MARIA E JOSÉ

Com o selo que me foi atribuido pela Tite, BLOGUEIROS UNIDOS, ainda fiquei mais atenta, se possível, à reciclagem. É preciso fazer jus ao prémio!

Eis uma prova do que afirmo!

Na figura estão a Maria e o José que vão fazer parte do presépio com que o meu neto vai ser presenteado através do calendário do Advento dele, José “sai” no dia 22 e a Maria no dia 23 ( o Menino coube no saquinho).
Até aqui tudo vai bem…
Reparem agora nos papéis que os envolvem.
São páginas de uma revista que estava posta de parte, para ir para a reciclagem, que vai ficar duplamente reciclada porque foi novamente utilizada.

Agora os atilhos: uns são restinhos de uma fita que usei também no braço da Mimi, como podem confirmar, os outros foram retirados de uma rede que, actualmente, é costume as floristas usarem a envolverem os ramos de flores.

E como diria Fernando Pessa: “ E esta, hein?”

RECICLAR É PARA COMEÇAR ONTEM!

DOÇURA OU DIABRURA X

Como estamos numa época que exalta o amor, na rubrica de fim-de-semana vou mais uma vez "para" a DOÇURA, a DIABRURA que espere.

(...) mantinham-se quietos sob as árvores, enquanto os lábios dele esperavam no seu rosto, esperavam qual borboleta imóvel sobre uma flor. Ela estreitou-o um pouco mais contra o seu peito, ele mexeu-se, pôs ambos os braços em volta dela e puxou-a para si.
E então, na escuridão, ele inclinou-se para a sua boca, docemente, e tocou-lhe a boca com a sua boca. Ela estava receosa quieta nos seus braços, sentindo os lábios dele nos seus. mantinha-se quieta sem saber que fazer. Então a boca dele aproximou-se, forçando a dela a abrir-se, uma onda quente percorreu-a e inundou-a, abriu os lábios para ele, em remoinhos pungentes e magoados puxou-o mais para si, deixou-o avançar, os lábios dele vieram e elevando-se e baixando, doces, ai tão doces, mas ai, como a vigorosa ondulação da água, irresistíveis, até que, com um pequeno gemido surdo, ela dele se desprendeu.

D:H: LAWRENCE (1885-1930), EM THE RAINBOW

BOM-FIM-DE-SEMANA PARA TODOS!

A MIMI

Olá sou eu! Sou a Mimi, “mimi” diminutivo de Miminho! Sou uma boneca de trapos …
Enquanto a desnorteada da beijoqueira anda à procura de uma caixa para me fechar lá dentro, eu consegui entrar em contacto telepático com o computador e aproveito para falar dela e de mim.

Eu já fui assim :

Fui pintada pela Ana:

Andei enovelada assim:

Agora sou assim:

Há mais fotos intermédias da minha "formação" mas a preguiçosa, não as colocou no computador, ora vejam lá! Era capaz de lhe dar muito trabalho!
Foi “ela” que me “fabricou”, fez-me para me colocar no calendário do Advento de uma menina que ainda não vi mas já lhe ouvi a voz. Tenho muitas qualidades, posso ser vestida e despida, não preciso que me alimentem, sou fofinha, não choro, mas também não rio, sei que fui gerada com muito amor,…

A minha “mãe” é um pouco louca, fala sozinha, por vezes pragueja, ouvi-a dizer:
-“Que raio! Estás a dar mais trabalho a fazer, do que me deram os meus filhos!”
-“ Bolas! Mas quem me manda meter nestes trabalhos, nunca mais acabo isto” (o “isto” era eu)
-“Estás bem, mas para a próxima, com a prática, faço outra melhor!” (será que a safada já está a pensar em substituir-me?)
- “Não estou a dar conta deste cabelo, faz-me falta a Adek! “ (Quem será esta?)

Enfim lá está ela atarefada a forrar a caixa, que entretanto descobriu, tem a mania de guardar tudo, daqui a pouco vou ficar encerrada, esperando que seja por pouco tempo e que a menina que vai brincar comigo goste de mim…"cheira-me" que para onde vou, vou ter companhia.

Quem me fez eu sei que pôs muito empenho, carinho e amor na minha “gestação”, também sei que sou um beijinho embrulhado e gosto disso!
Espero que gostem de mim! Eu gostei deste bocadinho em que me dei a conhecer.

PRÉMIOS, SELOS,...MIMINHOS

Foi uma semana e tanto! Recebi 4 miminhos, prémios ou selos, ao sabor de quem envia e de quem recebe e assim cá vão:
O primeiro é um prémio bisado, mas como é respondido com o que me ocorre no momento, pode ser que surjam respostas diferentes das que dei anteriormente, foi-me atribuido pelo Marquês de Sade

Mania: espetar os lábios quando estou muito compenetrada a tricotar
Melhor cheiro do mundo: o cheiro a pó de talco de um bebé ( que saudades)
Se o dinheiro não fosse problema: tirando tudo aquilo que todos desejamos, adoptaria famílias carenciadas
Habilidade doméstica: organização ( que não é exactamente, para mim, o mesmo que arrumação)
O que não gosto de fazer em casa: limpar o pó
Frase favorita: há várias. "Eu acredito, logo posso"
Passeio para o corpo: passear à beira-mar e sentir a roupa molhada nas pernas.
Passeio para a alma: ouvir música e sonhar.
O que me irrita: a mentira.
Frases ou palavras que mais uso: Por favor.
Palavrão mais usado: "Merda"ou o derivado "merdice"
Vou aos arames quando: quando as pessoas com quem me vou entrar chegam atrasadas
Talento oculto: não tenho.
Queria ter nascido a saber: tal como nasci, se soube não me lembro de nada

Blogues a quem dou o selo e lanço o desafio:
Lia druidadanoite Adek Poupinhas Lilá(s) Opinião Própria Madame Butterfly

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Este 2º, foi-me oferecidos pela Tite uma avó e colega de profissão O SELO DA AMIZADE . Este selo é muito bonito! Já disse à Tite: "Avós unidas... semeiam ternura e amor por todo o lado!"

Este Selo da Amizade gostava que todos os que me consideram vossa AMIGA o levassem. Ficaria muito contente, com um sorriso de orelha a orelha, estão a ver?

