se ligeiramente para a frente, para aliviar a dor no peito e então, só então, reparou no que trazia calçado, deu um grito que ecoou pelos campos: Malvado! Bandido! Demónio!...
Então não era que o mosquito que a tinha atormentado durante dias, que a tinha sugado, que lhe tinha zumbido aos ouvidos, que não a tinha deixado pregar olho, tinha vindo com ela, comodamente sentado num dos seus chinelos!
Foto tirada da Net