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O prémio que se segue , o BLOGUE DOURADO tem a ver com a minha "cara", principalmente no Verão, estou mais arejada de ideias, mais criativa, e com a época que estamos a atravessar, foi-me oferecido pelo Ergela

E o Ergela explicou: "pesquisando um pouco descobri o significado deste selo, a cor azul representa paz, profundidade e imensidão, a cor dourada a sabedoria, a riqueza e a claridade das ideias.

Agora para respeitar as regras tenho que indicar 15 blogueiros de que goste, gosto de outros, mas enfim! Aqui vão:

Buxexinhas Ervilhas albinas Lia A Invisível S* Marquês de Sade A Tela Lua de Bolacha Storyteller JS Olhos Dourados Druida da Noite Vicktor Joaquim Lebasiana

Há outros mas não os podia pôr todos, os outros sabem quem são, caso contrário não ia até lá e nãp deixava comentários.

Finalmente o 4º, BLOGUEIROS UNIDOS atribuido, pela simpática avó Tite

Acho este prémio bastante interessante e espero que quem eu o nomear o venha mesmo buscar. Para isso têm que:
1ºInformar a origem do prémio
2ºAqueles que vou nomear são alguns dos que me têm agradado bastante e com quem tenho mais afinidades.
3ºo código deste selo terá que ser levantado pelos nomeados aqui, pois a sua cópia é impossível para ficar com todas as suas propriedades.

A Tela Arisca Whynotnow Tio do Algarve Adek Druida da Noite Lebasiana Um Minuto Calenda Grega

Lilá(s) Chapéu de Sol A Invisível C*inderela Anuska

Há muitos mais mas vão ficar para outra altura, concordam?
OBRIGADA A QUEM MOS ATRIBUIU E DESCULPEM A DEMORA EM OS PUBLICAR

BEIJINHOS EMBRULHADOS PARA TODOS! Aqui entre nós, especialmente para si! Sim são mesmo para si!

CALENDÁRIO DO ADVENTO

Ainda falta um mês para o Natal mas vou falar nele!
O Natal tornou-se mais um tempo de compras, de gastos excessivos, de decorações, de um certo paganismo, que não tem quase nada a ver com aquilo que penso. O Natal é o Dia da Família, é o dia em que se comemora o Nascimento de Jesus Cristo, um homem que existiu, e que é venerado por muitos como um Messias, devia ser aproveitado para o estreitamento dos laços familiares, pois a distância e diferentes condições de vida, separa mais vezes do que o desejado entes que se amam.
Ligado ao Natal temos o Advento que é para os cristãos um tempo de preparação e alegria, e que no calendário litúrgico corresponde às quatro semanas que antecedem o dia de Natal.
Sempre tive um calendário do Advento, quando pequena era desenhado pela minha avó materna, um caminho com numeração de 1 a 24 e ao fundo desse caminho uma cabana com as três figuras principais dum presépio, mais tarde o desenho era feito por mim. Sempre teve como finalidade desenhar-se uma flor em cada dia, desde que me portasse bem.
Já adolescente desisti “daquilo” que considerava ser uma infantilidade.
Quando fui mãe decidi retomar a tradição e os meus filhos têm calendários do Advento, preciosamente guardados, mas mais sofisticados do que os meus. O rapaz teve apenas um, usado anos a fio, nele está representada uma cozinha com crianças a ajudarem a fazer os doces de Natal, em todo ele estão escondidas várias janelinhas numeradas que se vão abrindo ao longo dos 24 dias, no 24º está sempre uma imagem do Presépio. A rapariga teve vários, porque arrancava as janelinhas, sei que o último é em tons de azul.
Quando o meu primeiro neto nasceu fiz-lhe um, todo em tecido. Neste momento não está “montado”, tem saquinhos, por isso publiquei a imagem do da minha neta, este pintado e decorado pela mãe.
Não dou prendas aos meus netos no dia de Natal, dou-lhes beijinhos embrulhados durante os 24 dias que dura o Advento, e eles sabem que sou eu que lhos dou. Todos os dias antes de se deitarem, desde que se portem bem ( uma situação muito difícil de definir) , abrem uma janelinha ou um saquinho, umas vezes o beijinho está lá, outras (quando não cabem no espaço) há um código, um jogo, que lhes permite chegar ao “beijinho” do dia.
Penso que há uma certa “batota” neste “abre sempre”, porque me consta que nem sempre se portam tão bem assim…
Com este subterfúgio de tentar dar um pouco de sentido à quadra natalícia o J. já tem uma colecção de 7 presépios que irá crescendo enquanto eu existir, a I. já tem 4 Meninos Jesus, porque na noite de Natal celebro o símbolo da Família, o Nascimento de uma criança.

Neste momento ando atarefada a “fazer” e a “criar”as prendinhas, tenho que deixar os calendários prontos até ao fim da semana, vou ausentar-me “cá dentro” e não estarei com os pequenotes nos primeiros dias do mês de Dezembro. Convosco estarei, a não ser que esta maquineta, onde gasto o meu indicador direito a teclar, se avarie.

AMIGOS DE QUATRO PATAS

Hoje é dia de vos apresentar alguns amigos de quatro patas, adoptaram-me como avó e ainda não perceberam que eu não sou exactamente igual a eles, ando apenas com dois membros no chão.

Observando a fotografia, do maior para o mais pequeno:
- a Petra pastora alemã, uma doçura para quem ela conhece, mas uma excelente guarda, sofre de epilepsia, pois é, tem uma doença crónica que faz com que todos os dias tome Bialminal mesmo assim, por vezes tem ataques e fere-se, tem que ir ao “doutor”…
-o Ruka (com k, é de estirpe bem demarcada) um coker brincalhão e ciumento que fica imensamente envergonhado quando é tosquiado
-o Freddy (reparem no nome dois dd e um y) aristocrata que não cresceu em tamanho mas sim em falta de classe, faz xixi em todos os sítios menos no WC, é um pincher anão, está sempre a tremer mas não gosta de roupa.

São chiquíssimos, todos têm pedigree, tem cédula de nascimento, sabem que é o pai e a mãe mas, não lhes vale de nada, o social das revistas cor-de-rosa não lhes liga.
A coitada da Petra acasalou, à revelia dos donos, com um cão rafeiro (malandro, fugiu, nunca mais voltou e não foi preso) que conseguiu saltar a vedação da propriedade e a deixou grávida, gravidez de risco, após uma ecografia que confirmou determinadas suspeitas do doutor dos cães, teve que ser operada e perdeu os 11 (não me enganei) fetos e os ovários.

As extremidades humanas que se vêem são minhas a tentar controlar a alegria deles, como ao pé deles sou uma pobre rafeira, estou descalça. Vivem todos em casa dos meus netos, é interessantíssimo vê-los a inter-agirem, correndo atrás uns dos outros com as crianças e, apreciar e rir com as driblagens que o Freddy faz para não ser pisado pelas patas da Petra.
As crianças adoram-nos e eu 15 dias por ano, mais um ou outro fim-de-semana, mudo-me, com armas e bagagem para casa dos donos, e sou a sua ama durante esse tempo.
Quando lá vou sou saudada com muitos latidos que suponho serem de alegria, se vou de calças tenho que me esquivar, se vou de saias puxo-as até à cintura, porque as suas manifestações de carinho deixam marcas.
São ternos no trato e confiam em nós, são obedientes, seguem-nos para todo o lado, são-nos fiéis, protegem-nos e gostam de nos beijar ( disso não gosto eu!) têm qualidades que muitos humanos não possuem...

São os meus melhores AMIGOS DE QUATRO PATAS! Tenho outros!

FOFO, SEXY E REVELAÇÕES

Durante a semana que já passou e tão depressa, foram atribuídos aos Beijinhos Embrulhados, três miminhos um deles a bisar. Sinto-me muito honrada com esta distinção e desta vez agradeço à INVISÍVEL que me atribuiu dois e à CHAPÉU DE SOL AMARELO.
Ei-los por ordem de atribuição:

I. FUFUQUICES
Comecei por não saber o que esta palavra queria dizer mas fui elucidada pela Invisível, é um termo brasileiro que se refere a “coisas fofas”.
Tenho que revelar aqui uma “coisa fofa”. Mas primeiro as regras, que estas sim, são feitas para cumprir (ah,ah,ah,ah,ah,ah,!):
1ª Exibir o selo no meu blogue - Já está!
2ª Escrever o link de quem mo ofereceu. Ei-lo: http://atedurar.blogspot.com/
3ªConfessar “coisas fofas” da minha vida.
Vejamos:
Coisas fofas são os meus netos, os meus filhos, os meus animais de estimação, … há que escolher uma delas. Já sei! A minha filha que todos “conhecem”.
A Ana Rita é uma senhora de 35 anos que para mim, continua a ser aquela bolinha de gente, que gerei. Um dia muito importante para ela e para a restante família, foi o dia da Bênção dos Estudantes, como mãe escrevi numa das fitas da pasta o que pensava e sentia na altura, aqui vai uma pequena parte desse “grande discurso” que fiz:

“De um acto de AMOR eclodiste para a VIDA
ANTEONTEM pequenininha
Ciumenta e “gorduchinha”
ONTEM já menina!
Gentil, esguia, muito “feminina”
Por vezes conflituosa
Com beicinho de “porquinha”
HOJE jovem adulta
Responsável e amorosa
Mas um tudo-nada teimosa
AMANHÃ como serás?
Cimentarás o AMOR
E o MUNDO abraçarás
Rirás sem TEMOR
Comungarás IDEIAS
Falarás sem MEDO
Quebrarás “CADEIAS”
E nas marés da ALMA
Navegando com SABER e calma
LUTADORA honesta e perspicaz
Numa MULHER te tornarás! "

Maio de 1996

3ª Indicar três blogues com “fufuquices”
Ei-los:

Ana Rita Pintado de fresco

Saraif O Mundo de Saraif

C*inderela Sonhadora nas horas vagas

II. SEXY
Os Beijinhos Embrulhados são sexy afirma a Invisível! E a “dona” pergunto eu?
Ofereço este carinho às “donas” sexys dos blogues igualmente sexys:
Lebasiana
JS
Arisca
Rosa Cueca
Charlotte

III. REVELAÇÕES
Com este miminho a Chapéu de Sol ofereceu-me a sua ternura, mas como já o tinha recebido da Arisca, não vou repetir o que então disse.

PARA A INVISÍVEL E PARA A CHAPÉU DE SOL O MEU AGRADECIMENTO, sinto-me mimada por vós e honrada por me “escolherem”…
Para ambas beijinhos embrulhados muito ternurentos, como só uma mãe ou uma avó sabem dar.

Para os que me lêem, os beijinhos embrulhados são infinitos, cá vão uns tantos para todos!

DOÇURA OU DIABRURA IX

E cá estamos num novo fim de semana e com a rubrica do costume

O que é um beijo?
Os lábios têm que fazer beicinho e tocar na face docemente, e depois separam-se, e a obra está feita. Há um beijo no abstracto! Imagine-o no abstracto. Aceite-o como é! Considere-o filosoficamente. O que é que contém? Milhões e milhões têm caído na infelicidade e no desespero por causa destes beijos; e no entanto, se olharmos para a natureza do beijo, é apenas fazer beicinho e separar os lábios

in, O BEIJO, Anónimo,1904

Para todos os que gostam de visitar este meu e vosso cantinho um excelente FIM DE SEMANA!

INOCÊNCIA

No meio de tantas crianças que no recreio brincavam, com a alegria e o amor pela vida, que só as crianças sabem demonstrar, aquelas duas distinguiam-se. Distinguiam-se sem se conseguir explicar bem o porquê.
Eram ladinas, eram líderes, mas líderes sem autoridade, apenas porque a sua imaginação fértil lhes permitia criarem jogos e brincadeiras que aos outros cativavam.
Dentro da sala de aula estavam lado a lado e numa simbiose nascida do nada, incentivavam-se uma à outra num jogo de palavras e de entre ajuda.
Onde está a Maria? Ali não vês, ao lado do José!
Onde está o José? Além bem perto da Maria!
Fora da escola viviam juntos, não em intimidade familiar.
Todas as horas, todos os minutos, todos os segundos, quando estavam despertos, riam, corriam, saltavam, pulavam, falavam, escutavam como se só um fosse.
Era um prazer vê-los voarem pelos campos a apanhar flores, sossegadinhos a espreitarem um ninho, deitados no chão a contar formigas, em contemplação pelos animais à solta, desnudos a banharem-se nas águas límpidas de uma lagoa, receptáculo de uma cachoeira.
Um dia esta tranquilidade, esta paz reinante, foi perturbada, por um troar ao longe. Ficaram assustados sem saber porquê. Trovoada não era, essa era bem conhecida.
Não passou muito tempo até se aperceberem que algo de estranho invadia o seu mundo, um mundo sem medos, um mundo de inocência, um mundo onde os homens ousaram entrar, entrar sem permissão, entrada forçada…
Viu-se a Maria, viu-se o José, crianças dóceis e bem comportadas, de braços estendidos a tentarem tocar-se, gritando, berrando, esperneando, sem nada entenderem, levadas à força por braços de adultos que muito as amavam. Uma ia ficar na terra ancestral, a outra partir para o desconhecido, tudo porque tinha chegada uma besta, o senhor da guerra que tudo destrói e porque… uma era preta e outra era branca...

Texto publicado no âmbito do desafio Preto e Branco, para Fábrica de Letras

GAVETAS

Desde sempre que culpei os meus filhos e o meu marido pela desarrumação das minhas gavetas. Mas hoje vou confessar, eu também as devo desarrumar e cheguei a esta brilhante dedução porque os filhos há muito que sairam de casa e o meu marido partiu antes de mim.
Por vezes interrogo-me:
Serão duendes como aqueles que senti soprarem-me na nuca, revolverem-me as saias, como se de um sopro de vento se tratasse, quando sonhadoramente passeei pela Irlanda, que me visitam de noite e brincam comigo ?
Serei sonâmbula ao ponto de me provocar e de me tentar baralhar ?
Serão os deuses sobre os quais, admito, me tenho debruçado e vasculhado a vida, mas nos quais não creio?
Seja o que for, a verdade é que mais vezes do que gostava tenho que descer à terra e brincar às casinhas, mais propriamente “ao arrumar gavetas”.
Trabalho ingrato que nunca está feito…

Que mania que tinha em culpar terceiros de coisas que faço sem me aperceber, como é o caso da tampa da sanita, que me tirava do sério, por a encontrar por vezes aberta. Continua a aparecer nessa posição sem que, alguém “terreno” me tenha visitado.

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Conclusão: faço muita coisa “inconscientemente” e achava que era “perfeitinha” e “arrumadinha”. Reconheço que estou a ficar “mais normal” e creio que isso é muito bom!

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Já passaram por situações semelhantes?

O MURO

Passeando pela blogosfera tenho encontrado muitas vezes a pergunta: “o que vês da janela do teu quarto?”

Com a chuva que tem caído, na segunda-feira fiquei um pouco mais na minha cama, bem aconchegada, recostada num almofadão e pus-me a observar atentamente o que via da janela do meu quarto. Neste momento sinto-me habilitada a poder responder à questão.

Um muro verde separa o meu ser gregário/solitário da propriedade do meu vizinho, não tenho sebes a limitar a minha intimidade, tenho árvores e nestas incluí-se uma romãzeira, uma nespereira, uma mulata e as plantas que as rodeiam e até as envolvem, como o vulgar espargo e a hera que para lá se tem expandido vinda de parte da casa que cobre. Tenho aquilo a que os meus netos chamam, pomposamente, a floresta e quando nela “viajam”, encontram para além de crocodilos pequenininhos (lagartixas) leões e ursos, estes dois últimos produtos da sua imaginação tão fértil.
Como me sinto bem, protegida de olhares indiscretos, vendo as folhas imóveis em tempo de calmaria, os ramos descontrolados num abanar sem ritmo e sem direcção em dias de temporal. Como ficam brilhantes e com gotículas de água as folhas após uma grande chuvada. Como oiço o silêncio que me rodeia, parecendo estar longe de tudo aquilo que me atrai e me repele, o ser gregário que há numa parte de mim e o ser solitário que me completa.

Não me queixo, não me posso queixar, tenho o privilégio de poder gozar o campo, a serra e o mar, com pouco caminho a percorrer…

Penso que, neste momento, qualquer um de vós me pode dizer o que vê da janela do seu quarto…

A primeira foto é a imagem que os vizinhos têm do meu ninho. A 2ª é parte do que vejo da janela do meu quarto...

QI

Um sujeito entra num bar novo, hi-tech, e pede uma bebida. O barman é um robô que pergunta:
- Qual o seu QI?
O homem responde:
- 150.
Então o robô serve um cocktail perfeito e inicia uma conversa sobre aquecimento global, metafísica, física quântica, interdependência ambiental, teoria do caos e outros assuntos afins.
O tipo ficou impressionado, e resolveu testar o robô. Saiu, deu uma
volta e retornou ao balcão. Novamente o robô pergunta:
- Qual o seu QI?
O homem responde:
- Deve ser uns 100.
Imediatamente o robô serve-lhe um whisky e começa a falar, agora sobre futebol, fórmula 1, super-modelos, comidas favoritas, armas, mulheres e outros assuntos semelhantes.
O sujeito ficou abismado. Sai do bar, pára, pensa e resolve voltar e fazer mais um teste. Novamente o robô lhe pergunta:
- Qual o seu QI?
O homem disfarça e responde:
- Uns 60, acho eu!
Então o robô serve-lhe uma pinga de tinto, inclina-se no balcão e diz bem pausadamente:
- E então companheiro, .....................?

Desafio: Se fosse o robô, sobre que assunto falaria?

CUPIDO E PSIQUE

“A HISTÓRIA DE CUPIDO E DE PSIQUE” de Jacopo del Sellaio (1441-1493) Pormenor do painel de madeira existente numa arca de casamento.

Hoje esta história não se apoia na mitologia grega mas sim na romana.

Vénus (a Afrodite grega) a deusa do Amor, invejosa da beleza de Psique (a Alma) pediu a Cupido ( Eros) seu filho, que fizesse com que ela se apaixonasse pelo mais vil dos homens. Deuses ou homens, na presença da beleza feminina, perdem muitas vezes a cabeça e não só …Cupido, embora deus, não ficou imune à beleza de Psique, quando a viu feriu-se com as próprias setas e… casou com ela.
A vida dos deuses era muito complicada, Cupido só podia estar com a mulher de noite e às escuras, porque se a Psique o visse, os filhos de ambos não podiam ser imortais. Há sempre intriguistas nas histórias de amor e noutras, as irmãs de Psique “começaram a fazer-lhe a cabeça” e diziam-lhe incessantemente, que o marido devia ser um monstro. Psique não resistiu à curiosidade e usando uma lanterna, numa malfadada noite, enquanto o marido dormia, viu-o.
Cupido acordou e fugiu. Psique, apaixonadíssima, foi atrás dele, procurou-o por todo o lado, passou por imensos “trabalhos” e sofreu horrores às mãos da sogra. Esta acabou por colocá-la num sono profundo semelhante ao da morte.
Esta história de amor acabou bem porque Cupido, quando soube das humilhações sofridas pela mulher, foi ter com ela e com um beijo apaixonado devolveu-lhe a vida, em seus braços conduziu-a até o Olimpo, onde Júpiter (Zeus) lhe concedeu a imortalidade.
Tiveram uma filha chamada Volúpia e viveram felizes para sempre…!

Não será que o mito se transforma muitas vezes em contos de fadas?
Recordando ”A Bela e o Monstro”, “A Bela Adormecida”, e outros contos infantis de tradição europeia, não notam analogias entre eles e esta história?

O OLFACTO

Ontem preparei-me para passar um fim-de-semana calmo com uma passagem por Lisboa, por motivos logísticos. Tudo se alterou! Calmo não sei se irá ser… mas muito diferente do previsto, disso tenho a certeza!
Já em Lisboa numa loja, ouvi uma voz de homem exclamar:”És a Maria Teresa!” Olhei, vi um desconhecido, pensei: “O que é que este marmanjo quer?” Olhando para a minha cara que devia dizer o que estava a pensar, o mesmo homem continuou: “Já não te lembras de mim? Sou o Francisco!” Fez-se luz! A voz soou-me a familiar, claro que me lembrei, um colega de Faculdade, não do mesmo curso, que já não via há mais de 40 anos. Se ele não me tivesse interpelado não o reconhecia…Sabia algumas coisas do seu percurso de adulto mas muito ténues, através das nossas mães, que nunca foram amigas, mas que se conheciam e por vezes trocavam algumas palavras. Aliás pensava-o em Londres para onde foi morar após o seu casamento com uma jovem inglesa.
Fiquei contente por o ver, foi um passado que me veio visitar e relembrei como era meu companheiro de viagens quase diárias, em como ia comigo e com a Necas ao cinema, quando os três éramos sócios do Cine Clube Universitário.
Era e continua a ser um excelente conversador e um excelente ouvinte, almoçámos juntos, acabei por não fazer nada do que me propunha fazer em Lisboa e só voltei para o meu Refúgio por volta das 5 horas, porque lhe prometi, que hoje ele me vem buscar para irmos ao cinema e para conversarmos, sem tempo marcado, mais um “bocadinho”.
No meio deste encontro inesperado alguma vaidade se apossou de mim ele declarou que me reconheceu pela voz e pelo sorriso, mas que também achava que eu estava igualzinha, ao que era quando jovem. Não morri a rir porque não seria conveniente, mas igualzinha com mais 20 quilos e mais 40 anos? Os óculos, que actualmente usa, devem estar a precisar de ser substituídos…

Entretanto, como tinha decidido estrear uma mala comprada na Turquia, embora a mesma tenha um ligeiro cheiro a lã de ovelha só pensava “porquê a mim, logo hoje, que cheiro a curral…?”

DOÇURA OU DIABRURA VIII

Numa verdade dita infinitas vezes, o tempo não pára. Um fim-de-semana passa a outro, num salto de criança para uns, numa passada de gigante para outros!
Hoje gostaria de ser poeta para cantar "O Beijo", como não sou, limito-me a citar Robert Herrick (1591-1674)

"Dá-me um beijo e depois mais vinte;
Em seguida junta mais cem a esses vinte;
E mil a esses cem: assim continua a beijar,
A esses mil a um milhão chegar;
Triplica esse milhão, e estando terminado,
Voltemos a beijar-nos, como tínhamos começado"

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Para todos um bom fim-de-semana mesmo que a chuva vos ponha entraves, ela não nos dissolve.

"Toca" a VIVER em pleno estes dois dias!

Beijinhos embrulhados para todos, especialmente para si!

PENSO!

Quando estou "exaustada", penso que os momentos "doces" da vida são mais apreciados depois de ter passado pelos "amargos".

Este pensamento surgiu-me após ter recebido o postal acima reproduzido, que me foi enviado por uma amiga muito querida e divertida, no dia do meu aniversário.

Vai ficar junto das minhas recordações, deu-me imenso "gozo" recebê-lo e suscitou uma conversa interminável em que fui muito "ofendida"...

A BIRRA

A propósito de ter referido que o meu perfeccionismo era um defeito e de o Amorfo ter “tocado” nesse ponto, veio-me à memória um episódio que ,visto a uma enorme distância temporal, me faz rir.
Numa época da minha vida, em que ainda “habitava” a casa dos vinte , com poucos anos de casada, eu e o João Paulo decidimos passar 15 dias de férias em Torremolinos. Usámos como meio de transporte o nosso carro, programámos a viagem, marcámos apartamento, e decidimos que íamos parar e pernoitar em Sevilha.

Esta bonita cidade nunca tinha sido visitada por nenhum de nós, por isso assim que chegámos ao Hotel Residencia Venecia, fomos fazer o que qualquer um de vós faria, dar um passeio a pé pela cidade. Entre os possíveis locais visitados "repousámos" no lindíssimo e idílico Parque Maria Luísa e foi aqui que, mais uma vez, a minha mania da perfeição foi posta à prova.
Estávamos em pleno mês de Agosto, fazia imenso calor, eu tinha sede mas decidi que como não sabia “hablar” espanhol não era capaz de comprar uma garrafa de água, e se o tentasse ia fazer uma triste figura (pensava, já não penso assim), num quiosque que estava bem perto. Pedi ao João que o fizesse por mim, ele que me conhecia bem e sabia que não era, nem sou, pessoa para pedir que me façam aquilo que eu sei fazer, não entendeu o motivo da minha recusa, em ser eu a ir buscar a água, verdade seja dita que eu também não lhe expliquei o porquê. Ele só dizia: “mas porque não vais lá tu?” E eu retorquia: “vai tu, por favor!” ...

Não vos sei descrever por palavras a birra que fiz, amuei, quase chorei, enfim… só não me atirei para o chão e esperneei porque isso já seria um pouco exagerado numa mulher da minha idade.
Com todo este aparato e preocupado com o meu estado de agitação, o João acabou por ir comprar a garrafa de água mas, quando soube o motivo da minha recusa, “rebolou-se” a rir. É evidente que durante todas as férias, rimos muitas vezes os dois sem sequer falarmos no assunto, bastava olharmos um para o outro e, lá dávamos uma gargalhada.

A foto em anexo que tem estado adormecida junto das minhas boas recordações, prova a estada no Hotel e por isso, posso dizer que este episódio se passou no dia 19 de Agosto de 1972 e que pagámos por dois dias, com serviço de garagem incluído, 1190 pesetas.

Moral da história, a mania de se ser perfeita em tudo o que se faz, pode trazer graves dissabores e acaba por ser um defeito, pode até impedir-nos de viver em pleno a nossa VIDA.

Melhorei imenso!!!!! Não podem calcular quanto! Mesmo assim continuo a procurar ser bastante perfeitinha em tudo o que faço.

AVALIAÇÃO E UM POUCO DE MIM

Das gentis Charlotte e Arisca recebi dois mimos e dois desafios, aceitei-os, logo vou tentar respeitar as regras.

O primeiro por ordem de chegada foi este:

Oferecido pela Charlotte e cujo desafio é o seguinte:

1.Escrever uma lista com 10 características minhas
2.Convidar 8 bloguistas para receberem o selo
3.Comentar no blogue de quem mo ofereceu
4.Comentar no blogue de quem vou convidar

1.
a) Sou teimosa até dizer basta
b) Sou muito extrovertida
c)Sou perfeccionista (defeito)
d)Sou autoritária
e) Sou simpática
f) Sou paciente
g)Sou muito leal
h)Sou uma eterna apaixonada pela VIDA e por tudo o que ela me tem dado.

i)Sou atrevidota

j)Sou criativa

( Faltavam dois, coloquei-os já depois de receber 3 comentários, peço desculpa)

Ufa! Já está! Os defeitos deixo-os para que, quem me conhece bem, os ponha a nu…
Felizmente esses não andam por aqui, apenas com uma excepção.

2. Esta regra vai ser subvertida, é uma nota e eu sou forçada a colocar, em igualdade de avaliação, todos os que me honram com os seus comentários.
Levem-no mas façam como eu, respeitem a 1ª regra

3. e 4. Cumpridas.

Passo ao 2º miminho “provocatoriamente” enviado pela Arisca (que não me parece tão arisca assim)


Neste os que vão ser escolhidos são os meus 5 últimos seguidores, na presente data.
Para participar no desafio é preciso:

1º Seguir as regras;
2° Levar o selo acima que identifica quem está, esteve ou estará no desafio.
3º Completar as seguintes frases:
a) Eu já ...
b) Eu nunca …
c) Eu sei ...
d) Eu quero …
e) Eu sonho …
4º Depois de completar a frase com suas respostas indique 5 blogs para dar sequência ao desafio.

1º Já está
2º Cumprido
3º Cá vai…
a) Eu já … sofri de cancro
b) Eu nunca… prejudicaria ninguém deliberadamente
c) Eu sei… guardar segredos
d) Eu quero…continuar a ter momentos de felicidade
e) Eu sonho … voltar a encontrar um Príncipe Encantado

4º Aqui vão os nomeados:

http://sorrisos-perfeitos.blogspot.com/ PR*

http://sonhadoranashorasvagas.blogspot.com/ C*inderela

http://blogdasilnunes.blogspot.com/ Silvana Nunes

http://coisinhadebibibamimos.blogspot.com/ Andresa

http://oquenaodigoaninguem.blogspot.com/ Marquês de Sade

PS. O trabalhão que isto me deu a fazer, logo eu que sou uma nódoa a trabalhar com o computador.

Beijinhos embrulhados para todos e em especial para a Charlotte e a para a Arisca

O ESPELHO

Por incrível que possa parecer, o único documento, neste caso fotografia, do espelho de que já vos falei mais do que uma vez é este, mal se vê! Brevemente repararei este lapso, quando a minha fotógrafa de serviço o fotografar ou me emprestar a MINHA máquina fotográfica digital.
Foi tirada num dia muito especial, um dia que marcou toda a família e todos os que nos amavam e ainda amam. Um dos dias mais felizes para a família! Um dia para sempre! O início de uma nova família, a partir do “rebento” mais novo daquela que eu e o João já tínhamos formado, uma união que já deu frutos e que belos frutos (um poucochinho “rebeldes” para meu gosto) …
O documento que a seguir partilho convosco foi o último, até à data, lá deixado nesse mesmo dia, pela Ana Rita.

PROGRAMA

Estou numa fase de busca de “boas recordações” porque sinto que não me provocam um saudosismo mórbido, pelo contrário, ajudam-me a minimizar o que de menos bom me vai acontecendo. Ao princípio pensei que esta “necessidade” era uma característica relacionada com a minha idade mas tenho verificado que gente muitíssimo mais nova, mais nova do que os meus filhos, andam pela blogosfera falando em tempos idos para elas e que, para mim, até são relativamente recentes.

Tenho um espólio enorme de recordações de tempos idos, de um passado de família que vai para "antes" do nascimento da minha avó materna. Testemunhos escritos, fotografias, documentos,... tudo religiosamente guardado, posso tocar-lhes e sorrir ao criar na minha mente a imagem de quem lhes mexeu e de quem os conservou.

Hoje não regredi muito, fui até 1965-1966, o documento em anexo comprova-o.

RATOS

Esta noite Morfeu permitiu que eu sonhasse com o meu Príncipe, mas Hipnos ciumento retirou-me a sua protecção e eu acordei como humana que sou, com vontade de me levantar…. Ainda um pouco estremunhada ouvi ruídos que supostamente, não devem ser ouvidos numa casa que já não abriga animais de companhia. Vinham do sótão! O Pai Natal não era certamente, eram horas de ainda estar no braços da Mãe Natal.
Já bem desperta, pensei: devem ser ratos!
Ratos aqueles animais nojentos que chegam a ratazanas, enormes como coelhos, não aqueles ratos como o Ratatui, amorosos, simpáticos, úteis à sociedade e até, embaladores do adormecer de muitas crianças.
Como Hipnos se tem revelado um grande amigo, não permitiu que eu detectasse a presença dos “meus” ratos há mais tempo, devia tê-lo feito mas… não me zango com ele.
Piores são os ratos humanos, seres abjectos que pela calada da noite escura, escondidos no anonimato, se permitem roubar, morder, violar, … pessoas, bens, casas, lugares, …. Para esses vão a minha compaixão e o desejo que tenham o castigo que merecem.
E os outros como podem ser expurgados?
As soluções são muitas, mas nenhuma das que me ocorre me agradam. Sozinha não vou ao sótão até porque não é de fácil acesso. Antes de pedir a alguém que me ajude a tomar uma solução, tenho que confirmar a presença das indesejadas criaturas, que não foram convidadas, mas que são necessárias na cadeia alimentar das espécies.

DOÇURA OU DIABRURA VII

Mais um fim-de-semana que começa, mais uma semana que termina...

Mais uma doçura ou diabrura para vos fazer opinar.

Existem sempre três versões para uma noite de AMOR e SEXO. A dele, a dela e o que verdadeiramente se passou .

Um EXCELENTE FIM-DE-SEMANA e MUITOS BEIJINHOS EMBRULHADOS para todos!

CIÚME

A Ana Rita, que todos os que me têm honrado com a sua presença neste meu cantinho, onde “passo” algumas horas da minha vida, sabem que é minha filha. Uma filha Mulher que vejo muitas vezes pequenininha, zangada, com os lábios franzidos, esticados para a frente, fechando-se no quarto, onde nunca a íamos buscar porque sabíamos que a crise passava, quanto mais não fosse, quando tivesse fome ou vontade de ir à casa de banho. Foi alcunhada pelo irmão de miss Piggy ( o cor de rosa e os lábios bem esticadinhos para fora), de modo que quando se zangava lá dizíamos:” a miss Piggy está em recolhimento…!”
O tempo passou, mas tal como acontecia no passado, ela ainda é um pouco (?) ciumenta de tal modo que o que publiquei num e noutro posts passados a fez reagir. Este meu testemunho é uma resposta a essas suas reivindicações, esteve no nosso espelho e é o primeiro dos que por lá passaram dela. A data não estranhem, nessa altura o Dia da Mãe comemorava-se no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição.

Ela já nem se deve lembrar desta folhinha, a sua ingenuidade de menina está nele bem patente. Especialmente para ti minha querida menina, chatinha miss Piggy! Os teus lábios são lindos, sabes muito bem…!

O JANTAR

Já lá vão muitos anos, quando ainda faltava muito tempo para surgirem os famigerados (mas úteis, tenho que reconhecer) telemóveis e ainda menos o GPS, eu e o João juntámo-nos com um grupo de amigos para irmos jantar ao Zé Padeiro, em Nafarros, que ainda não era "o não é carne, nem peixe" que é hoje, era uma tasca (as então chamadas casas de pasto). Íamos saborear o seu tão famoso cabrito assado.
Tudo preparado e "bem" combinado, tão bem , mesmo tão bem, que deu no que deu.
Partimos em caravana mas, antes de chegar às bombas de gasolina do antigo caminho para Sintra, verificámos que estávamos a ficar com pouco combustível, o João fez sinais de luzes e parou. Após o abastecimento voltámos a partir, não vimos nenhum dos nossos amigos, e encetámos uma aventura indescritível! Perdemo-nos, percorremos várias aldeias, mas em nenhuma se via viva alma, casas aparentemente vazias de vida, lojecas de aldeia bem cadeadas, parecia que não estávamos tão perto de Lisboa, sentíamo-nos transportados para um mundo desconhecido e distante, chegámos a perguntarmo-nos, em tom jocoso, se teríamos connosco o passaporte, finalmente... ao fim de cerca de duas horas, alguém nos indicou o caminho e passado mais uns minutos, entrámos triunfantes, cansados e famintos no famigerado restaurante...
Calculam como estavam os outros comensais, nossos amigos?
Não tinham dado pelos sinais de luzes, não sabiam o que nos tinha sucedido, as caras estavam pálidas e encovadas (estou a exagerar um poucochinho) e já se preparavam para telefonar para vários hospitais, polícia, … . Enfim, tão preocupados, mas tão preocupados, que mal tinham jantado. As restantes pessoas presentes na sala tinham conhecimento de que havia um casal "desaparecido. Fomos acolhidos com uma estrondosa ovação, parecíamos as estrelas de uma qualquer ópera bufa.

Ambos depois dos muitos quilómetros percorridos, pelas muitas estradas secundárias da zona, comemos como convidados de um jantar da Idade Média, um pouco mais civilizados pois usámos talheres e empanturrámo-nos.

Uma "coisa" aconteceu nessa nossa descontrolada viagem, numa curva da estrada de Sintra quando se vai para Colares olhei para o João, vi-o e senti-o em mim de tal modo, como ainda hoje, sem fechar os olhos, o vejo. Era já noite, na penumbra das luzes que iluminavam o caminho, via-o de perfil, a sua barba grisalha bem aparada, a gola alta da sua camisola branca, a emergir da gola do sobretudo de tweed, em tons de castanho, estava lindo, mas não só fisicamente, estava lindo por tudo aquilo que representava para mim! Por uns breves instantes o tempo parou e eu fiquei em contemplação...

Mais um dos tais MOMENTOS MÁGICOS de que já falei aqui...

O BANHO

Há quase cinco longos meses que não tomo banho!
Que horror! Dizem alguns.
Que porca! Dirão outros.
Como é possível???

Calma! O que parece, não é! Passo a explicar…

Para mim “banho” é aquele que tomo (ou tomava), durante horas, imersa numa banheira cheia de água quente, bastante quente, e com muita espuma. Conforme os ponteiros do tempo avançam e a água arrefece, vou-a substituindo, aos poucos e poucos, por outra mais quentinha. A sensação chega a ser voluptuosa…então se estiver a ouvir Divenire de Ludovico Einaudi…
Não podem imaginar o prazer indescritível que me invade… umas vezes, ao ouvir música, outras lendo, ainda outras escutando os meus pensamentos e deixando-os flutuar ao sabor do momento, recebo de braços abertos a visita do deus Hipnos.
“O Amante “ de Marguerite Duras, que felizmente é pequeno, caso contrário ainda hoje o estava a ler ou estaria possivelmente hidrolis(z)ada, …foi todo lido e assimilado num destes momentos acalentados por Afrodite.
Mas, há sempre um maléfico mas, no termino de muitos destes intermináveis banhos nem sempre saio qual sereia Pisinoe, pareço-me mais com uma ameixa seca parida por uma “elefanta”.

Conselho: Experimentem tomar um banho destes, sós ou acompanhados, e depois digam-me se este conselho tem alguma validade…

A placa da figura foi pintada pela "dona" de um blogue, que me oferece coisas lindas!

UIOFOBIA

Cronos devorando um dos seus filhos Goya (1746-1828)

O pintor realçou a natureza não civilizada do Titã, que se regala com a sua refeição canabalística contra o fundo negro do Caos

Num dos vários blogues onde meto o meu nariz de traça grega, como diz alguém que me conhece, encontrei esta palavra UIOFOBIA e mais, o seu significado : “medo desproporcional e persistente dos próprios filhos”. Imediatamente o meu pensamento voou até junto do Titã Cronos.
Cronos nasceu da ligação amorosa entre Geia e Urano, era ardiloso e mau, desprezava tanto o próprio pai que o destronou. Da sua união com a irmã Reia nasceram vários filhos os quais Cronos temia, sua mãe tinha-o avisado, qualquer coisa como “quem com ferro mata, com ferro morre”, dizendo-lhe que um dia um dos filhos far-lhe-ia o mesmo que ele tinha feito ao pai.
Aterrorizado com tal ideia, decidiu pura e simplesmente, comê-los à nascença. Mãe que é mãe não aceita uma situação destas, assim Reia com a ajuda dos sogros/pais engendrou um plano. Quando chegou a hora do parto do seu sexto filho, atravessou o mar e dirigiu-se à ilha de Creta, velozmente como uma égua à solta numa pradaria e de noite, foi até uma caverna em Licto onde deu à luz Zeus, deixou-a aos cuidados de Geia ( a deusa duplamente avó) e de algumas ninfas. Para que o marido não desconfiasse, Reia apressou-se a voltar para junto dele e presenteou-o com uma pedra embrulhada em panos, de imediato Cronos engoliu-a. Mais tarde, bastante mais tarde, uma das mulheres de Zeus, colocou um emético no vinho de Cronos e este vomitou-a. Dizem os historiadores que ainda hoje a podemos ver depositada em Delfos.
Zeus à semelhança dos humanos cresceu , tornando-se um jovem forte e belo, e pela boca das ninfas tomou conhecimento da crueldade do pai.
Zeus não foi melhor que ele mas isso já é outra história…

Dizemos que os humanos são cruéis e que não sabem viver em irmandade, e estes deuses, o que são, ou melhor, o que eram?

VICIA E É PERFEITINHO

Da querida Buxexinhas recebi dois mimos, logo dois,... estão a "estragar-me", corro o risco de me tornar um poço de vaidade...Socorro...!

Mas tenho que fazer não sei bem o quê mas pelo menos devo completar uma frases ou responder a elas, enfim... cá vai:

MANIA: Quando vejo um número “exposto”, o número de um autocarro por exemplo, tiro a prova dos nove e depois “encaixo-a “ numa tabela que conheço desde adolescente 1-amor, 2-felicidade, 3-infelicidade, 4-separação, 5-declaração, 6- desencontro, 7- encontro, 8-gosto e 9-desgosto ( é completamente estúpido, não é?)
PECADO: Mortal acho que não tenho nenhum. Sou muito teimosa
MELHOR CHEIRO DO MUNDO: Não tenho nenhum preferido, gosto de tantos cheiros!
SE O DINHEIRO NÃO FOSSE PROBLEMA: Adoptava famílias carenciadas em risco de perderem os filhos para adopção por não os poderem criar exactamente por falta de meios materiais.
HISTÓRIA DE INFÂNCIA: Fui bisnagada com urina, ainda hoje parece que sinto o cheiro…( que me marcou em sentido negativo, alegres tenho muitas)
HABILIDADES COMO DONA DE CASA: Sou uma fada do lar hi!hi!hi!hi!
O QUE NÃO GOSTO DE FAZER EM CASA: Limpar o pó
FRASE PREFERIDA: Tenho várias mas cá vai uma muito actual e que não é da minha autoria, aliás vê-se muito em postais “Se eu soubesse que os netos eram tão divertidos, tinha-os primeiro”
PASSEIO PARA O CORPO: Não percebo bem o que se pretende com esta “frase” mas vou tentar responder. Adoro passear à beira-mar descalça, vestindo uma túnica fina para sentir a roupa molhada nas pernas
O QUE ME IRRITA: Sem dúvida alguma, a falta de lealdade
VOU AOS ARAMES QUANDO: Para mim, esta pergunta, é sinónimo da anterior
TALENTO OCULTO: Ser solidária
FRASE OU FRASES QUE USO MUITO: Penso não ter…
PALAVRÃO MAIS USADO: Petite merde /Grande merde ( dito mesmo assim à francesa)
QUERIA TER NASCIDO A SABER: ***********************************

Como penso que todos os que me visitam merecem estes dois prémios por favor, não se façam rogados, sirvam-se à vontade ... eu dou-vos.

PÃO POR DEUS

Dia 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos

Na aldeia, onde actualmente estou quase sempre a viver, entre a Serra de Sintra e o Oceano Atlântico, ainda há a tradição, neste dia, de se pedir o “pão-por-Deus” de porta em porta. As crianças com saquinhos de pano aos retalhos, pintados ou de tecidos coloridos, juntam-se em grupos e dizem: “Pão por Deus, pão por Deus, saco cheio, vamos com Deus!”. Este pedido é feito apenas da parte da manhã, a partir do meio-dia já não temos mais visitantes.
Estes ano as crianças que vieram à minha porta foram poucas, embora eu tivesse um vasto abastecimento, não fosse faltar “material”. Há uma razão, a população desta aldeia está a ficar muito envelhecida de tal modo que, a escola do 1º Ciclo teve que fechar por falta de alunos, tanto mais que num redor de menos de dois quilómetros há mais três escolas.
Ainda não há muitos anos dava-lhes: broas, maçãs, nozes, castanhas, amêndoas, … Actualmente o que elas pretendem que se lhes dê são guloseimas.

Os meus netos não fugiram à tradição como se pode ver pela fotografia.

Li algures que esta tradição, principalmente realizada nos arredores de Lisboa, é uma remota lembrança do terramoto de 1 de Novembro de 1755, que ao destruir esta cidade privou grande parte da sua população de todos os bens essenciais, as pessoas para sobreviverem, tiveram que andar a pedir "pão-por-Deus" nas localidades vizinhas que não tinham sofrido danos.